Vivo evita pagar multa milionária à Anatel; valor será investido em fibra e 4G
Anatel e Vivo assinam Termo de Ajustamento de Conduta; tele precisa ressarcir clientes com cobrança indevida e investir R$ 435 milhões para melhorar serviços
Anatel e Vivo assinam Termo de Ajustamento de Conduta; tele precisa ressarcir clientes com cobrança indevida e investir R$ 435 milhões para melhorar serviços
A Vivo e a Anatel assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) na última segunda-feira. O acordo, aprovado pelo conselho diretor da reguladora em dezembro de 2021, permite que a operadora deixe de pagar o equivalente a R$ 219 milhões em multas e sanções. Para isso, o grupo Telefônica deverá investir no atendimento, aumentar a rede 4G, expandir fibra óptica no Nordeste e ressarcir clientes cobrados indevidamente.
Os TACs da Anatel são polêmicos, e muitos consideram como um “presente” da reguladora para as operadoras. Em vez de arcar com as multas de caráter punitivo, as empresas ganham autorização para converter o valor em investimentos da rede.
Esses investimentos acabam aumentando o alcance das redes. Para as operadoras é atrativo, dado que elas deixam de pagar as multas punitivas e investem em melhorias que acabam atraindo novos clientes. Esses novos usuários pagarão normalmente pelos serviços de telecom e geram receita para a empresa.
A Vivo firmou os seguintes compromissos de melhoria nas redes móveis em até quatro anos:
Além disso, a Vivo também deverá promover algumas melhorias no sistema de atendimento ao consumidor. O acordo inclui a implementação de procedimentos técnicos na URA (atendimento automático nas centrais telefônicas), ampliação do atendimento em canais digitais e uso de aplicação que permita maior facilidade no suporte via call center.
A operadora também se comprometeu a implementar um Plano de Reparação de Usuários, que deve ressarcir em até seis meses consumidores afetados por cobranças indevidas.
Além do valor de ajustamento de condutas, a Vivo terá compromissos adicionais na casa dos R$ 216 milhões para instalação de redes de transporte de longa distância com fibra óptica (backbone).
Essa infraestrutura contempla 42 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Piauí, dos quais 25 não possuem conexão de fibra. O acordo impõe capacidade mínima de 10 Gb/s nos municípios e 100 Gb/s no enlace óptico.
O TAC também determina que a Vivo compartilhe essas novas rotas de backbone “de forma isonômica, transparente e não discriminatória (…) a preço de mercado justo para outros provedores e prestadores de serviços de telecomunicações”.
Ao todo, a rede a ser construída totaliza mais de 1,4 mil km de extensão. Assim como as obrigações para o serviço móvel, o prazo para instalação do backbone é de quatro anos.