Shutterstock já se protegeu contra o algoritmo do Google que remove marcas d’água

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

Na semana passada, pesquisadores do Google divulgaram a criação de um algoritmo que remove marcas d’água em fotos. O experimento poderia incomodar principalmente as empresas que ganham dinheiro com bancos de imagens — mas uma delas, a Shutterstock, já se precaveu.

Recapitulando: o algoritmo do Google analisa uma série de fotos do mesmo banco de imagens e, por meio de visão computacional, consegue aprender o formato da marca d’água. Então, ele cria automaticamente um filtro com base no padrão e consegue remover as proteções em massa.

O que a Shutterstock fez? Criou uma tecnologia que utiliza aprendizagem de máquina e “neutraliza o algoritmo ao inserir deliberadamente pequenas inconsistências nos padrões de marca d’água”, como explica o The Next Web. O CTO Martin Brodbeck comenta: “Mudar a opacidade e o local de uma marca d’água não a torna mais segura, mas mudar o formato sim”.

Por isso, em vez de colocar marcas d’água iguais em todas as fotos, a Shutterstock passou a incluir seu logotipo com algumas deformações, de forma que nenhuma marca seja igual a outra. Além disso, os nomes dos usuários que enviaram a foto são inclusos na marca, o que torna o formato mais imprevisível e dificulta a atuação do algoritmo do Google.

Essa é a solução sugerida pelos próprios pesquisadores do Google — que não pretendem lançar o algoritmo publicamente. O estudo foi liberado como forma de alertar as empresas de bancos de imagens; a Shutterstock já se preveniu, mas outras, como Adobe Stock e Can Stock, ainda precisam se mexer para proteger suas fotos.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.