O que é cibersegurança? Saiba o que significa o conceito e entenda sua importância

Entender o conceito de cibersegurança é fundamental para combater ataques cibernéticos contra redes, sistemas de empresas, softwares e dados sensíveis no ambiente digital

Igor Shimabukuro Ana Marques
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• Atualizado há 2 semanas

Cibersegurança (ou segurança cibernética) é o conjunto de ações para proteger redes, sistemas, dados ou dispositivos eletrônicos contra ataques cibernéticos e ameaças virtuais.

Essas ações são de suma importância para que governos, empresas e usuários assegurem a proteção de dados confidenciais e de conexões, por meio de tecnologias, softwares ou estratégias.

Na prática, a cibersegurança tem o papel de prevenir invasões de hackers, responder a ataques cibernéticos ou reparar sistemas e redes que foram comprometidos.

A seguir, entenda melhor o que é a cibersegurança, conheça as principais áreas de atuação para profissionais do ramo e saiba o que a legislação brasileira diz sobre o assunto.

O que significa cibersegurança?

A palavra “cibersegurança” é a união dos termos “ciber” (que vem de cibernética, ou seja, o uso de tecnologia e sistemas de controle automáticos) e “segurança”.

A cibersegurança consiste na prática de proteger redes, sistemas, dispositivos, softwares e dados sensíveis contra ataques cibernéticos, ameaças virtuais e acessos não autorizados.

Por meio de ações ou tecnologias, a cibersegurança tem como objetivo garantir a confiabilidade, integridade e confidencialidade de informações digitais, além de assegurar a disponibilidade de sistemas mesmo diante de vulnerabilidades que tentem negar o serviço.

Outras missões de proteção envolvem a autenticidade e o não repúdio, uma vez que a segurança cibernética verifica a identidade de usuários e assegura que as partes envolvidas não possam negar a autenticidade de uma ação.

E além da prevenção e do combate contra ataques cibernéticos, a cibersegurança também pode ter o papel de reparar ou restaurar a integridade de sistemas que sofreram ataques ou invasões.

O que é uma vulnerabilidade cibernética?

Vulnerabilidade cibernética refere-se a qualquer falha em redes ou sistemas que podem ser exploradas por cibercriminosos. Essas brechas podem permitir que hackers executem ações não autorizadas, acessem dados confidenciais ou mesmo derrubem o sistema.

Ilustração de ameaças cibernéticas
Criminosos podem abusar de diversas vulnerabilidades cibernéticas para invasões e golpes (Imagem: DC Studio/Freepik)

Exemplos de vulnerabilidades cibernéticas abrangem falhas ou bugs de softwares, protocolos inseguros de redes, senhas fracas, ausência de atualizações de segurança, ou problemas no design e arquitetura dos sistemas.

Vale destacar que cair em golpes de engenharia social também abre brecha para ações de hackers, concedendo a eles acesso a dispositivos para roubo de dados, instalação de malware, entre outras atividades criminosas.

Quais são os riscos cibernéticos mais comuns?

Riscos cibernéticos podem envolver arquivos maliciosos para infectar dispositivos de vítimas ou táticas usadas para crimes cibernéticos. As principais ameaças abrangem:

  • Malware: se refere a um software ou código malicioso desenvolvido para invadir, danificar ou realizar ações não autorizadas em um dispositivo;
  • Ransomware: um tipo de malware capaz de bloquear todas as operações de um dispositivo, e que geralmente é usado para extorsão de vítimas;
  • Vírus de computador: tipo de malware projetado para se replicar e se espalhar de um dispositivo para outro, inserindo suas próprias cópias em programas, arquivos ou até mesmo no setor de inicialização de um disco rígido;
  • Phishing: técnica para golpes de coleta de dados que induz vítimas a inserirem informações confidenciais em e-mails ou páginas da web falsas;
  • Engenharia social: técnica de manipulação que explora o erro humano para obter informações privadas, acessos ou objetos de valor;
  • Ataques de Negação de Serviço (DoS/DDoS): também conhecidos como ataques DDoS, são tentativas de deixar um servidor, serviço ou infraestrutura fora do ar, ao sobrecarregar os limites de capacidade;
  • Vazamento de dados: incidentes de segurança que expõem dados sensíveis e sigilosos por meio de acessos não autorizados;
  • Spoofing: tipo de ataque hacker em que o cibercriminoso se passa por outra pessoa ou por uma empresa legítima para roubar dados, invadir sistemas e espalhar malwares;
  • Exploit de software ou hardware: programas ou códigos projetados para explorar falhas de segurança de um programa, rede ou sistema.

Quais são as principais áreas da cibersegurança?

