O que é FireWire? Como funciona a conexão que competiu com o USB
Entenda para que servia o IEEE 1394, mais conhecido como FireWire; padrão competia com o USB, era apoiado pela Apple e passou por brigas relacionadas ao licenciamento
Entenda para que servia o IEEE 1394, mais conhecido como FireWire; padrão competia com o USB, era apoiado pela Apple e passou por brigas relacionadas ao licenciamento
FireWire é uma interface de transmissão de dados criada por Apple, Sony, Panasonic, Intel e outras empresas para conectar periféricos a computadores. Funciona de maneira similar ao USB, transmitindo dados por meio de um fio com comunicação serial.
Também conhecido como IEEE 1394, o FireWire foi projetado a partir de 1986, nunca atingiu grande popularidade e perdeu espaço para outras tecnologias, como o USB e o Thunderbolt, na década de 2010. Entenda, a seguir, como funcionava e para que servia o FireWire.
O FireWire (IEEE 1394) funciona transmitindo sinais digitais por meio de um cabo, geralmente de cobre, com até 4,5 metros de extensão e um conector de 4, 6 ou 9 pinos. Os dados são transmitidos de maneira serial, ou seja, um bit é enviado por vez, sequencialmente, assim como ocorre no padrão USB (Universal Serial Bus).
O nome original da tecnologia é IEEE 1394 High Speed Serial Bus. No entanto, o padrão ficou mais conhecido pela marca FireWire, de propriedade da Apple. Em 2002, a 1394 Trade Association e a Apple fecharam um acordo para o uso da marca e do símbolo FireWire sem necessidade de pagamento de royalties.
A velocidade de transferência do FireWire pode ser de até 400 ou 800 Mb/s nas versões mais comuns, ou de múltiplos gigabits por segundo nas últimas revisões da tecnologia, que não foram adotadas em larga escala. Além disso, o FireWire pode alimentar dispositivos com uma potência de até 45 W, a uma tensão de até 30 V.
As conexões FireWire são do tipo plug and play e não necessitam de nenhuma configuração física para que um dispositivo seja reconhecido pelo sistema operacional. Devido à facilidade de uso, a tecnologia equipou principalmente aparelhos portáteis, como iPods, HDs externos, filmadoras e webcams.
Outra característica do IEEE 1394 é o fato de ser P2P (peer-to-peer), ou seja, todos os dispositivos plugados na mesma interface, até o limite de 63 aparelhos, se enxergam mutuamente, sem necessidade de um controlador único. Em tese, esse modelo permite atingir latências mais baixas em relação ao USB.
O FireWire foi projetado para conectar periféricos a computadores, com foco em dispositivos de áudio e vídeo, além de aparelhos que se beneficiam de baixa latência, como HDs externos e equipamentos de rede.
Para suportar esses periféricos, os engenheiros David James e Michael Johas Teener implementaram o acesso isócrono, um método que permite transmitir simultaneamente dados por streaming (como vídeo em tempo real) e dados assíncronos de baixa latência (como pacotes de internet) na mesma conexão FireWire.
Na prática, o FireWire acabou restrito a equipamentos de nicho das décadas de 1990 e 2000, como câmeras de vídeo, HDs externos profissionais e os primeiros iPods, antes da criação do conector de 30 pinos. O padrão concorrente adotado em larga escala foi o USB. No mercado profissional, o FireWire foi substituído pelo Thunderbolt.
A primeira versão foi a FireWire 400, que tinha velocidade de até 400 Mb/s. A lista a seguir detalha as principais versões do FireWire:
O FireWire acabou porque perdeu a disputa para o USB, que se tornou um padrão adotado em larga escala; e porque foi substituído pelo Thunderbolt, uma interface moderna capaz de atingir velocidades mais altas. A história da tecnologia foi marcada principalmente por disputas relacionadas ao pagamento de royalties.
A responsável pelo licenciamento da tecnologia era a Apple. Quando passou por uma crise financeira, no final da década de 1990, o CEO Steve Jobs decidiu cobrar uma taxa de US$ 1 por porta. Em resposta, a Intel, líder do mercado de PCs, removeu o suporte ao FireWire e adotou o padrão USB 2.0 em seus chipsets.
Mesmo com a redução da taxa para US$ 0,25 por sistema (independente do número de portas), anunciada um mês após o aumento, não houve mais interesse por parte da Intel. Em 2008, a Apple lançou o primeiro MacBook sem porta FireWire e, em 2012, parou de produzir produtos com a tecnologia.
FireWire e USB são conexões equivalentes para transferência de dados. Ambas são tecnologias de comunicação seriais, ou seja, transportam um bit de cada vez. No entanto, o FireWire ficou restrito a equipamentos de nicho, enquanto o padrão USB se tornou universal na indústria de tecnologia.
FireWire e Thunderbolt são tipos de conexões com fio para transferência de dados. A tecnologia Thunderbolt é considerada sucessora do FireWire e trouxe diversas melhorias, como velocidades de transferência maiores e a possibilidade de transmitir vídeo para monitores de altíssima resolução.