Review Powerbeats (2020): versão simplificada do fone esportivo
Beats Powerbeats 4 (2020) é um fone de ouvido Bluetooth para esportes com os recursos do Powerbeats Pro e preço mais em conta
Beats Powerbeats 4 (2020) é um fone de ouvido Bluetooth para esportes com os recursos do Powerbeats Pro e preço mais em conta
O Powerbeats Pro é um dos melhores fones de ouvido totalmente sem fio para quem pratica esportes, com boa qualidade sonora e design seguro, mas tem um problema: assim como outros produtos da Beats, é bem caro, com preço sugerido de R$ 2.149. Em 2020, a Apple lançou uma versão menos inacessível: batizado simplesmente de Powerbeats, ele abdica de luxos para custar pouco mais da metade desse valor.
Com um fio ligando os dois lados e promessa de 15 horas de bateria, o Powerbeats sem sobrenome adota o formato de outros fones de ouvido da linha, mantendo um design sem tanto isolamento e com as famosas alças que impedem que eles caiam da orelha. Mas será que a Beats acertou? Eu ouvi dezenas de horas de músicas no Powerbeats de quarta geração e conto tudo neste breve review.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Powerbeats (2020) foi fornecido pela Beats por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.
O design do Powerbeats é quase o mesmo do Powerbeats Pro, mas existem algumas diferenças. A mais óbvia é o fio, que pode ser uma vantagem para pessoas esquecidas com medo de perder um dos lados. Além disso, o Powerbeats é assimétrico: na direita ficam o controle de volume, um botão de pausar na marca da Beats e a entrada Lightning, enquanto a esquerda abriga o botão para ligar o fone e… só.
As alças deixam o Powerbeats muito seguro nas orelhas, mas também limitam as possibilidades de uso. Quando estou correndo, sinto que é impossível os fones caírem, o que é excelente, ainda mais considerando que eles não fazem nenhuma pressão desagradável; dá para ouvir música por várias horas seguidas sem nenhum desconforto.
Por outro lado, dentro do escritório é meio inconveniente fazer o movimento de colocar as alças e ao mesmo tempo girar o fone para obter um bom isolamento no canal auditivo. E você ainda precisa tomar o cuidado de não torcer o fio nesse meio tempo; se fizer isso, o cabo pode ficar enroscando atrás do pescoço. É como um tênis de corrida: é ótimo na academia, mas não funciona tão bem em uma reunião de negócios.
O Powerbeats é bem simples em termos de recursos: ele não tem cancelamento ativo de ruído e perdeu o sensor óptico do Powerbeats Pro que pausa a música automaticamente quando você tira um dos lados do ouvido. A Beats manteve o chip H1, que traz funções extras para quem é usuário do ecossistema da Apple.
Assim que o Powerbeats é ligado pela primeira vez, uma animação surge na tela do iPhone e mostra a porcentagem de bateria. Uma vez pareado por Bluetooth, as informações de conexão ficam salvas no iCloud, então você pode alternar entre um iPhone, iPad, Apple Watch ou Mac de forma instantânea, sem precisar reconectar o fone. Também dá para chamar a Siri sem usar as mãos, só falando “E aí, Siri”.
A marca Beats é mais agnóstica em termos de plataforma, então você pode usar o Powerbeats para chamar o Google Assistente em um Android simplesmente segurando o botão “b”, bem como instalar um aplicativo para tornar a conexão mais rápida e verificar o nível de bateria de forma precisa.
Por ser um fone de ouvido sem fio, mas com fio, a latência tende a ser um pouco menor que no Powerbeats Pro. Eu não tive problemas com atrasos nem na versão true wireless, e o modelo mais simples manteve a qualidade. O alcance e a estabilidade também foram ótimos, sem nenhuma queda ou picote no áudio mesmo estando a 10 metros da fonte, com duas paredes no meio do caminho.
O estilo de som do Powerbeats é o mesmo do Powerbeats Pro. Isso significa que graves estão bastante presentes, mas não se sobressaem tanto em relação às outras frequências como em fones antigos da Beats. Os médios são claros e deixam as vozes muito ricas, especialmente as femininas. É um perfil que me agrada bastante quando estou correndo e também cria a vontade de cantar junto.
Segundo a Beats, os falantes do Powerbeats são os mesmos do Powerbeats Pro, então eles teoricamente possuem o mesmo som. Mas eu notei uma pequena diferença: no Powerbeats Pro, reclamei que em alguns momentos o som ficava definido “demais”, com um brilho que podia cansar os ouvidos depois de um tempo. No Powerbeats, eu não tive a mesma sensação.
Não é uma mudança da água para o vinho e talvez seja apenas uma variação no processo de fabricação ou até algo subjetivo, mas me parece que o som ficou mais agradável para ser escutado em ambientes calmos. De qualquer forma, é um perfil que deve satisfazer a maioria das pessoas — só quem gosta de um som mais escuro e com muitas batidas é que pode ficar decepcionado com o Powerbeats.
Quanto ao isolamento, apesar de ser um fone intra-auricular, o Powerbeats não é construído para eliminar ruídos externos, assim como a maioria dos fones esportivos. Não importa tanto o tamanho da borrachinha usada, já que o próprio design do fone impede que ele penetre muito no canal auditivo. Se você é uma daquelas pessoas que prefere ficar bem isolada do resto do mundo, este não é o fone ideal.
No meu teste enfadonho de bateria, eu mantive o Powerbeats conectado a um iPhone 11 tocando música com o volume a 50%, suficiente para escutar bem em um ambiente sem muito ruído. Depois de 4 horas e meia, a carga ainda estava em 70%. O tanque só secou depois de impressionantes 16h54min de reprodução contínua, o que é um pouco mais que as 15 horas prometidas pela Beats.
Como esse não é um fone que você usaria por muitas horas seguidas, exceto se for correr uma ultramaratona de 100 km, essa é uma autonomia excelente, suficiente para aguentar vários dias — o que pode até fazer você esquecer de recarregar os fones. Felizmente, a Beats promete uma hora de reprodução com uma carga rápida de apenas cinco minutos.
Mesmo não sendo tão caro quanto o Powerbeats Pro, o preço sugerido de R$ 1.299 do Powerbeats não é algo que podemos chamar de “barato”. Se você considerar que este não é um fone tão versátil para ser usado no dia a dia, fica ainda mais complicado justificar esse gasto em um produto só para ouvir música enquanto faz exercícios.
Considerando um cenário hipotético em que dinheiro não é um problema, o Powerbeats é um produto excelente. Ele tem ótima qualidade sonora, um design perfeito para atividades mais intensas e uma duração de bateria tão longa que chega a ser inacreditável. Faz sentido comprar o Powerbeats e não o Powerbeats Pro se você quiser um fone mais confiável, para não se preocupar com um estojo de carregamento ou se um dos lados está com menos bateria que o outro.
Racionalmente, o Powerbeats não é tão interessante. Os Galaxy Buds+ seguem como minha opção de custo-benefício, com adjetivos semelhantes aos do Powerbeats, mas custando menos e com design totalmente sem fio. E, dentro da Apple, os AirPods Pro ainda me conquistam pela versatilidade: eles são mais caros, mas se for para gastar uma fortuna em um fone, talvez seja melhor gastar uma fortuna em um fone que sirva para tudo.
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