Lembro até hoje das duras críticas ao Windows Vista. Nos primeiros betas, liberados em 2006, era enorme a quantidade de usuários que reclamavam da lentidão do sistema, principalmente na versão de 64 bits. O motivo era simples: os requisitos mínimos estavam muito acima do que estávamos acostumados no Brasil. A Microsoft aprendeu a lição, o mercado se adaptou, o sistema foi otimizado e o Windows 7 foi muito bem recebido. Com o Windows 8 a história deve se repetir.

Recentemente o norte-americano PCWorld fez uma enquete perguntando o que os usuários estavam achando do desempenho do Windows 8 Consumer Preview — 40% disseram que a performance aumentou e apenas 9,4% reclamaram de lentidões. Os benchmarks confirmaram as impressões e o novo sistema operacional se saiu melhor que o Windows 7 na maioria dos testes.

Windows 8 Consumer Preview

A bateria de testes foi realizada em um computador de nível intermediário-avançado: Intel Core i5-2500K, 8 GB de RAM DDR3 1333 MHz, 1 TB de HD 7200 RPM e placa de vídeo Nvidia GeForce GTX 560 Ti. Eles verificaram a velocidade de inicialização, navegação na web, criação de conteúdo e produtividade. O Windows 7 só foi notavelmente melhor no teste de produtividade.

O Windows 8 foi bem mais rápido na inicialização, cumprindo a promessa da Microsoft em tornar o boot menos lento para o pessoal que não faz parte do feliz grupo de usuários de SSD. Enquanto o Windows 7 demorou 56,2 segundos para iniciar e abrir um arquivo de texto, o Windows 8 fez a mesma tarefa em 36,8 segundos graças ao boot híbrido, uma tecnologia que usa a hibernação para pré-carregar drivers e aplicativos.

Quem utilizar o Internet Explorer 10 como navegador padrão também não ficará desapontado com as melhorias de aceleração por hardware, que aumentou 50% em relação ao Internet Explorer 9 no Windows 7. No Worldbench, que executa tarefas rotineiras no Windows (desfragmentação de disco, alteração no registro, remoção de arquivos e outros), o Windows 8 fez 114 pontos, contra 100 do predecessor.

O novo Windows decepcionou em dois pontos: produtividade (8% mais lento) e criação de conteúdo, que envolve edição de imagens e codificação de áudio/vídeo, mas nesse último a diferença foi mínima. São características importantes de um sistema operacional e muitos usuários já estão reclamando da falta de praticidade em alternar entre a interface clássica e a Metro. Eu também não gostei muito da mistureba de aplicativos e, apesar de agora ser possível utilizar um aplicativo Metro e um aplicativo comum lado a lado, ainda parece gambiarra.

Vale lembrar que o Windows 8 ainda está em beta — ainda teremos uma versão Release Candidate e, por fim, a final. Os drivers não estão adaptados ao novo sistema e a Microsoft ainda precisa fazer suas gambiarras para aperfeiçoá-lo, então os números podem melhorar até outubro, mês mais provável do lançamento oficial.

E você, notou alguma diferença?

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Escrito por

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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