YouTube Vanced, que removia anúncios, “jamais” terá código-fonte aberto

Fundadores do YouTube Vanced dizem em carta que liberação de código-fonte pode gerar “complicações” legais, e se defendem de acusações de pirataria

Pedro Knoth
Por
Site do YouTube Vanced (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

A saga do YouTube Vanced, alternativa à plataforma de vídeos do Google que oferecia recursos premium gratuitamente, ganhou um novo capítulo no sábado (19). Para esclarecer o motivo do serviço ter sido descontinuado, os desenvolvedores do aplicativo escreveram uma carta com explicações, negando pirataria e dizendo que “jamais” abririam o código-fonte do programa.

Os fundadores do YouTube Vanced, ou Project Vanced, disseram que abrir o código-fonte da plataforma na internet traria “sérias complicações” para o time. Eles contaram que nunca houve intenção de divulgar o script usado pelo serviço, e que não forneceram esse segredo a ninguém: “Por favor não pergunte pelo código-fonte ou implore por ele”.

O Vanced era visto como queridinho por usuários por oferecer recursos avançados que não estão presentes na versão gratuita do serviço que ele modifica, o YouTube. A navegação por swipe, contagem pública de dislikes e preferências avançadas na qualidade de vídeo são alguns exemplos.

Mas o Vanced também tinha o bloqueio de anúncios e a opção de continuar assistindo o vídeo minimizado, duas funções queridas e acessíveis apenas pelo YouTube Premium, serviço de assinatura da plataforma.

Vanced não foi acusado de pirataria

Por enquanto, continua extremamente difícil baixar o app do Vanced — o backend do serviço foi desativado e derrubou todos os links de download. Essa foi uma das exigências feitas pelo Google na intimação enviada aos criadores do site alternativo ao YouTube.

Os fundadores do aplicativo reforçaram que não podem ajudar usuários a contornarem a suspensão por “meios alternativos”.

Na carta, os fundadores do Vanced explicam que o serviço não foi descontinuado por acusações de pirataria do Google. Na verdade, a intimação extrajudicial enviada pelo dono do YouTube foi para que o site interrompesse o funcionamento devido a uma violação de marca.

O site alternativo tem seu próprio logo: um contorno retangular com tons de azul e vermelho e um botão de “play” branco no centro. Segundo o Google, ele lembra a inconfundível marca do YouTube, e foi usado sem a autorização oficial da empresa.

O que é o YouTube Premium e quais são as vantagens da assinatura? (Imagem: Christian Wiediger)
Google ganhou disputa e obrigou YouTube Vanced a desativar serviço (Imagem: Christian Wiediger)

Ao contrário de boatos, o Google não intimou o Vanced pelo projeto de NFTs da plataforma. “O Vanced NFT jamais foi comercializado. Além disso, ele foi feito como uma piada, e nada mais”, explicaram os fundadores do site, citando que o YouTube Vanced nunca foi desenvolvido para ganhar dinheiro, e sim como um hobby.

Por fim, os desenvolvedores declararam que o fim do Vanced não tem a ver com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Ninguém do time mora em nenhum desses dois países ou tem laços com eles”.

A despedida do time do Vanced é agridoce. A equipe lembra aos usuários para não atacar pessoalmente nenhum membro pelo encerramento do serviço, e também para não espalhar informações falsas e mais boatos. Os desenvolvedores concluem:

“Nós temos saudades do Vanced do mesmo jeito que vocês todos têm. Cada um de nós aprender pelo menos uma coisa desde que o projeto nasceu. A plataforma também nos deu muito conhecimento sobre mods, bloquear anúncios, temas e muito mais. Foi uma honra oferecer o site para usuários no mundo inteiro. Obrigado a todos pelo apoio e carinho nesses quatro anos. Levaremos isso no coração.

Espero que todos vocês tenham muito sucesso na vida. Tenham um bom dia 🙂

Com informações: Android Police

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

Relacionados