As TVs 3D estão finalmente mortas
LG e Sony eram as únicas gigantes que resistiam no segmento, mas elas acabam de desistir
A indústria bem que tentou. E tentou mais de uma vez. Mas não teve jeito: as TVs 3D até geraram algum interesse no início, mas depois que o ar de novidade se desfez, nada nesse tipo de tecnologia conseguiu atrair os consumidores. Eis o resultado: LG e Sony, as duas últimas companhias que ainda produziam TVs 3D, deixaram o segmento de vez.
Há uma percepção generalizada de que toda tecnologia nova, pela carga de modernidade que traz, vale a pena. Mas não é assim. Muitas vezes, o que é mais antigo ou simples oferece uma experiência mais rica. Essa talvez seja a principal razão para os televisores 3D não terem emplacado: uma experiência “morna”. Ou ruim mesmo.
Para começar, a falta de um padrão único sempre atrapalhou. Houve TVs lançadas com 3D passivo, que se baseiam em óculos com lentes polarizadas, essencialmente. Outras foram disponibilizadas com 3D ativo, cujos óculos utilizam lentes com tecnologia LCD ou mesmo Plasma, o que explica os preços mais elevados desses modelos.
Até entre TVs que utilizavam a mesma tecnologia (passiva ou ativa), era comum perceber imagens boas em determinado modelo e imagens ruins (mais distorcidas ou escuras, por exemplo) em outro.
Mas o pior mesmo é a falta de conteúdo que faça a reprodução tridimensional valer a pena. A maioria das produções compatíveis com 3D consite meramente em adaptações de conteúdo “normal”. Quase sempre é melhor assistir ao filme em 2D mesmo — isso tem validade inclusive para o cinema, você sabe.
Diante da falta de perspectiva, os fabricantes foram pulando do barco aos poucos. Samsung e Philips, por exemplo, deixaram de fabricar TVs 3D no ano passado. Panasonic e Sharp trilharam o mesmo caminho um pouco antes, assim como companhias menores, como CTL e Vizio (esta parou a produção em 2013).
LG e Sony resistiram bravamente no segmento, mas ambas confirmaram à CNET que estão deixando os televisores 3D de lado neste ano. Tim Alessi, diretor de desenvolvimento de novos produtos da LG, justificou a decisão dizendo que “a capacidade 3D nunca foi universalmente aceita na indústria para uso doméstico, tampouco é um fator decisivo no momento da compra de uma TV”.
A resposta da Sony, dada por um porta-voz, foi bem mais vaga, mas no fundo também indica que a decisão é mesmo motivada pelo fracasso da tecnologia: “com base nas tendências atuais do mercado, decidimos não dar suporte ao 3D em nossos modelos 2017”.
Sabe o que é mais curioso? Há uma petição online, com mais de 6 mil apoiadores, pedindo para a LG voltar a fabricar TVs 3D. Bom, pode até ser que esse tipo de tecnologia volte um dia, mas agora os fabricantes estão focados em outras ideias, como TVs com resolução 4K e suporte a HDR.
Enquanto isso, outro tipo de produto segue para o corredor da morte: a TV com tela curvada.
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