Saraiva fecha 20 lojas, incluindo toda a rede iTown para produtos da Apple
iTown era revendedora de produtos da Apple, como iPhones e MacBooks; Saraiva deixará de vender produtos de tecnologia
iTown era revendedora de produtos da Apple, como iPhones e MacBooks; Saraiva deixará de vender produtos de tecnologia
A Saraiva anunciou nesta segunda-feira (29) o fechamento de 20 lojas, de acordo com o PublishNews. Isso inclui todas as 8 unidades da rede iTown, revendedora autorizada da Apple no Brasil para iPhones e MacBooks. A empresa também deixará de vender produtos de tecnologia, como celulares e laptops, oferecendo-os apenas via marketplace.
Segundo o MacMagazine, a Saraiva fechou todas as 8 lojas da rede iTown de uma só vez, e a grande maioria dos funcionários foi dispensada. As unidades estavam localizadas no Rio de Janeiro, Natal, Salvador, Recife, Goiânia e Vitória.
O leitor Hallekeyxis Vaz publicou no Twitter uma foto da loja iTown em Goiânia. O aviso na fachada diz: “caros clientes, a loja iTown Flamboyant Shopping encerrou suas atividades. Em caso de assistência técnica, procure a Saraiva”.
O Tecnoblog telefonou para todas as lojas iTown no Brasil. Delas, apenas as unidades no Barra Shopping (Rio) e no Shopping Riomar Recife atenderam o telefone. As outras — no Natal Shopping, Shopping da Bahia, Salvador Shopping, Shopping Recife, Flamboyant Shopping e Shopping Vitória — não respondem mais.
Em comunicado, a Saraiva confirma que não venderá mais produtos de tecnologia. Os itens de telefonia e informática passarão a ser oferecidos apenas via marketplace, isto é, por lojas de terceiros. Isso significa que ela não vai mais manter um estoque próprio de celulares nem laptops.
https://twitter.com/hallekeyxis/status/1056902336315043841
No caso da iTown, talvez seja um momento difícil para vender produtos da Apple, que se tornam cada vez mais inacessíveis no Brasil. O iPhone X foi lançado por R$ 6.999; o novo MacBook Pro começa em R$ 16.199. As margens de lucro podem ser altas, mas o volume de vendas deve ser pequeno para justificar uma loja restrita a essa atividade.
Além disso, a Saraiva está em apuros. Ela tem uma dívida de R$ 284 milhões que demoraria quase 12 anos para ser quitada, segundo a Folha. Um de seus fornecedores pediu a falência da empresa no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E ela não pode vender e-books da Bookwire, principal distribuidora no Brasil, porque não paga pelo catálogo desde janeiro.
O mercado editorial como um todo está em crise. A Livraria Cultura pediu recuperação judicial e encerrou as atividades da Fnac no Brasil, incluindo a loja online. A Laselva, por sua vez, quebrou. O faturamento das editoras brasileiras despencou 22% entre 2014 e 2017.
No comunicado ao Tecnoblog, a Saraiva diz que fechou lojas “ante os desafios econômicos e operacionais do mercado e indicadores que retratam uma mudança na dinâmica do varejo”. Agora são 84 lojas físicas no total; eram 103 no final do ano passado. A empresa nota que inaugurou quatro unidades este ano em Cuiabá, Rio de Janeiro e Olinda (PE).
Daqui em diante, a Saraiva vai focar sua atenção no mercado de livros, mas continuará a vender produtos de papelaria, games, filmes e música.