Review GoPro Hero 9 Black: melhorando ainda mais o que já era bom
A nova GoPro Hero 9 Black traz tela frontal de verdade, display traseiro maior, mais autonomia e preço que também cresceu
A nova GoPro Hero 9 Black traz tela frontal de verdade, display traseiro maior, mais autonomia e preço que também cresceu
Mais um ano chegando, mais uma GoPro com muita promessa por dentro e pouca mudança do lado de fora. Esse seria um começo recorrente de review para essa câmera, mas a GoPro Hero 9 Black muda um pouco dessa regra. Pensando bem, ela muda bastante.
A parte externa é justamente a maior mudança desde a Digital Hero 5 de 2008, já que a tela frontal finalmente pode ser utilizada como tela de verdade, indo além de apenas um display que informa o modo selecionado e outros dados. A Hero 9 Black também entrega vídeo em 5K, melhorias na estabilização digital, está maior e mais gordinha, prometendo até resolver um dos maiores problemas de toda GoPro: a autonomia.
Será que todas as promessas são cumpridas no mundo que existe fora dos laboratórios da empresa? A telinha na frente muda tudo, de verdade? Eu te conto minha experiência, em tempos de pandemia, nos próximos parágrafos.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. A GoPro Hero 9 Black foi fornecida pela GoPro por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros antes de ser devolvido à empresa.
Começando logo de cara: finalmente a GoPro colocou uma tela de verdade na parte da frente. Esse recurso meio que já existia desde a Digital Hero de 2006, que foi quando a GoPro deixou de utilizar filme de 35 milímetros. É, a primeira GoPro era analógica, só fazia fotos e usava filme. Daqueles de revelar, sabe?
Voltando para a telinha, ela estava lá na frente, mas sempre foi utilizada apenas como um atalho pra mostrar dados como a função de captura das imagens, quanto tempo ainda tem para filmar, quantas fotos pode bater e até o nível de bateria. Dessa vez a empresa olhou o que a DJI fez com a Osmo Action e seguiu a mesma ideia. Agora todas as pessoas podem fazer tudo que eu já falei nas linhas acima, com a adição de ver se o enquadramento está correto.
O tamanho da tela frontal é bem pequeno, com 1,4 polegada, ela não tem nenhum controle por toque e a proporção é quadrada. Você pode muito bem ajustar a proporção para 16:9, mas a utilizada por padrão por conta do tamanho físico do display me deixa mais seguro se eu quero meu rosto no meio do vídeo.
Também é possível poupar bateria desligando essa tela, ou então voltando sua função para exatamente a mesma coisa que faziam as gerações anteriores: mostrar informações para o usuário, sem selfie. Outro detalhe para economizar energia está na taxa de quadros por segundo, que é menor no segundo display.
Além da tela, pouco muda nessa GoPro se você acompanha os modelos desde a Hero 5. Ela continua à prova d’água sem necessidade de um case externo, o corpo ainda é super resistente aos perrengues da vida e ele continua com suporte para todos os acessórios já lançados para as GoPros, daqueles que utilizam as travas e elas que continuam embutidas na própria câmera, como aconteceu na Hero 8. Por outro lado, a tela traseira está maior e a lente volta a ser removível, como era na Hero 7 Black.
Outro detalhe que chama atenção na Hero 9 é a presença de uma espécie de alça junto do botão liga/desliga. Eu automaticamente tentei abrir de todas as formas, até que descobri, na página de suporte da GoPro, que essa área é utilizada para drenar a água que entra no microfone quando a câmera mergulha. A ideia é para deixar a água sair mais rapidamente e isso meio que funciona bem.
Fechando a parte externa, a GoPro Hero 9 Black está mais pesada e tem corpo maior. Tudo isso é resultado da bateria que também é maior. Isso significa que a autonomia aumentou, mas também é sinônimo de que a nova câmera não encaixa em cases feitos pras gerações anteriores.
Ah, tem mais uma coisa: nessa geração a GoPro trocou a caixa que acompanha a câmera por um case com zíper, que comporta todos os acessórios que são enviados com ela. Com a mudança, a embalagem deixa de ser apenas um lixo extra para o caminhão levar e vira útil de verdade, protegendo a câmera e livrando o mundo de mais plástico. Ideia bacana e que deveria ser seguida por outras empresas.
Começando de forma bem resumida, dá para avaliar esse modelo como a melhor câmera de ação que a GoPro já fez. Por aqui existe um novo sensor de 23,6 megapixels e que faz filmes em até 5K, com 30 quadros por segundo.
Além deste número enorme, dá para filmar em 4K em até 60 quadros por segundo, 2,7K em 120 fps ou então Full HD em 240 quadros para fazer câmera lenta bem fluida. O resultado das imagens é meio que o esperado para uma GoPro. A saturação é elevada, mas é possível diminuir nos ajustes internos. O alcance dinâmico é muito bom e tudo isso funciona dessa forma se você está em ambiente bem iluminado.
De noite o granulado aparece com força em vídeos e fotos, o que não é bem uma novidade nas GoPros. Nessas situações, as capturas de imagens também acontecem de forma menos veloz, ficando ainda mais lenta que o tempo necessário pro trabalho do HDR acontecer durante o dia – ele leva mais de um segundo, é chato quando nos smartphones isso acontece em background.
