Vivo cresceu 10% em acessos de fibra óptica nas capitais da GVT em 2019

Fibra óptica está presente em 36,9% dos acessos de banda larga da Vivo em todo o Brasil

Lucas Braga
• Atualizado há 3 anos

Quando a Vivo comprou a GVT, a expansão da fibra óptica para fora do estado de São Paulo foi colocada em pauta, e ainda é um assunto que caminha devagar. Nas capitais onde a antiga operadora atuava, a presença de fibra óptica atingiu em 2019 a marca de 38,9% na base de clientes de internet fixa, crescimento de quase 10% em relação ao ano anterior.

As informações foram apuradas pelo Tecnoblog através da Anatel. A Vivo usa a tecnologia FTTH (fiber to the home) para levar fibra óptica até a casa do cliente. A capital atendida pela antiga GVT com a maior quantidade de acessos de fibra é Florianópolis/SC (50,9% dos acessos), seguida por Porto Alegre/RS (42,9%) e Rio de Janeiro (36,7%).

Por sua vez, a cidade com o maior crescimento de acessos em fibra foi Salvador/BA (+23,2%), seguido de Cuiabá/MT (+15,2%). O município com o pior desempenho foi Natal/RN, com expansão de apenas 0,2%, seguido de Brasília (+5,7%).

Em São Paulo, cidade-sede da Vivo e de maior importância para a operadora, a presença de fibra óptica chega a 54,7%, com expansão de 8,4% no número de acessos comparado com janeiro de 2019. Já Curitiba, cidade que foi berço da GVT, conta com apenas 21,7% dos acessos via FTTH.

Nos novos mercados, como Manaus, Teresina, São Luís e diversas cidades do interior do país, a Vivo já inicia as operações utilizando apenas tecnologias de fibra óptica para serviços de banda larga, TV por assinatura e telefonia fixa.

Considerando todas as cidades brasileiras, a Vivo soma 7 milhões de acessos de banda larga, 600 mil a menos que em janeiro de 2019. Do total, 36,9% são atendidos por FTTH, enquanto 63,1% continuam usando par metálico (xDSL).

Vivo precisa de fibra para continuar relevante

A expansão da fibra óptica é importantíssima para a Vivo, que optou por desestimular os serviços ofertados com xDSL, herdados da antiga GVT e da operação da Telefônica de São Paulo. A fibra permite maiores velocidades de download e upload, menor latência e não sofre com perdas de velocidade por distância ou com campos eletromagnéticos que afetam conexões de par metálico.

Com par metálico, a Vivo possui velocidades de até 50 Mb/s, mas depende de fatores técnicos como distância do modem do cliente até a central da operadora. Em muitos casos, clientes ficam restritos a velocidade de 15 Mb/s, enquanto sua principal concorrente, Claro, consegue entregar velocidades de 240 Mb/s praticamente em qualquer local coberto pela rede de cabos coaxiais.

A fibra é importante para que a Vivo continue sendo uma operadora relevante de banda larga e até mesmo de TV por assinatura, visto que ela encerrou a comercialização de TV via satélite e tenta migrar a base atual de clientes para o IPTV. Com velocidades menores que os concorrentes e sem a cobertura FTTH, eles acabam cancelando o serviço e trocando de fornecedor.

Crescimento da Vivo em acessos por fibra óptica

Capitais atendidas pela Vivo com xDSL e fibra Acessos por fibra em janeiro de 2019 Acessos por fibra em dezembro de 2019 Crescimento em acessos por fibra em 2019
AL – Maceió 1% 11% 10%
BA – Salvador 6,2% 13,3% 23,2%
CE – Fortaleza 9,3% 17,6% 7,1%
DF – Brasília 13,1% 18,8% 5,7%
ES – Vitória 0,8% 19,7% 18,9%
GO – Goiânia 13,4% 22% 8,6%
MT – Cuiabá 5,2% 20,4% 15,2%
MS – Campo Grande 9,7% 17,4% 7,7%
MG – Belo Horizonte 18,7% 28,1% 9,4%
PB – João Pessoa 14,1% 27,7% 13,6%
PR – Curitiba 12% 21,7% 9,7%
PE – Recife 5,6% 17,5% 11,9%
RJ – Rio de Janeiro 24,4% 36,7% 12,3%
RN – Natal 1,5% 1,7% 0,2%
RS – Porto Alegre 31,6% 42,9% 11,3%
SC – Florianópolis 39,9% 50,9% 11%%
SP – São Paulo 46,3% 54,7% 8,4%
SE – Aracaju 4,7% 11,1% 6,4%
Capitais atendidas com xDSL (apenas GVT) 13,7% 23,5% 9,8%
Capitais atendidas com xDSL (incluindo SP) 29,3% 38,9% 9,6%
Todos os municípios atendidos 27% 36,9% 9,9%

Com informações: Anatel.

Leia | O que é FTTH, FTTC e FTTB?

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.