Como funciona o reconhecimento de voz?
A tecnologia do reconhecimento de voz aprende a linguagem como nós, seres humanos, e ela pode ser muito funcional no dia a dia
Estamos convivendo cada vez mais com a tecnologia do reconhecimento de voz. Desde a Siri, da Apple, à Alexa, da Amazon, temos lidado com plataformas que interpretam o que dizemos e executam funções como tocar música, enviar mensagem de texto, criar um lembrete ou até analisar o conteúdo de uma conversa.
Como nós, seres humanos, o reconhecimento de voz tem aprimorado sua capacidade de interpretação da linguagem oral e se tornado mais precisa. Há ainda falhas que precisam ser corrigidas, mas veja aqui quais vantagens essa ferramenta pode oferecer.
O que é reconhecimento de voz?
Reconhecimento de voz é uma tecnologia que permite a um software captar a fala de uma pessoa e torná-la um texto. Um programa ou aplicativo com essa função registra a fala do usuário e quebra o áudio em partes individuais. Cada uma dessas partes, então, é analisadas por meio de algoritmos para identificar que palavras melhor representam cada som registrado. Então, o áudio é transcrito de forma inteligível ao sistema.
Como funciona o reconhecimento de voz?
Os softwares usam Natural Language Processing (NLP), o que significa que eles dividem o áudio em bits, depois os convertem em formato digital e enfim analisam o conteúdo captado. Então, com base nos padrões da fala, os programas criam hipóteses do que o usuário pode estar falando para então transformar essas informações em texto.
Alguns elementos são levados em conta para a identificação do que está sendo dito nos áudios, como a entonação da voz, o vocabulário, a pronúncia, e etc. Por isso que ferramentas com essa tecnologia podem ter resultados variados e imprecisos dependendo do falante. Por isso, também, criamos os chamados “perfis de voz”.
Nem sempre os softwares compreendem bem diferenças regionais na língua, como o sotaque, nem mudanças no tom de voz, dependendo do humor do usuário.
Além disso, a tecnologia de reconhecimento de voz ainda não é desenvolvida o suficiente para distinguir a fala de uma pessoa de um som ambiente, como o latido de um cachorro ou o ruído do motor de um carro. Isso explica porque Alexa, às vezes, não toca a música certa que você solicitou ou a Siri pediu para você repetir a pergunta mais de uma vez.
Como a tecnologia aprende a linguagem?
O processo que os softwares passam para assimilar a linguagem oral e transformá-la em informação digital é muito parecido com a aprendizagem humana. Quando somos crianças e não sabemos nos comunicar, ouvimos os adultos emitirem sons e com o tempo aprendemos que a articulação desses sons representa coisas muito distintas.
O reconhecimento de voz, da mesma forma, vem assimilando ao longo dos anos o que os sons representam. É daí que se criam os algoritmos que trazem com maior precisão a transcrição do que está sendo dito pelo usuário. E o processo de aprendizagem ainda está em desenvolvimento, por isso as falhas acima mencionadas poderão ser corrigidas em breve.
É válido mencionar ainda que os softwares utilizados frequentemente pelo mesmo usuário podem captar melhor o modo da pessoa falar e assim fazer transcrições dos áudios com maior precisão. Observando os padrões e as variações de fala, como as entonações de voz, os programas e aplicativos se personalizam e reduzem seus erros de interpretação.
Como usar reconhecimento de voz?
Assistentes virtuais, como a Siri, a Alexa, o Google Assistente e outros, são plataformas que usam bem essa tecnologia. Captando a fala do usuário, esses mecanismos realizam funções que facilitam atividades cotidianas. Em smartphones e tablets, o mecanismo pode também trazer segurança e acessibilidade.
Um motorista pode enviar uma mensagem sem precisar manusear o celular, por exemplo. E pessoas com deficiência podem usar os dispositivos com mais facilidade, propiciando inclusão digital.
A tecnologia também é utilizada no mercado de trabalho, para facilitar a análise de conversas gravadas. A plataforma CallRail, por exemplo, oferece às empresas serviços para identificar os temas abordados em ligações telefônicas com os clientes. Com os áudios transcritos é possível traçar planos de marketing e desenvolver melhor as vendas.
Contudo, a imprecisão de algumas transcrições podem oferecer riscos a quem usa o reconhecimento de voz. A tecnologia deve ser utilizada com consciência de suas limitações. É importante que os usuários estejam dispostos para fazer, eles mesmos, o que o algoritmo ainda não consegue.
Com informações: CallRail, Globalme, Total Voice Technologies.