USB 1.1, 2.0, 3.0 e 4.0: quais as diferenças entre as versões da conexão USB?
Entenda o que muda entre as principais versões do USB (Universal Serial Bus). USB4 é a versão mais recente da tecnologia de conexão e transporta mais dados e energia; descubra mais
USB 1.1, 2.0, 3.0 e 4.0 (USB4) são as principais versões do USB, padrão de conexão com fio lançado há três décadas. Novas versões da tecnologia se diferenciam em características como velocidade de transferência de dados e capacidade de fornecimento de energia.
A primeira versão oficial foi o USB 1.0, lançado em 1996. Mas foi o USB 1.1, introduzido em 1998 com compatibilidade melhorada, que tornou a tecnologia conhecida para conectar periféricos a computadores.
A seguir, o Tecnoblog mostra as principais características das versões do USB, incluindo velocidades e conectores compatíveis com cada uma.
O padrão USB tem quatro versões principais que foram adotadas em grande escala: USB 1.1, 2.0, 3.0 e 4.0 (USB4).
Além disso, especificações como USB 3.0 e USB4 receberam pequenas revisões geracionais, como o USB 3.1 e o USB4 2.0, que aumentaram a velocidade do protocolo ou incluíram suporte a novos tipos de sinais de dados.
USB 1.0 e 1.1
O USB 1.0 foi lançado em 1996 como a versão que introduziu a tecnologia à indústria. Tem transferência de dados de 1,5 Mb/s em modo Low Speed (baixa velocidade) ou de 12 Mb/s em modo Full Speed (velocidade máxima).
A tecnologia só ganhou mercado a partir de 1998, quando o USB 1.1 foi anunciado com ajustes técnicos que superaram as limitações de compatibilidade com computadores e periféricos da versão 1.0. O USB 1.1 manteve as velocidades de 1,5 Mb/s e 12 Mb/s.
O USB 1.0 e o USB 1.1 introduziram ainda o Plug and Play (conecte e use), permitem alimentação elétrica de 2,5 W, e são compatíveis com os conectores USB-A e USB-B.
USB 2.0
O USB 2.0 surgiu em 2000 trazendo taxa de transferência de dados máxima de 480 Mb/s, o que fez a versão receber a marca High Speed (ou Hi-Speed). Essa velocidade tornou a tecnologia ainda mais popular, inclusive para alimentação elétrica, embora o USB 2.0 tenha mantido a potência de 2,5 W.
A compatibilidade com as versões 1.0 e 1.1 foi mantida, assim como com os conectores USB-A e USB-B. O USB 2.0 também introduziu os conectores mini-USB e micro-USB, ambos com dimensões reduzidas, além de suportar o conector USB-C.
USB 3.0, 3.1 e 3.2
O USB 3.0 surgiu em 2008 com taxa de transferência de até 5 Gb/s (SuperSpeed) e alimentação elétrica de 4,5 W. A versão também introduziu o conector USB-A de nove pinos, com fios adicionais para o fluxo de dados, além de suportar o conector USB-C.
Em 2013, o USB 3.1 aumentou a velocidade para 10 Gb/s (SuperSpeed+) e introduziu o padrão USB Power Delivery para alimentação elétrica de até 100 W. O USB 3.2 foi lançado em 2017 como uma atualização que eleva a taxa de transferência de dados para 20 Gb/s.
Com o lançamento do USB 3.2, a USB Implementers Forum mudou a nomenclatura dessas versões na tentativa de padronizá-las:
De USB 3.0 para USB 3.2 Gen 1
De USB 3.1 para USB 3.2 Gen 2
De USB 3.2 para USB 3.2 Gen 1×2 (10 Gb/s) e USB 3.2 Gen 2×2 (20 Gb/s)
USB4 e USB4 2.0
O USB4 foi anunciado em 2019 como uma versão com transferência de dados de até 40 Gb/s. Isso é possível porque a tecnologia é baseada no padrão Thunderbolt, que suporta a mesma velocidade nas versões 3 e 4. O USB4 também trabalha com o USB Power Delivery de 100 W para alimentação elétrica e requer conector USB-C.
O USB4 2.0 foi revelado em 2022 para permitir taxas de transferência de dados de até 80 ou 120 Gb/s, de acordo com o modo de operação. Essa versão também traz uma implementação do USB Power Delivery que oferece até 240 W para alimentação elétrica.
A denominação oficial dessas versões é “USB4” em vez de USB 4.0, com a sigla da tecnologia e o número da versão escritos sem espaço entre eles.
