O Telegram tem uma política de privacidade que começa assim: “nós nunca compartilhamos seus dados com ninguém. Até hoje, divulgamos 0 bytes de dados de usuários para terceiros, incluindo governos”.

Por causa disso, o Telegram corre o risco de ser banido na Rússia. O Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessor da KGB, quer que a empresa entregue as chaves de criptografia de seis usuários — e ela disse não.

O Telegram foi multado em US$ 14 mil e recorreu à Suprema Corte da Rússia, que decidiu contra o aplicativo. Ainda assim, o CEO Pavel Durov se recusou a cumprir a ordem.

Por isso, a Roskomnadzor — agência de comunicações da Rússia — entrou nesta sexta-feira (6) com uma ação judicial para restringir o acesso do Telegram em território russo, segundo a Reuters.

O FSB quer as chaves de criptografia para investigar usuários acusados de planejar ataques terroristas. Desde 2016, a Rússia tem leis antiterrorismo que preveem a quebra de sigilo para apps de mensagens.

O Telegram acredita que essa medida iria violar a privacidade dos usuários. Por sua vez, o FSB argumenta que não poderia fazer muita coisa só com as chaves de criptografia: para coletar dados, a agência também precisaria obter uma ordem judicial.

Em março, Durov disse no Twitter que “ameaças de bloquear o Telegram, a menos que entregue dados privados de seus usuários, não darão frutos”.

O Telegram chegou a 200 milhões de usuários ativos, e arrecadou US$ 1,7 bilhão para financiar sua criptomoeda própria, chamada Gram.

Com informações: Reuters, Engadget.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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