Quem inventou a internet?
Da comunicação militar segura à explosão de consumo; conheça quem inventou a internet ou são seus maiores personagens
Em uma época onde estávamos aprimorando a base da codificação e computação de Turing, tecnologias vencedoras na segunda grande guerra, não se imaginava a nova preparação para um cenário bélico, frio e nuclear. Veja abaixo, quem inventou a internet, seus principais personagens e momentos, a evolução dessa tecnologia que, hoje, muitos já conheceram em sua forma “pacífica”.
Índice
O nome do inventor
Não, não é o Google. Seria impossível e até uma irresponsabilidade tentar determinar o nome de um único ser humano pela criação da maior ferramenta de comunicação e troca de dados que temos em nossas mãos. O máximo que podemos fazer é lembrar daqueles ícones cruciais no desenvolvimento para ter uma ideia de quem inventou a internet.
- Paul Baran: um engenheiro cujo trabalho coincidiu com a pesquisa da ARPA, em 1964, Baran propôs uma rede de comunicação sem ponto de comando central (sem alvo para ser destruído);
- Lawrance “Larry” Roberts: cientista-chefe da ARPA, responsável pelo desenvolvimento de redes de computadores. Baseado na ideia de Baran, começou a trabalhar na criação de uma rede distribuída;
- Leonard Kleinrock: cientista que trabalhou ao lado de Lawrance Roberts;
- Donald Davies: cientista britânico, ao mesmo tempo que os americanos, trabalhava na criação de redes distribuídas;
- Bob Kahn e Vint Cerf: cientistas da computação americanos que desenvolveram o TCP/IP, o conjunto de protocolos que governa como os dados se movem em uma rede;
- Paul Mockapetris e Jon Postel: criadores do DNS;
- Tim Berners-Lee: criador do (www) World Wide Web e desenvolvedor de muitos dos princípios que ainda usamos hoje, como HTML, HTTP, URLs e navegadores web;
- Marc Andressen: inventor do Mosaic, o primeiro navegador da web amplamente usado, anterior ao Netscape.
Arpanet e a Guerra Fria
Antes da criação tecnológica que viria a ser a internet, as comunicações eram feitas por cabos de telefones e telégrafos, interligando todos os países e continentes, perfeitamente funcional para um cenário de conflito local.
A partir da Guerra Fria, com o advento das bombas nucleares e uma ameaça constante de aniquilação global, se fez necessária uma forma de comunicação que não dependesse “tanto” de meios físicos.
Compartilhando recursos
A Internet começou na década de 1960 como uma forma de os pesquisadores do governo americano compartilharem informações. Os computadores dessa geração eram grandes e imóveis e, para fazer uso das informações armazenadas em qualquer um, era necessário ir até o site (local) do computador ou receber fitas magnéticas enviadas pelo sistema postal convencional.
Com o aquecimento da Guerra Fria, o medo de ter informações interceptadas ou não trafegáveis foi o maior catalisador do embrião da internet.
O lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética estimulou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos a considerar as maneiras pelas quais as informações ainda poderiam ser disseminadas, mesmo após um ataque nuclear.
Isso acabou levando à formação da Arpanet (Rede de Agências de Projetos de Pesquisa Avançada), a rede que acabou evoluindo para o que hoje conhecemos como Internet. A Arpanet foi um grande sucesso, mas sua adesão limitada a certas organizações acadêmicas e de pesquisa que tinham contratos com o Departamento de Defesa.
Arpanet, o embrião da internet
O presidente americano Dwight D. Eisenhower formou a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) em 1958, reunindo algumas das melhores mentes científicas do país. O objetivo era ajudar a tecnologia militar americana a ficar à frente de seus inimigos.
Lawrence Roberts foi responsável pelo desenvolvimento de redes de computadores na ARPA, trabalhando com o cientista Leonard Kleinrock. Roberts foi a primeira pessoa a conectar dois computadores. Quando a primeira rede de comutação de pacotes foi desenvolvida em 1969, Kleinrock a usou com sucesso para enviar mensagens para outro site, e a rede ARPA — ou Arpanet — nasceu.
Depois que estava instalada e funcionando, ela se expandiu rapidamente. Em 1973, 30 instituições acadêmicas, militares e de pesquisa haviam aderido à rede, conectando locais como o Havaí, a Noruega e o Reino Unido.
A solução para maior adesão, também foi o que motivou sua extinção por ter criado algo muito maior do que um governo qualquer.
Expansão e extinção da Arpanet
Conforme a Arpanet crescia, um conjunto de regras para lidar com pacotes de dados precisava ser implementado. Em 1974, os cientistas da computação Bob Kahn e Vint Cerf inventaram um novo método chamado protocolo de controle de transmissão, popularmente conhecido como TCP/IP, que essencialmente permitia que os computadores “falassem” a mesma língua.
Após a introdução do TCP/IP, a Arpanet cresceu rapidamente para se tornar uma rede global interconectada de redes, chamada Internet. Com a perda do “controle”, a Arpanet foi descontinuada em 1990.
A Era da internet “livre”
A invenção do DNS, o uso comum de TCP/IP e a popularidade do e-mail causaram uma explosão de atividades na Internet. Entre 1986 e 1987, a rede cresceu de 2.000 hosts para 30.000.
No entanto, ainda era necessário conhecimento avançado de computação para discar e conectar ao sistema e usá-lo tranquilamente. Outro dificultador era que ainda não havia um acordo sobre a forma na qual os documentos da rede seriam formatados.
A internet precisava ser mais fácil de usar. Em 1989, um cientista da computação britânico chamado Tim Berners-Lee apresentou uma proposta ao seu empregador, CERN, o laboratório internacional de pesquisa de partículas em Genebra, Suíça.
Berners-Lee propôs uma nova forma de estruturar e vincular todas as informações disponíveis na rede de computadores do CERN, tornando seu acesso rápido e fácil. Seu conceito de “rede de informações” acabaria se tornando a World Wide Web (www).
Em 1995, a Internet e a World Wide Web eram fenômenos estabelecidos: o browser Netscape, que era o mais popular na época, tinha cerca de 10 milhões de usuários globais.
O crescimento não parou por aí, o consumo pela facilidade, expansão comercial e os smartphones que te mantém conectado o tempo todo, foram apenas prévias do que veremos em uns 20 anos — ou menos. O fato é: não existe um “quem inventou a internet”, mas sim quem contribuiu para a expansão desse “organismo vivo”.
Com informação: Research gate, USG, Internet society, Science and media museum.