O que é doxxing?

Trechos da vida pessoal expostos; saiba o que é doxxing, como surgiu e algumas dicas para evitar ao máximo o perigo

Leandro Kovacs
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Doxxing é a exposição proposital de dados terceiros (Imagem: Jon Tyson/Unsplash)

Alimentamos a internet com nossos dados, cada vez mais, devido a integração quase total da vida “real” com a digital. Veja abaixo, o que é doxxing e quais são os motivos por trás dessa atividade invasiva. É praticamente impossível evitar, totalmente, esse tipo de ação, mas existem algumas dicas que podem dificultar a vida das pessoas mal-intencionadas em relação a vítima em potencial.

Qual o significado de doxxing? 

A expressão doxxing tem sua origem na palavra “documentos”. Nos anos 90, a cultura hacker encurtou o termo para “docs” e depois para “dox”. A coleta de documentos ou informações pessoais – altamente privadas ou de média privacidade –, como o endereço de residência pessoal, e a publicação online era chamada de dropping dox

Algumas vezes, as disputas entre hackers rivais levariam alguém a atacar outra pessoa que, até então, era conhecida apenas pelo nome de usuário ou apelido. A definição de doxxing foi expandida além da comunidade de hackers e agora se refere à exposição de informações pessoais. 

Embora o termo ainda seja usado para descrever a revelação de usuários anônimos, o aspecto tornou-se menos relevante, hoje, quando a maioria de nós utiliza nossos nomes reais em mídias sociais. O grupo Anonymous popularizou o termo, ao distribuir informações e dados de possíveis “inimigos” da liberdade. 

Exposição nas redes sociais aumenta a chance do ataque (Imagem: Christian Wiediger/Unsplash)

Como funciona a prática?

O doxxing começou em discussões online que evoluíam para uma investigação das informações do adversário. Atualmente, o doxxing começou a ser usado como ferramenta em guerras culturais, com hackers atacando apoiadores de ideologias opostas. 

Muitas celebridades e jornalistas sofreram doxxing, que resultaram em ataques de multidões online, ameaças de morte e temor pela segurança. Antes de tudo, as informações pessoais precisam ser rastreadas.

Embora muitas pessoas pensem na internet como algo anônimo, é importante compreender que existem muitas maneiras de identificar alguém online. Um grupo de informações mais específico é procurado por quem pratica o doxxing:

  • Endereços residenciais;
  • Dados do local de trabalho;
  • Números de telefone pessoais;
  • Cadastros de pessoas físicas (CPF);
  • Conta bancária ou informações de cartão de crédito;
  • Correspondência privada;
  • Antecedentes criminais;
  • Fotos pessoais;
  • Detalhes pessoais constrangedores.

Qual o nível de perigo dos ataques?

Bom, isso tudo depende do objetivo do adversário, mas em alguns casos, esse tipo de ação perde o controle devido a repercussão que os dados vazados podem inflar em outras pessoas.

Os ataques de doxxing podem variar dos relativamente triviais, como assinaturas de e-mail ou entregas falsas de pizza, aos mais perigosos, como assediar um parente ou funcionário de uma pessoa, roubar a identidade, fazer ameaças ou outras formas de bullying cibernético, nos piores casos, assédio presencial. 

Celebridades, políticos e jornalistas estão entre os que mais sofrem esses tipos de assédio, que vão desde ataques on-line até ameaças à segurança e, em casos extremos, ameaças de morte.

O perigo dos ataques variam conforme a intenção do agressor (Imagem: Nahel Abdul Hadi/Unsplash)

O que leva ao doxxing?

Os motivos por trás do doxxing são variados. Represália de pessoas que se sentiram atacadas ou insultadas pelo alvo, querendo vingança como resultado. Existe o risco também por ter suas opiniões controversas, podendo ser vítima de alguém com pontos de vista opostos. 

Normalmente, isso tende a ser o caso quando os tópicos são especialmente polarizados, não em conflitos políticos comuns da função. As informações pessoais são reveladas intencionalmente com o intuito de punir, intimidar ou humilhar a vítima em questão. 

Levando isso em conta, os criminosos também acreditam que suas ações são um jeito de consertar o que está errado, algo como fazer justiça em um tribunal popular ou revelar uma intenção oculta que não seria publicada.

Acreditam estar lutando por justiça com o doxxing (Imagem: Alex Radelich/Unsplash)

Como se proteger?

Uma coisa precisa ficar bem clara, o doxxing bem intencionado ou não, somente é crime se as informações expostas não forem de domínio público, ou o país tiver lei específica quanto a isso – expor dados pessoais de funcionário público nos EUA, é considerado crime federal de conspiração.

Geralmente, quem faz o doxxing pode ser condenado pelas consequências do ato: perseguição, assédio, roubo de identidade ou incitação à violência.

Viver na atualidade, nos exige digitalizar e inserir dados pessoais na rede, não tem muita coisa para evitar o fato. Algumas dicas gerais podem minimizar a chance de ser alvo desse tipo de ataque:

  • Ter atenção e cuidado ao conversar com pessoas desconhecidas na internet, principalmente em redes sociais;
  • Apague perfis não usados: mesmo quando estão fora de moda, as informações continuam acessíveis, tente excluir o máximo de perfis antigos ou não usados que puder;
  • Confira CVs, biografias e sites pessoais para saber quais informações pessoais a presença profissional transmite. Caso tenha CVs em PDF na Internet, exclua detalhes como seu endereço residencial, e-mail pessoal e número de telefone celular;
  • Não dê motivos para ser atacado por hackers: Seja cauteloso ao fazer publicações on-line, principalmente as controversas, e nunca compartilhe informações privadas em fóruns, quadros de mensagens ou sites de redes sociais. Costumamos pensar que a Internet dá a liberdade de as pessoas digitarem o que querem, mas isso tem um custo.

Com informação: Globalsign, Avast, Kaspersky.

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Leandro Kovacs

Leandro Kovacs

Ex-autor

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos.

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