Entidades como o Instituto Brasileiro de Cibersegurança (IBSEC) destacam que o ramo de segurança cibernética pode ser dividido em diversos grupos e subgrupos. Algumas das principais áreas são:

  • Segurança de rede: setor encarregado de assegurar proteção e integridades das redes de computadores;
  • Segurança da nuvem: área responsável pela proteção de ativos, infraestruturas, dados e serviços baseados em nuvem;
  • Segurança da informação: área abrangente que estabelece práticas e tecnologias para proteger a integridade e confidencialidade de dados;
  • Segurança de endpoint: setor responsável por proteger desktops, laptops, dispositivos móveis, servidores e redes que usam terminais como ponto de entrada;
  • Segurança de infraestrutura crítica: ramo focado em processos e soluções de segurança para redes e sistemas de organizações de infraestrutura crítica (como comunicação, energia, transporte e setor público);
  • Segurança de aplicativos: área que garante a segurança de aplicações desde o desenvolvimento, com o uso de testes de segurança (Pentest) para identificar possíveis vulnerabilidades;
  • Gerenciamento de identidade e acesso (IAM): campo voltado para a gestão de identidades digitais de usuários, dispositivos e sistemas;
  • Segurança de governança: área da cibersegurança que alia práticas, políticas e regulamentações aplicáveis aos objetivos da organização.

Quais são as principais ferramentas usadas em cibersegurança?

Ilustração da ferramenta de cibersegurança VPN
VPN é uma das ferramentas de cibersegurança mais populares do mercado (Imagem: Privecstasy/Unsplash)

Qualquer software ou prática que tenha como foco prevenir ou combater ataques cibernéticos pode ser enquadrado como uma ferramenta de cibersegurança. Algumas das principais aplicações envolvem:

  • Firewalls: um sistema de segurança de rede de computadores que limita o tráfego de entrada, saída ou trocas dentro de uma rede privada.
  • Antivírus: software projetado para detectar, prevenir e remover malware, incluindo vírus, worms, trojans, ransomware, spyware e adware.
  • VPN: tecnologia que permite criar uma conexão segura e criptografada entre um dispositivo e uma rede privada;
  • Criptografia: método para codificar mensagens ou informações de modo que apenas partes autorizadas possam acessá-las. 
  • Autenticação em duas etapas (2FA): método de segurança que exige duas formas distintas de verificação (como código via SMS ou e-mail) para acessar uma conta ou sistema;
  • Soluções de Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM): processos que garantem a gestão de identidades e permissões de acesso ao sistema;
  • Pentest: simulações controladas de ataques cibernéticos para identificação de vulnerabilidades em redes, sistemas ou aplicações.

Existem leis de cibersegurança no Brasil?

Sim. Criada pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) trata sobre a proteção de dados pessoais e também estabelece pontos relacionados à segurança cibernética, como a proteção de dados pessoais contra acessos não autorizados e incidentes ilícitos (Art. 46).

Já o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) exige segurança da rede e proteção de dados pessoais. A Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012), por sua vez, criminaliza invasões a dispositivos e violações não autorizadas de dados pessoais.

Importante destacar que o Brasil ainda conta com a Política Nacional de Cibersegurança (PNCiber) e o Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), responsáveis por desenvolver, estimular e articular medidas referentes à cibersegurança nacional.

O que faz um profissional de cibersegurança?

Um especialista em segurança cibernética é responsável por proteger sistemas, redes e dados contra ataques cibernéticos. Por consequência, suas atribuições passam por desenvolvimentos de softwares seguros, monitoramentos e até investigações de incidentes, dependendo da ocupação.

Cargos como engenheiro de segurança e arquiteto de segurança são responsáveis por desenvolver sistemas que assegurem a proteção de dados e o combate contra ameaças. Já um analista de segurança fica encarregado de monitorar incidentes e de avaliar a proteção de rede ou sistema, por exemplo.

Ilustração de profissional de cibersegurança
Há diversos cargos no mercado para a área de cibersegurança (Imagem: DC Studio/Freepik)

Peritos forense digital têm como objetivo investigar incidentes cibernéticos e detectar possíveis causas, enquanto um consultor de segurança ajuda a desenvolver estratégias ou medidas que fortaleçam a proteção de sistemas de determinada organização.

Em suma, cada cargo da área de cibersegurança focará em determinadas atribuições para garantir proteção contra ameaças cibernéticas.

Qual é a diferença entre cibersegurança e segurança da informação?

A segurança da informação é um campo mais abrangente, que foca na proteção de todos os tipos de dados (sejam eles digitais ou físicos).

Já a cibersegurança é uma espécie de subconjunto da segurança da informação, cuja atuação é voltada para proteger redes, sistemas e dados contra ataques cibernéticos e ameaças virtuais.

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Igor Shimabukuro

Igor Shimabukuro

Redator

Igor Shimabukuro é jornalista graduado e com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Apaixonado por games, cobre tecnologia desde 2020. Com passagens por Olhar Digital e TecMasters, acumula mais de cinco mil conteúdos (hard news, reportagens, reviews, tutoriais, entrevistas, especiais, publieditoriais) publicados na internet.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.