D-Link DCS-960: câmera de segurança fácil de instalar

Câmera de segurança da D-Link se conecta por Wi-Fi e tem aplicativo simples

Lucas Braga
Por
• Atualizado há 10 meses

Você provavelmente já viu uma câmera IP por aí. Elas são pequenas, se conectam à sua rede doméstica e permitem que você visualize o ambiente de qualquer lugar com acesso à internet. Testamos a DCS-960L, principal modelo atual da D-Link no Brasil que traz diversos recursos úteis — mas cobra por isso.

O produto

Compacta e discreta, a DCS-960L provavelmente irá se camuflar no seu ambiente. Com acabamento todo em black piano, o produto lembra bastante aquelas câmeras de segurança que encontramos por aí presas nos tetos. Mas, como acontece com qualquer gadget de plástico brilhante, já encontrei alguns arranhões em menos de uma hora após retirar as películas de proteção.

O produto é extremamente simples: na lateral direita fica o slot microSD; já na parte traseira encontra-se um botão para conexão WPS e a entrada Micro USB para alimentação.

Por sinal, achei bastante acertada a utilização de USB para energia — a maioria dos produtos da categoria, seja da concorrência ou da própria D-Link, usa fonte de alimentação própria. Além de facilitar a substituição da fonte, ter energia dessa forma permite que você utilize uma bateria externa e leve a câmera temporariamente para um lugar onde não há tomadas por perto.

Senti falta de uma porta Ethernet, que existe na maioria das câmeras IP. Quem utiliza uma normalmente precisa de confiabilidade, e nem sempre o sinal do Wi-Fi é bom o suficiente em determinados locais. Alguns modelos inclusive funcionam também com PoE (Power over Ethernet), eliminando a necessidade de energia e alimentando a câmera também pelo cabo de rede. É uma pena que um produto tão caro seja restrito apenas a conectividade Wi-Fi – no caso da DCS-960L, com suporte a 802.11ac.

Diferente do que parece, a câmera não fica 100% fixa no pé de sustentação. Ela é bastante maleável, o que permite atingir diferentes enquadramentos e posições. A base do pé é removível e tem espaço para furação, permitindo fixar o produto em alguma parede ou superfície. Na caixa, além do produto, fonte de alimentação e manuais, acompanham dois parafusos e suas respectivas buchas, o que já facilita para quem pretende instalá-lo numa parede ou móvel.

Aliás, um ponto a favor da D-Link é que o pé se fixa na câmera com o mesmo parafuso padrão encontrado em tripés de câmeras fotográficas. Com isso é possível expandir as possibilidades de fixação, visto que existem milhares de acessórios diferentes para posicionamento de câmeras. Só para provar esse ponto, veja a DCS-960L fixada num Gorillapod (que não acompanha o produto).

Instalação e configuração

A caixa do DSC-960 acompanha, junto com os manuais, um cartão de configuração. Lá estão escritos o nome da rede Wi-Fi, senha para configuração temporária e um QR Code que auxilia na configuração do aplicativo, o mydlink Lite. Depois de instalado o app, a configuração é bem simples: basta escanear o código, escolher sua rede sem fio e pronto. Caso seu roteador seja compatível com WPS, basta ativar a função no roteador e apertar o botão físico da câmera.

Depois, você irá criar uma conta no serviço mydlink. Caso já possua uma (alguns roteadores usam a plataforma para acesso remoto), basta fazer login. Logo em seguida sua câmera já está funcionando e disponível para visualização ao vivo.

O app é bem simples e fácil de usar. Logo ao abrir e selecionar a câmera é possível ver o feed ao vivo do local. Você pode tirar uma foto ou gravar um vídeo diretamente para o celular. Nas configurações, dá para ativar a gravação diretamente na câmera – no entanto, isso requer um microSD, que não acompanha o produto.

É possível gravar continuamente (essa opção só está disponível pela interface web da câmera) ou apenas quando há detecção de ruído ou movimento. Nesse caso, a câmera irá poupar sua memória e só gravará quando algo acontecer. O nível de sensibilidade da câmera ou do microfone pode ser ajustado.

Por fim, é possível visualizar gravações antigas, o que é extremamente fácil no mydlink Lite: o app separa os vídeos por data e períodos de hora. Mas há um porém: não é possível salvar o conteúdo gravado, apenas reproduzi-lo. Qual a dificuldade? Seria útil salvar um vídeo e poder compartilhá-lo por e-mail ou WhatsApp.

Com a detecção de movimento ou ruído, é possível ativar notificações caso algo aconteça no seu ambiente. A opção fica escondida num menu hambúrguer antes de selecionar a câmera. Funciona muito bem.

