Sua chance de conhecer uma loja física da Amazon acaba de diminuir

Amazon vai fechar 68 lojas físicas nos Estados Unidos e Reino Unido para focar em áreas mais lucrativas após resultado trimestral ruim

Bruno Ignacio

A Amazon está fechando todas as Amazon Books, suas livrarias físicas, e suas lojas Amazon 4-star e Amazon Pop Up nos Estados Unidos e Reino Unido. No total, a empresa vai se desfazer de 68 estabelecimentos. Aparentemente, os negócios físicos não estão mais dando retorno e a companhia prefere se concentrar em áreas que se provaram mais lucrativas.

Livrarias físicas Amazon Books serão todas fechadas nos EUA e Reino Unido (Imagem: Shinya Suzuki/ Flickr)
Livrarias físicas Amazon Books serão todas fechadas nos EUA e Reino Unido (Imagem: Shinya Suzuki/ Flickr)

As lojas da Amazon nunca chegaram ao Brasil. A empresa vem testando há anos entrar para o varejo físico nos Estados Unidos, mas parece que o investimento não está mais compensando. Com a nova decisão, as chances de nós, brasileiros, vermos uma loja dessas por aqui caíram ainda mais.

As informações foram inicialmente publicadas pela Reuters, que conversou com um porta-voz da Amazon. As datas de encerramento variam de acordo com o local e a companhia disse que vai ajudar os funcionários afetados a encontrar funções em outros setores da empresa.

Os trabalhadores que optarem por não ficar receberão pacotes de indenização, segundo o porta-voz da companhia. No entanto, a Amazon se recusou a compartilhar quantas pessoas serão afetadas pelos fechamentos das lojas.

Fechamentos são o resultado de trimestre ruim

A empresa lançou recentemente uma série de conceitos de estabelecimentos comerciais físicos que mesclam a experiência presencial com a tecnologia e recursos online. Em janeiro, por exemplo, a Amazon anunciou o lançamento de sua primeira loja física de roupas, a Amazon Style, que deve chegar aos Estados Unidos ainda em 2022.

Por outro lado, as Amazon 4-star que estão sendo fechadas já tentaram inovar com operações na loja física vinculadas ao digital, apresentando os produtos mais vendidos em seu marketplace na vitrine. No entanto, parece que a estratégia da Amazon não deu muito certo até agora.

O crescimento das vendas das unidades de lojas físicas ficou visivelmente atrás do negócio geral de varejo online da empresa. Outros estabelecimentos da companhia, que incluem supermercados Whole Foods e Fresh, registraram vendas mais baixas em 2021 do que em 2018, disse o porta-voz à Reuters.

Amazon implementou em seus supermercados a tecnologia Just Walk Out (Imagem: Divulgação/Amazon)
Amazon implementou em seus supermercados a tecnologia Just Walk Out (Imagem: Divulgação/Amazon)

Os resultados financeiros do último trimestre foram a principal razão dos fechamentos das lojas. A Amazon mudou de postura após registrar as mais baixas taxas trimestrais de crescimento no varejo desde 2001. Após a divulgação dos números, as ações da companhia caíram 8%. No ano passado, seu desempenho na bolsa de valores foi o pior dentre o grupo Big Tech, que inclui também a Apple, Microsoft, Google e Meta (ex-Facebook).

Segundo o porta-voz da Amazon, a empresa segue com a construção de conceitos e tecnologias para o varejo físico no longo prazo. Assim, os planos para a Amazon Style seguem de pé neste primeiro momento. Além disso, a companhia também afirmou que continuará a se concentrar nas redes de supermercados Amazon Fresh e Whole Foods, e na loja de conveniência Amazon Go.

Mesmo com baixos resultados, as lojas físicas da Amazon ainda são seu laboratório para novas tecnologias. A empresa já introduziu diversos experimentos tecnológicos para o varejo como o sistema “Just Walk Out”. Outras ferramentas incluem o Amazon One, que permite aos usuários escanear a palma das mãos para pagar por itens, e os Dash Carts, carrinhos de compras cheios de sensores que permitem aos compradores fazer check-out sem caixa.

Com informações: Reuters

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.