O Telegram tem uma política de privacidade que começa assim: “nós nunca compartilhamos seus dados com ninguém. Até hoje, divulgamos 0 bytes de dados de usuários para terceiros, incluindo governos”.
Por causa disso, o Telegram corre o risco de ser banido na Rússia. O Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessor da KGB, quer que a empresa entregue as chaves de criptografia de seis usuários — e ela disse não.
O Telegram foi multado em US$ 14 mil e recorreu à Suprema Corte da Rússia, que decidiu contra o aplicativo. Ainda assim, o CEO Pavel Durov se recusou a cumprir a ordem.
Por isso, a Roskomnadzor — agência de comunicações da Rússia — entrou nesta sexta-feira (6) com uma ação judicial para restringir o acesso do Telegram em território russo, segundo a Reuters.
O FSB quer as chaves de criptografia para investigar usuários acusados de planejar ataques terroristas. Desde 2016, a Rússia tem leis antiterrorismo que preveem a quebra de sigilo para apps de mensagens.
O Telegram acredita que essa medida iria violar a privacidade dos usuários. Por sua vez, o FSB argumenta que não poderia fazer muita coisa só com as chaves de criptografia: para coletar dados, a agência também precisaria obter uma ordem judicial.
Em março, Durov disse no Twitter que “ameaças de bloquear o Telegram, a menos que entregue dados privados de seus usuários, não darão frutos”.
O Telegram chegou a 200 milhões de usuários ativos, e arrecadou US$ 1,7 bilhão para financiar sua criptomoeda própria, chamada Gram.