Por fim, não posso deixar de destacar a falta de cuidado da D-Link com o aplicativo. Ele é funcional, mas faltam diversos ajustes que só estão presentes no painel de configuração via web. Além disso, na versão para iOS, o app nem sequer está adaptado para a tela do iPhone 6, que foi lançado em 2014. Outro detalhe é que ele tem suporte a português, mas as notificações chegam apenas em inglês.

Utilização no desktop

Enquanto o aplicativo para celular é simples, mas funcional, o acesso a interface web da DCS-960L é completo, mas bagunçado. É a mesma interface que a D-Link usava em roteadores antigos, confusa e cheia de opções escondidas em diversos menus. O primeiro problema é que para visualizar a imagem é necessário o Adobe Flash Player, um plugin que só não é mais odiado que o Java Runtime.

Logo na primeira página é possível ver que existe um controle para mudar a posição da câmera. Ao contrário de alguns modelos, a DCS-960L não tem pan-tilt físico, mas a função ajuda bastante na hora de enquadrar o ambiente. Esse controle não existe no app para celular, o que é um problema grave: como ficar dependendo do desktop toda hora que for necessário fazer alguma alteração?

Dentre suas diversas configurações, algumas me chamaram a atenção, como receber notificações e imagens diretamente no e-mail. Além disso, é possível enviar todo o conteúdo salvo por detecção de movimento para um servidor FTP, o que é uma boa notícia para os paranoicos de plantão: por mais que um ladrão desligue ou roube a câmera, tudo o que foi filmado e fotografado pode ser enviado imediatamente para seu servidor. Nesse caso, os vídeos são gravados de 5 em 5 segundos, gerando diversos arquivos menores e agilizando o upload.

Também é possível obter os vídeos salvos no cartão de memória, mas a usabilidade no desktop é tão ruim que acho melhor retirar o microSD, colocá-lo em outro dispositivo e procurar os arquivos por data e hora.

Por mais que seja limitada a capacidade de um microSD, o sistema da câmera apaga automaticamente os arquivos mais antigos para dar espaço aos novos vídeos e fotos. Assim, não é necessário ficar apagando nada manualmente caso o cartão fique cheio.

Imagens da câmera

Antes de ver as imagens feitas pela câmera, é bom lembrar que uma câmera de segurança tem propósito diferente de uma câmera de celular. O objetivo aqui não é fazer fotos e vídeos com resolução excelente, mas sim registrar o que acontece em um determinado local. Comparado com o que temos de tecnologia a imagem é ruim, mas se fosse melhor ocuparia mais espaço e o cartão de memória esgotaria rapidamente.

Veja um vídeo e algumas fotos (frames, na verdade):

Como você pode notar, a incidência de sol em determinado local faz com que determinadas áreas saiam estouradas. O ideal é posicionar a câmera em algum local mais neutro e tomar cuidado para que esses estouros não aconteçam.

A câmera possui um sensor de luminosidade e ativa infravermelho quando há pouca luz. O chamado modo noturno funciona muito bem e permite enxergar muita coisa mesmo com ausência total de luz. A última foto foi registrada às 2h35 da manhã, quando estava totalmente escuro.

Com um ângulo de 180 graus, a DCS-960L faz bons registros e com pouca distorção, mesmo sendo uma câmera super-grande-angular. Imagino que o software faça algum tipo de correção, já que o nível de distorção é muito baixo nas laterais da imagem.

Conclusão

Com exceção de uma porta Ethernet e um aplicativo melhor, a DCS-960L é tudo o que uma câmera IP precisa ser. A instalação é bem simples e pode ser feita mesmo por pessoas que não tem familiaridade com tecnologia e em poucos minutos.

O maior problema no produto é o custo. Atualmente é possível encontrar a câmera por cerca de R$ 950 no varejo brasileiro, o que é bem caro para uma simples câmera de segurança. É difícil entender como um produto tão caro não acompanha um cartão de memória e tem um aplicativo tão incompleto.

Devo dizer que a DCS-960L é minha primeira experiência completa com um produto dessa categoria, o que me impossibilita de dizer quais são as principais vantagens desse modelo em relação a outros, seja da própria D-Link ou da concorrência.

Além do propósito de segurança, usar uma câmera IP pode ser uma boa opção para vigiar seu cachorro ou mesmo utilizar como uma babá eletrônica para seu filho. Quem não se importa com privacidade também pode fazer o próprio Big Brother. Você tem uma câmera IP? Comente qual o propósito e o modelo utilizado.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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