Quais são as diferenças entre USB 1.1, 2.0, 3.0 e 4.0?
As versões de USB 1.1, 2.0, 3.0 e 4.0 se diferenciam em características como taxa de transferência de dados, capacidade de alimentação elétrica e conectores compatíveis. Confira, a seguir, o que muda em cada versão.
Cada versão do USB têm uma taxa nominal, isto é, uma velocidade máxima de transferência de dados. A taxa de transmissão real, aquela que é efetivamente atingida, varia de acordo com fatores como qualidade do cabo e tecnologias empregadas nos dispositivos conectados. As taxas nominais do USB são estas:
Versão
Taxa de transferência nominal
Ano de anúncio
USB 1.0
12 Mb/s
1996
USB 1.1
12 Mb/s
1998
USB 2.0
480 Mb/s
2000
USB 3.0
5 Gb/s
2008
USB 3.1
10 Gb/s
2013
USB 3.2
20 Gb/s
2017
USB4
40 Gb/s
2019
USB4 2.0
120 Gb/s
2022
Taxas de transferência das versões do USB
2. Potência
A potência representa a quantidade de energia elétrica que um dispositivo pode fornecer a outro via conexão USB, a exemplo de um adaptador que faz carregamento da bateria de um celular.
As versões USB 3.1, 3.2 e USB4 suportam o padrão USB Power Delivery (USB-PD), logo, podem fornecer mais energia que as anteriores. Estas são as capacidades nominais de cada versão:
Versão
Corrente
Tensão
Potência
USB 1.0
500 mA
5 V
2,5 W
USB 1.1
500 mA
5 V
2,5 W
USB 2.0
500 mA
5 V
2,5 W
USB 3.0 / 3.1 / 3.2
900 mA
5 V
4,5 W
USB 3.1 / 3.2 com USB-PD
5 A
20 V
100 W
USB4 com USB-PD
5 A
20 V
100 W
USB4 2.0 com USB-PD
5 A
48 V
240 W
Fornecimento de energia elétrica das versões do USB
Esses são os valores padronizados. Dependendo da capacidade de transmissão de energia do cabo, do carregador ou da porta USB em uso, determinados positivos podem alcançar potências inferiores ou superiores às estabelecidas para cada versão do USB.
3. Conectores
Conectores e portas USB são os padrões de conexão física da tecnologia. O mais conhecido é o conector USB-A, que tem formato retangular, e permite transmissão de dados e alimentação elétrica. Mas o conector USB-C vem se popularizando por ser mais moderno, menor e reversível (conecta de qualquer lado).
A compatibilidade entre os diferentes conectores USB varia de acordo com a versão da tecnologia, como mostra a tabela abaixo:
Versão
USB-A
USB-B
mini-USB
micro-USB
USB-C
USB 1.0
Sim
Sim
Não
Não
Não
USB 1.1
Sim
Sim
Sim
Não
Não
USB 2.0
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
USB 3.0
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
USB 3.1
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
USB 3.2
Não
Não
Não
Não
Sim
USB4
Não
Não
Não
Não
Sim
USB4 2.0
Não
Não
Não
Não
Sim
Compatibilidade entre versões e conectores USB
Nas versões USB 3.x, a compatibilidade com os conectores USB-A, USB-B e micro-USB só é total com versões desses padrões que contam com pinos adicionais para transporte de dados.
4. Compatibilidade
Versões modernas do USB são combinadas com outras tecnologias para permitir fluxos de dados que vão além de compartilhamento de arquivos, como transmissões de áudio ou vídeo em resolução 8K. Estas são as integrações mais interessantes:
Tecnologia
Integra com
Detalhes
Thunderbolt 3 e 4
USB4
Requer conexão USB-C; funciona com USB 3.x, mas com velocidades inferiores
Thunderbolt 5
USB4 2.0
Requer conexão USB-C; funciona com USB 3.x e USB4, mas com velocidades inferiores
DisplayPort 2.0
USB4, USB4 2.0
O recurso DisplayPort Alt Mode permite que a conexão funcione via porta USB-C
DisplayPort 2.1
USB4, USB4 2.0
O recurso DisplayPort Alt Mode é otimizado nesta versão
PCI Express
USB4, USB4 2.0
Dispositivos baseados em PCIe, como GPUs externas, podem ser conectados a um PC com USB4
Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Foi reconhecido nas edições 2023 e 2024 do Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.
Paulo Higa
Ex-editor executivo
Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.