Como funciona o reconhecimento de voz?

A tecnologia do reconhecimento de voz aprende a linguagem como nós, seres humanos, e ela pode ser muito funcional no dia a dia

Victor Hugo Felix
• Atualizado há 1 ano e 6 meses

Estamos convivendo cada vez mais com a tecnologia do reconhecimento de voz. Desde a Siri, da Apple, à Alexa, da Amazon, temos lidado com plataformas que interpretam o que dizemos e executam funções como tocar música, enviar mensagem de texto, criar um lembrete ou até analisar o conteúdo de uma conversa.

Como nós, seres humanos, o reconhecimento de voz tem aprimorado sua capacidade de interpretação da linguagem oral e se tornado mais precisa. Há ainda falhas que precisam ser corrigidas, mas veja aqui quais vantagens essa ferramenta pode oferecer.

Como funciona reconhecimento de voz / Unsplash / Bence Boros

O que é reconhecimento de voz?

Reconhecimento de voz é uma tecnologia que permite a um software captar a fala de uma pessoa e torná-la um texto. Um programa ou aplicativo com essa função registra a fala do usuário e quebra o áudio em partes individuais. Cada uma dessas partes, então, é analisadas por meio de algoritmos para identificar que palavras melhor representam cada som registrado. Então, o áudio é transcrito de forma inteligível ao sistema.

Como funciona o reconhecimento de voz?

Os softwares usam Natural Language Processing (NLP), o que significa que eles dividem o áudio em bits, depois os convertem em formato digital e enfim analisam o conteúdo captado. Então, com base nos padrões da fala, os programas criam hipóteses do que o usuário pode estar falando para então transformar essas informações em texto.

Alguns elementos são levados em conta para a identificação do que está sendo dito nos áudios, como a entonação da voz, o vocabulário, a pronúncia, e etc. Por isso que ferramentas com essa tecnologia podem ter resultados variados e imprecisos dependendo do falante. Por isso, também, criamos os chamados “perfis de voz”.

Nem sempre os softwares compreendem bem diferenças regionais na língua, como o sotaque, nem mudanças no tom de voz, dependendo do humor do usuário.

Além disso, a tecnologia de reconhecimento de voz ainda não é desenvolvida o suficiente para distinguir a fala de uma pessoa de um som ambiente, como o latido de um cachorro ou o ruído do motor de um carro. Isso explica porque Alexa, às vezes, não toca a música certa que você solicitou ou a Siri pediu para você repetir a pergunta mais de uma vez.

Como funciona reconhecimento de voz / Unsplash / Nicolas J. Leclercq

Como a tecnologia aprende a linguagem?

O processo que os softwares passam para assimilar a linguagem oral e transformá-la em informação digital é muito parecido com a aprendizagem humana. Quando somos crianças e não sabemos nos comunicar, ouvimos os adultos emitirem sons e com o tempo aprendemos que a articulação desses sons representa coisas muito distintas.

O reconhecimento de voz, da mesma forma, vem assimilando ao longo dos anos o que os sons representam. É daí que se criam os algoritmos que trazem com maior precisão a transcrição do que está sendo dito pelo usuário. E o processo de aprendizagem ainda está em desenvolvimento, por isso as falhas acima mencionadas poderão ser corrigidas em breve.

É válido mencionar ainda que os softwares utilizados frequentemente pelo mesmo usuário podem captar melhor o modo da pessoa falar e assim fazer transcrições dos áudios com maior precisão. Observando os padrões e as variações de fala, como as entonações de voz, os programas e aplicativos se personalizam e reduzem seus erros de interpretação.

Como usar reconhecimento de voz?

Assistentes virtuais, como a Siri, a Alexa, o Google Assistente e outros, são plataformas que usam bem essa tecnologia. Captando a fala do usuário, esses mecanismos realizam funções que facilitam atividades cotidianas. Em smartphones e tablets, o mecanismo pode também trazer segurança e acessibilidade.

Um motorista pode enviar uma mensagem sem precisar manusear o celular, por exemplo. E pessoas com deficiência podem usar os dispositivos com mais facilidade, propiciando inclusão digital.

A tecnologia também é utilizada no mercado de trabalho, para facilitar a análise de conversas gravadas. A plataforma CallRail, por exemplo, oferece às empresas serviços para identificar os temas abordados em ligações telefônicas com os clientes. Com os áudios transcritos é possível traçar planos de marketing e desenvolver melhor as vendas.

Contudo, a imprecisão de algumas transcrições podem oferecer riscos a quem usa o reconhecimento de voz. A tecnologia deve ser utilizada com consciência de suas limitações. É importante que os usuários estejam dispostos para fazer, eles mesmos, o que o algoritmo ainda não consegue.

Com informações: CallRail, Globalme, Total Voice Technologies.

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Victor Hugo Felix

Victor Hugo Felix

Ex-redator

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, escritor com três obras publicadas, pós-graduado em gestão cultural e técnico em produção de áudio e vídeo, Victor Hugo Felix foi redator freelancer no Tecnoblog em 2020. Também atuou como produtor na Record News e, atualmente, trabalha como assistente de comunicação.