Google apagou 170 milhões de avaliações falsas no Maps e na busca

Atualização no algoritmo de identificação de reviews do Google melhorou em 45% o desempenho na remoção de análises falsas

Felipe Freitas
Por
Google Maps
Google Maps e serviço de busca da plataforma tiveram 170 milhões de reviews excluídas em 2023 (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Resumo
  • O Google removeu 170 milhões de reviews falsas de locais e estabelecimentos no Google Maps e no serviço de busca em 2023, com o auxílio de um novo algoritmo.
  • O aumento de 45% na remoção de reviews falsas em comparação com 2022 foi possibilitado pelo algoritmo baseado em machine learning, que identifica padrões suspeitos, como picos de avaliações extremamente negativas ou positivas.
  • Golpistas contratam pessoas para publicar avaliações falsas em troca de pagamento, e o algoritmo do Google ajuda a identificar e remover essas análises com base em padrões na escrita, nas contas e no tipo de estabelecimento.

O Google publicou nesta semana um relatório sobre os seus esforços com as avaliações de locais e estabelecimentos no Google Maps e no serviço de busca. Segundo a big tech, 170 milhões de reviews falsas foram apagados. Esse total de comentários removidos teve o auxílio de um novo algoritmo da empresa.

Como explica o próprio Google, o objetivo das resenhas é entregar uma informação precisa. A dificuldade é mantê-las realistas em uma era na qual a comunicação é extremamente ágil. Segundo a big tech, em média, 20 milhões de contribuições foram publicadas no Google Maps e na busca por dia em 2023 — isso inclui avaliações, fotos e alterações nas informações dos estabelecimentos.

Algoritmo identificou mais reviews falsas em 2023

O Google Maps é integrado com GPS e pode funcionar de modo offline (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Remoções de reviews falsas no Maps visam melhorar a experiência na busca por estabelecimentos (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Segundo o Google, essa remoção de 170 milhões de reviews falsas representa um aumento de 45% quando comparado com 2022. O algoritmo baseado em machine learning pode, entre outras coisas, identificar o pico de avaliações com nota 1 em 5 em estabelecimentos ainda mais rapidamente. Essas enormes quantidades de reviews altamente negativa ou positiva é um dos sinais de avaliações falsas.

Os principais responsáveis por essas reviews falsas são pessoas contratadas por golpistas. Eles oferecem um pagamento para cada avaliação feita em locais determinados — provavelmente você já recebeu uma proposta assim no WhatsApp. O algoritmo identifica padrões, seja na escrita, nas contas ou no tipo de estabelecimento, e refina a busca para remover as análises ligadas ao golpe.

De acordo com o Google, as denúncias feitas pelos próprios lojistas alvos dessas reviews (inclusive as falsas de 5 estrelas) e o contato de quem recebeu a proposta dos golpistas ajuda no combate contra as avaliações falsas.

O algoritmo do Google também atua na identificação de reviews ligadas a casos de repercussão. Por exemplo, se um restaurante viraliza com alguma experiência negativa e passa a receber avaliações ruins como protesto, o sistema da big tech é capaz de identificar o caso. A moderação dessas reviews falsas também conta com serviço de humanos.

Firefox tem recurso para identificar reviews falsas

Review Checker da Firefox permite identificar análises falsas em produtos da Amazon (Imagem: Reprodução/MSPowerUser)
Review Checker da Firefox permite identificar análises falsas em produtos da Amazon (Imagem: Reprodução/MSPowerUser)

O consumo é um dos motores dos serviços do Google e de navegadores. A identificação de reviews falsas é importante para entregar aos usuários uma melhor experiência de compra e de lazer em estabelecimentos comerciais. No ano passado, a Mozilla liberou para o Firefox uma ferramenta que identifica análises falsas de produtos. O recurso possui um funcionamento parecido com o algoritmo do Google, sendo baseado em machine learning e capaz de identificar padrões nos textos dos autores das reviews.

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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