USB-IF vai usar novos selos para tentar resolver bagunça dos padrões

Entidade cria identificação de gigabits por segundo e watts para cabos, carregadores e portas; ideia é simplificar para consumidor

Giovanni Santa Rosa
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USB-C (imagem: Ajay Suresh/Flickr)

Se você já precisou comprar um cabo USB com um recurso específico, como velocidade rápida ou alta transmissão de energia, sabe que não é muito fácil descobrir qual produto serve para o que você procura. O USB Implementers Forum (USB-IF) vai tentar resolver isso com novos selos para cabos, carregadores e portas, que mostram números em watts e gigabits por segundo.

Com a mudança, o USB-IF pretende deixar de lado marcas como SuperSpeed e mesmo USB4. Ou seja, nada de precisar decorar o que cada padrão significa: basta olhar os selos.

Jeff Ravencraft, chefe de operações do grupo, disse ao site The Verge que o fórum fez pesquisas com grupos diferentes de consumidores e “ninguém, entre essas pessoas, entendia as mensagens e as marcas, muito menos controle de revisão ou nomes de especificações”.

Selos para embalagens e portas
Selos para embalagens e portas (Imagem: Divulgação / USB-IF)

Até o fim do ano, devem aparecer nas lojas os primeiros cabos certificados. Eles terão identificação para velocidade de transmissão de dados — 5, 10, 20 ou 40 Gbps — e potência de recarga — 60 ou 240 W. Isso vale para USB Type-A, microUSB e USB Type-C.

Essa é uma evolução em relação à primeira tentativa, apresentada em setembro de 2021. Na ocasião, os selos dos cabos só precisavam mostrar uma das duas características. Agora, as duas são obrigatórias.

As identificações não se aplicam aos padrões 1.0 e 2.0. O USB-IF disse que um selo “480 Mbps”, máximo dos padrões antigos, confundiria os consumidores — alguém poderia achar que 480 Mbps é mais rápido que 5 Gbps por causa dos números, por exemplo.

Selos para cabos
Selos para cabos (Imagem: Divulgação / USB-IF)

Recursos de cabos USB ficaram de fora

Isso quer dizer que os problemas estão resolvidos? Não, longe disso.

Os logos de Gbps e W nos cabos ajudam a identificar características simples, mas alguns padrões ficaram de fora. Recursos como DisplayPort e PCIe não foram contemplados, bem como tecnologias proprietárias, como o Quick Charge, da Qualcomm.

Além disso, o USB é um padrão aberto. Isso quer dizer que ninguém é obrigado a usar o que o USB-IF determina, muito menos certificar seus cabos e produtos junto ao órgão.

Mesmo assim, vamos combinar: um selinho mostrando watts e gigabits por segundo pode fazer a diferença na hora de escolher entre um cabo e outro.

Com informações: USB-IF, The Verge, XDA-Developers.

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Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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