Vivo fecha acordo bilionário com novo sócio para expandir fibra óptica

Fundo canadense paga R$ 1,8 bilhão por participação de 50% da FiBrasil, que irá expandir fibra fora do estado de SP

Lucas Braga
• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Vivo Fibra (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)
Vivo irá expandir fibra óptica com companhia neutra FiBrasil (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A Vivo divulgou nesta terça-feira (2) um acordo comercial para expandir sua rede de fibra óptica no Brasil. Em conjunto com o fundo canadense CDQP, a operadora criou o provedor neutro FiBrasil que será responsável pela cobertura de internet fixa em 5,5 milhões de domicílios. O modelo de rede neutra também é adotado por concorrentes como TIM e Oi.

O fundo CDQD pagará R$ 1,8 bilhão por 50% de participação na FiBrasil. A Telefônica Brasil ficará responsável por 25% da empresa, enquanto a espanhola Telefónica Infra terá os demais 25%.

Na nova companhia, a Vivo irá contribuir com parte da sua rede e destinará 1,6 milhão de domicílios já cobertos (home passed) com fibra óptica. A operadora se manterá como cliente âncora da FiBrasil, mas o provedor neutro deverá atender outras empresas.

A Vivo não divulgou exatamente quais as localidades da sua rede que serão incorporadas na FiBrasil. O comunicado ao mercado esclarece que que o foco da nova empresa é atingir 5,5 milhões de lares em quatro anos, com foco em cidades médias fora do estado de São Paulo.

A companhia já havia anunciado na divulgação do balanço financeiro que mantinha negociações avançadas com um grande investidor internacional. A estratégia de encontrar um sócio para expansão de fibra óptica também foi adotada por outras operadoras como TIM e Oi.

Vivo aposta em outras redes neutras e modelo de franquia

A criação da FiBrasil é apenas mais uma forma encontrada pela Vivo para expandir a fibra óptica. Em algumas localidades de Minas Gerais, a operadora já utiliza a rede neutra da American Tower para levar a internet Vivo Fibra a municípios do interior do estado.

A Vivo ainda aposta no modelo de franquias para expandir a presença de fibra óptica no Brasil: com a alcunha “Terra conectado por Vivo Fibra”, a operadora busca empreendedores com capacidade de investimento mínimo de R$ 2,5 milhões para atender cidades pequenas ou bairros periféricos de grandes centros urbanos.

TIM e Oi também apostam em rede neutra

Além da Vivo, outras operadoras se movimentam para montar suas redes neutras:

  • A Oi é o exemplo mais rico e complexo quando se trata desse assunto: a operadora aposta no modelo de separação estrutural e criou a InfraCo, que será responsável pelos mais de 400 mil km de fibra óptica da tele. Com valor comercial avaliado em R$ 20 bilhões, um acordo de exclusividade foi firmado para negociação com o banco BTG Pactual e a Globenet, que atua com cabos submarinos.
  • A TIM também criou sua companhia de rede neutra e informou que mantém negociações avançadas com quatro investidores. A operadora irá contribuir com cobertura nas localidades onde já atende com fibra óptica e cobre (xDSL), e aposta na separação estrutural para expandir os investimentos de banda larga fixa.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.