Review iPad Air (2020): quase um iPad Pro Mini
Apple iPad Air (2020) é uma atualização interessante para a geração passada, principalmente pela chegada da conexão USB-C
Apple iPad Air (2020) é uma atualização interessante para a geração passada, principalmente pela chegada da conexão USB-C
O ano de 2020 está marcado na Apple com algumas mudanças drásticas em design de seus produtos, por renovação de linhas menos lembradas e pelo novo iPad Air que eu vou chamar de iPad Air (2020) mesmo. Ele tem corpo com linhas retas, pega muita coisa emprestada dos iPads Pro, mas custa bem menos.
Bom, eu sou o André Fogaça e nos próximos parágrafos te falo porque eu acredito que o iPad Air (2020) é o iPad que você precisa ficar de olho se não tem trabalho como principal uso para o gadget.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto.
Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O iPad Air 2020 foi fornecido pela Apple por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros antes de ser devolvido à empresa.
Até 2019 o iPad Air continuava muito parecido com o primeiro modelo lançado, lá em 2013. Isso significa duas bordas grossas e duas mais finas, botão home na frente, porta Lightning e traseira levemente curvada nas laterais. Praticamente tudo isso muda no iPad Air deste ano.
Ele perde as curvas e troca por linhas mais retas, espreme as bordas da tela (que ficou um peteleco maior, aumentando quase nada no tamanho do tablet) e tira o botão home com Touch ID para levar esse mesmo recurso para o de liga/desliga. Eu adorei a localização por economizar botão e manter o melhor reconhecimento biométrico que a Apple tem em tempos de pandemia, quando você precisa usar máscara.
Ele é rápido, tão rápido quanto os outros Touch ID dos iPhones: o tempo necessário para o dedo apertar o botão e ligar a tela é o mesmo para o reconhecimento do usuário. Parece instantâneo; apertou, reconheceu, pronto.
Ainda por fora, outra mudança está no cabo Lightning que dá espaço para uma porta USB-C. Uma mudança que deveria estar até nos iPhones, tá Apple? OK? Entendeu? USB-C é bom, é top e ajuda na hora de usar o mesmo cabo pra mais produtos de outras fabricantes. O meio ambiente agradece.
Voltando para a traseira a câmera deixou estar no mesmo nível da carcaça e agora tem um calombo. Os falantes também mudam e deixam de apontar apenas para baixo quando você segura o iPad Air (2020) de pé, ou para um dos lados quando o tablet está deitado. Esse detalhe é perfeito para quem utiliza o iPad com um teclado, colocando o produto na horizontal ou quando está assistindo um filme mesmo. Nesta orientação o áudio sai de cada lado, fica estéreo e mais envolvente.
Ele não chega a ser tão alto como são os quatro falantes dos iPads Pro, mas melhorou muito em comparação com a geração anterior. E falando sobre iPad Pro, o iPad Air (2020) é quase idêntico mesmo, até mesmo nos conectores para os acessórios e a localização para carregar e parear um Apple Pencil.
Igual, idêntico e isso é ótimo. O design do iPad Pro é muito bom, então é muito bom aqui também.
Já em software a conversa acontece como nos últimos reviews de iPad. Ele é ótimo, pode fazer um tanto de coisas, praticamente nada trava, quer ser um computador novo e consegue em muitos momentos, mas existem limitações tradicionais do próprio iPadOS.
Ter uma porta USB-C ajuda muito nesse novo tipo de uso para um tablet, e nele você abre até um pendrive plugado com adaptador, ou um cartão SD em um segundo dongle. Por outro lado, tela inicial ainda é feita exclusivamente para toque e não tira tanto proveito assim do display grande; continua a sensação de um iPodão – já foi pior vai, tá melhorando.
A Samsung já notou esse dilema no lado do Android, onde a situação de tablets é uma bagunça sem fim, e resolveu com o modo Dex. Seria interessante um tipo “Dex no iPad”, nem que ele abra somente quando o gadget tá conectado com o Magic Keyboard.
Por aqui duas janelas podem ficar abertas ao mesmo tempo, com uma terceira flutuante, mas nada além disso. Nada como acontece faz tempo no macOS, Windows, Chrome OS ou Linux. Todos utilizam janelas livres, como um PC vem sendo nas últimas décadas. E olha que não é problema de desempenho, já que o chip A14 Bionic do iPad Air (2020) é um monstro justamente nisso.
Em jogos qualquer coisa roda, qualquer game que está atualmente na App Store. Nada vai encontrar engasgos por falta de hardware e essa situação certamente seguirá por ao menos dois anos depois de 2020.
Agora, se por um lado o iPadOS tenta ser um computador e não consegue em poucos alguns momentos, por outro ele tenta gastar menos bateria e consegue. A Apple continua prometendo 10 horas de autonomia e dá para chegar muito perto disso, mesmo usando o iPad Air (2020) como notebook pra escrever alguns textos pro Tecnoblog em um dia de trabalho inteiro.
Em outro tipo de uso, eu coloquei o iPad como uma espécie de TV para assistir o jornal no streaming ao vivo por alguns dias, coisa de uma hora mais ou menos por dia. Eu levei quase uma semana para colocar o tablet na tomada novamente.
Se recarregar a bateria pode ser uma coisa que você vai fazer poucas vezes, tirar fotos é outra. Mesmo assim o iPad Air 2020 tem melhorias consideráveis na câmera traseira, com 12 megapixels, abertura de f/1.8 e que filma até mesmo em 4K com 60 quadros por segundo, mas ele é um tablet. Ele continua desengonçado para fazer isso e seu smartphone certamente vai tirar fotos melhores.
Eu só entendo câmeras em tablets para duas coisas: digitalizar documentos e realizar chamadas de vídeo. Em ambas o iPad Air (2020) faz bem o trabalho.
Então, o iPad Air 2020 é uma evolução muito interessante para o modelo anterior. O novo design torna o tablet mais sóbrio, mais sério e isso combina com a proposta dele para tentar ser mais próximo de um computador. Ele consegue isso? Não, ainda é impossível abandonar um notebook e ficar só com um tablet, mas esse caminho fica cada vez mais curto.
A tela continua muito boa, o áudio é mais imersivo e o conector USB-C é uma cereja muito gostosa nesse bolo todo. Se você utiliza a câmera do tablet para fotos, seja lá por qual motivo, pode sair satisfeito também.
Parece que tudo é positivo, mas eu fico pouco contente é com a quantidade de memória do modelo base. Ele começa com 64 GB e isso é pouquíssimo para um tipo de produto que tem o consumo de mídia como um de seus principais chamarizes. A Apple deveria começar com 128 GB, no mínimo.
Se você vai comprar o iPad Air 2020, vale realmente a pena colocar um pouco mais de dinheiro justamente para ter mais conforto em espaço interno, principalmente para um tablet sem microSD. Tudo isso tem um preço e ele começa em R$ 6.999 pra 64 GB, subindo pra R$ 8.699 pra 256 GB – fica mais caro se quiser conexão 4G. Não é barato, iPad nunca foi, mas certamente a compra do novo iPad Air vai render anos de uso do tablet.