YouTube remove contas que semeavam discórdia em protestos de Hong Kong
O Facebook e o Twitter também removeram contas e acusaram o governo chinês de realizar uma ação coordenada
O Facebook e o Twitter também removeram contas e acusaram o governo chinês de realizar uma ação coordenada
As ações do governo chinês em meio a protestos em Hong Kong levaram YouTube, Facebook e Twitter remover centenas de contas falsas. Segundo as empresas, elas serviam para semear a discórdia entre os manifestantes.
O YouTube, por exemplo, anunciou na quinta-feira (22) que removeu 210 contas de sua plataforma. A ação foi tomada após a empresa descobrir que os canais agiam de forma coordenada ao publicar vídeos relacionados aos protestos em Hong Kong.
“Percebemos o uso de VPNs e outros métodos para disfarçar a origem dessas contas e outras atividades comumente associadas a operações coordenadas de influência”, afirmou o diretor do grupo de análise de risco do Google Security, Shane Huntley.
O Google não deu exemplos dos vídeos removidos e não chegou a afirmar que a ação era parte de uma campanha do governo de Pequim. No entanto, a companhia diz que a descoberta foi “consistente com observações e ações recentes relacionadas à China anunciadas por Facebook e Twitter”.
Na segunda-feira (19), o Facebook anunciou ter removido 7 páginas, 3 grupos e 5 perfis usados para publicar conteúdos sobre os protestos em apoio ao governo. A empresa informou que elas estavam ligadas a uma atividade coordenada inautêntica, o que é proibido na rede social.
Ao todo, as páginas tinham 15,5 mil seguidores e os grupos, 2,2 mil participantes. “Embora as pessoas por trás dessa atividade tenham tentado ocultar suas identidades, nossa investigação encontrou ligações de indivíduos associados ao governo chinês”, afirmou o chefe de política de cibersegurança do Facebook, Nathaniel Gleicher.
O Facebook afirma que realizou sua investigação com base em informações compartilhadas pela equipe de segurança do Twitter, que ainda na segunda afirmou ter removido 936 perfis por violações como spam e ação coordenada.
A plataforma, que é bloqueada na China, afirma que muitas contas acessavam a rede social por VPNs. No entanto, outras usavam endereços de IP sem bloqueio e, com isso, tiveram sua origem identificada.
“Com base em nossas investigações intensivas, temos evidências confiáveis para sustentar que esta é uma operação coordenada e apoiada pelo Estado”, afirmou. Em seu comunicado, a empresa ainda publicou bancos de dados com as contas removidas e seus tweets.
“Essas contas tentaram deliberada e especificamente semear discórdia política em Hong Kong, inclusive minando a legitimidade e as posições políticas do movimento de protesto nas ruas”, continuou a companhia.
As manifestações em Hong Kong, considerada uma Região Administrativa Especial da China desde 1997, são direcionadas ao governo central, de Pequim. Eles começaram em junho em resposta a um projeto de lei que permitiria extraditar suspeitos à China continental.
A proposta foi suspensa em julho, mas os manifestantes pedem que ele seja cancelado definitivamente. Eles também desejam que os protestos não sejam considerados “distúrbios”, que os manifestantes presos tenham anistia e que as eleições da região tenham sufrágio universal.
Com informações: Google, Facebook, Twitter, Ars Technica, TechCrunch.
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