WhatsApp recebe apoio de Google e Microsoft contra empresa de spyware
Google, Microsoft e outras atuam como amigos da corte, mas têm mesma posição do WhatsApp em ação contra o NSO Group
Google, Microsoft e outras atuam como amigos da corte, mas têm mesma posição do WhatsApp em ação contra o NSO Group
O WhatsApp ganhou reforços na disputa judicial contra a empresa israelenese NSO Group, criadora de um spyware usado para acessar indevidamente dados de usuários do aplicativo de mensagens. O processo ganhou a participação de Google, Microsoft, Cisco, VMware e Internet Association, grupo formado por empresas como Amazon, Facebook e Twitter.
Elas integrarão o processo como amicus curiae (ou amigo da corte), ou seja, quem auxilia a decisão do tribunal e não está ligado a nenhuma das partes. O posicionamento das empresas, no entanto, vai ao encontro de alegações feitas pelo WhatsApp. Elas apontam que o spyware do NSO Group faz com que todos os usuários tenham menos segurança.
Conhecido como Pegasus, o programa malicioso invade o celular por meio de vulnerabilidade em apps ou acesso a links maliciosos. Ele é capaz de ativar o microfone e a câmera de um celular e coletar mensagens e dados sobre localização. Além disso, ele tem acesso às fotos e outros arquivos armazenados no dispositivo.
A invasão a celulares a partir de uma vulnerabilidade no WhatsApp foi revelada em maio de 2019. Em outubro daquele ano, depois de apurar o tamanho da ação, a empresa iniciou um processo contra o NSO Group e informou que o Pegasus havia sido usado para invadir os dispositivos de ao menos 1.400 pessoas entre abril e maio.
Entre os alvos, estavam jornalistas e ativistas dos direitos humanos. O Pegasus foi usado até mesmo contra Jeff Bezos, dono da Amazon. Ele teria recebido o arquivo malicioso do príncipe herdeiro da Árabia Saudita, Mohammed bin Salman. O país seria um dos clientes do NSO Group junto com governos de Emirados Árabes Unidos e Etiópia, por exemplo.
Em comunicado, o chefe de segurança e confiança da Microsoft, Tom Burt, afirmou que a participação de empresas concorrentes no processo poderá ser um passo para proteger consumidores e o ecossistema digital de ataques.
“As empresas privadas devem permanecer sujeitas à responsabilidade quando usarem suas ferramentas de vigilância cibernética para infringir a lei ou permitir intencionalmente seu uso para tais fins, independentemente de quem são seus clientes ou o que eles estão tentando alcançar”, afirmou o executivo.
A declaração parece ser uma resposta para a principal defesa do NSO Group, que alega ter imunidade legal para manter as práticas porque oferece o spyware para governos. Em outras ocasiões, a empresa também afirmou que seu spyware é usado somente para combater o terrorismo e não consegue invadir celulares de cidadãos americanos.
Com informações: TechCrunch.