Samsung cria protótipo de chip 6G que chega a 6,2 Gb/s
Testes da Samsung com 6G em laboratório utiliza frequências de terahertz e podem permitir hologramas de alta fidelidade e realidade estendida
Testes da Samsung com 6G em laboratório utiliza frequências de terahertz e podem permitir hologramas de alta fidelidade e realidade estendida
O 5G ainda está engatinhando no mundo, mas as empresas de tecnologia e fornecedoras de telecomunicações já pesquisam a próxima geração. A Samsung fez uma demonstração do 6G em laboratório, e foi possível atingir a velocidade de 6,2 Gb/s com frequências terahertz (THz).
A demonstração foi feita na IEEE International Conference e apresentada por pesquisadores da Samsung e da Universidade da Califórnia de Santa Barbara (UCSB). A empresa diz que o 6G com velocidades de 6,2 gigabits por segundo e a baixa latência podem permitir aplicações conectadas e melhor experiência de multimídia, como realidade estendida (XR) e hologramas de alta fidelidade.
Para alcançar essa velocidade, a Samsung utilizou frequências na casa dos terahertz, ou seja, acima de 1.000 GHz. Os testes foram conduzidos entre dois dispositivos a 15 metros de distância, usando espectro dedicado de 140 GHz — essa quantidade é 350 vezes maior que toda a capacidade que será leiloada pela Anatel para o 5G de 3,5 GHz.
Tecnologicamente falando é difícil dizer “não”, mas é possível afirmar que o desenvolvimento do 6G com frequências na casa dos terahertz não será uma tarefa fácil e esbarra em diversas limitações físicas.
O 4G é a principal tecnologia móvel em operação no Brasil; por aqui, as operadoras usam licenças de até 2,6 GHz e mesmo assim existem diversas áreas sem cobertura, pelo fato de que a frequência atual já é alta demais para atingir ambientes internos.
Com o 5G teremos redes em 3,5 GHz (que já tem penetração de sinal menor que o 4G que usamos hoje) e frequências mmWave, na casa dos 28 GHz. Essa faixa já possui muitas restrições, uma vez que o sinal fica comprometido até mesmo por árvores ou divisórias de vidro na linha de visão entre o smartphone e a torre.
O 5G com 3,5 GHz já exigirá uma densidade de antenas muito maior do que o 4G e padrões mais antigos. As operadoras apostam nas frequências mmWave apenas para locais com alta concentração de pessoas, como aeroportos, estádios de futebol e avenidas com muito movimento.
Sendo assim, é difícil imaginar uma solução de 6G com frequências de terahertz funcionando no mundo real, mas apenas o desenvolvimento da tecnologia a longo prazo irá afirmar com precisão se haverá viabilidade para essas redes no futuro.
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