Se na qualidade final do vídeo a GoPro não tenta reinventar a roda com a Hero 9, na estabilização ela faz ainda mais que no modelo anterior. Por aqui, na terceira geração, o HyperSmooth ainda não te deixa abandonar um gimbal mecânico de verdade, mas diminui consideravelmente os movimentos. Isso acontece até mesmo quando eu desci uma escada correndo, sem pensar em suavizar as passadas.
Olhos treinados ainda percebem a imagem balançando um pouco enquanto eu caminho, mas notei que andando de bicicleta, que não é a coisa mais firme do mundo, a sensação era de estabilidade total. Dá para ver o cestinho trepidando, o guidão também e a gravação segue como se fosse um gimbal mesmo. Nesse dia eu só segurava a câmera com a mão, sem nenhum acessório ou coisa do tipo.
Existe uma ferramenta de nivelamento de horizonte que também impressiona pelo que faz. Claro que ela não é infinita, mas ajuda bastante quando você segura a câmera na mão e não quer o horizonte torto. Esse tipo de trabalho já era feito na edição pelo app da empresa, mas na GoPro Hero 9 ele acontece em tempo real, na câmera mesmo.
O Time Warp também foi reforçado nesse modelo e ele une um time lapse da vida com a estabilização do HyperSmooth 3.0, criando momentos onde a imagem pode ter a velocidade normal ou então em câmera lenta. O resultado final é bem bacana e, assim como o nivelador de horizonte, todo o trabalho é feito diretamente na GoPro.
Tudo isso consome bateria. Junte tela maior e um display secundário com mais funções, e a energia deveria ir para o ralo com mais velocidade, né? Então, a GoPro promete autonomia 30% maior na Hero 9 quando comparada com a Hero 8. Eu não cheguei a notar tanto tempo extra, mas percebi que meu uso durante o review, que envolve ligar a câmera, gravar ou fotografar, parar de gravar e desligar novamente, tudo isso sem conexão Wi-Fi ativada, mas com esse recurso ligado na hora de ver o resultado no iPhone. ao final do dia, me deu quatro dias longe da tomada.
É pouca coisa além do que eu já conseguia com a Hero 8, que tem tela menor e o display secundário consome muito menos energia. Então, é bom! A autonomia ainda é baixa demais e isso faz sentido por acontecer em uma bateria tão pequena, mas a GoPro Hero 9 Black finalmente melhorou neste ponto.
Mesmo com o ganho em tempo de filmagem, ainda é inteligente ter uma bateria secundária se você filma demais, já que ela é removível. Outro detalhe que me chamou atenção é que a GoPro Hero 9 esquentou menos que os modelos anteriores. Isso também é ótimo.
Bom, sempre ter uma GoPro nova é bacana por conta dos recursos que chegam com ela. A resolução 5K é interessantíssima para dar fôlego extra no corte da edição, a estabilização é fantástica, a Hero 9 continua à prova d’água mesmo sem case externo, o corpo ainda é aquele resistente o suficiente para sobreviver nas quedas da vida e a lente intercambiável volta a permitir o uso de filtros, ou mesmo a Max Mod, que é vendido separadamente e aumenta ainda mais a estabilização das filmagens.
Mas, sério, a cereja do bolo é a telinha da frente para ajudar no enquadramento de quem se filma. Não só isso, mas também para ajudar quando você gruda a GoPro Hero 9 em um local e quer saber como será a gravação, sem a necessidade de fazer isso pela conexão com o smartphone, nem se espremendo para ver a tela traseira.
Se você tem uma GoPro antiga, como a Hero 5 ou 6, é um salto generoso em muitos aspectos. Indo desde qualidade de imagem, estabilização generosa e a telinha frontal. Se ainda está com a 7 ou 8, a qualidade não cresce tanto ao ponto de justificar a troca. As gerações mais próximas são bem competentes ainda hoje.
O problema é o preço. Eu sei que o Brasil vive um péssimo momento financeiro e o dólar disparou em 2020, subindo mais de 20% de janeiro até o começo de dezembro, mas a GoPro lá fora também não ajudou. A Hero 9 Black ficou mais cara nos Estados Unidos, subindo o custo em quase 13%. Já no Brasil a disparada foi muito maior.
A Hero 8 Black chegou aqui no segundo semestre de 2019 por R$ 2.999, já a Hero 9 Black aportou por R$ 4.899. O aumento é de quase 64%. Tá caro, tá complicado e o mercado também não ajuda. Praticamente não existe concorrência para GoPro no Brasil. A Sony não vende mais sua câmera de ação por aqui e a DJI sumiu com a Osmo Action. Sobra o mercado cinza e de importação, com preços flutuantes.
Mesmo considerando essas duas opções de compra, a GoPro Hero 8 Black já é superior aos concorrentes e a Hero 9 é ainda mais.
A GoPro Hero 8, mesmo sem a telinha frontal, é uma câmera sensacional e custa R$ 1 mil a menos. Então, fica a decisão para o seu bolso. Se você realmente precisa da melhor câmera de ação do mercado, a GoPro Hero 9 Black é a melhor escolha. Se quer gastar menos e ainda assim procura uma experiência muito boa, a Hero 8 Black é uma escolha mais sensata.
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