Review 2AM Extreme: notebook gamer oferece bom desempenho em marca brasileira

O Extreme da 2AM é um bom começo para a marca brasileira, mas vem com preço que poderia ser menor do que a concorrência para chamar mais atenção.

André Fogaça
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• Atualizado há 3 semanas

A 2AM nasceu no final de 2018, como um braço da brasileira Positivo no mundo dos computadores focados no público gamer. Nela existem opções que vão desde notebooks menos potentes, passando por alguns mais caros e o leque de possibilidades vai até gabinetes com o que há de melhor para os desktops.

Recebemos a versão Extreme da 2AM, que é um computador portátil com corpo em plástico, placa gráfica GeForce GTX 1060 com 6 GB de memória dedicada, processador Intel Core i7 de oitava geração, 16 GB de RAM e tela de 15,6 polegadas, com teclado mecânico e cheio de luzes piscantes – recurso imprescindível para qualquer coisa gamer.

Todo poder de fogo fica menos poderoso por conta da presença de apenas um HD de 1 TB, que capa a potência em todos os pontos, até na hora de uma jogatina mais frenética. Eu vou te explicar se este obstáculo realmente é um problema e, principalmente, se o custo-benefício acaba colaborando na escolha deste notebook.

Bora lá.

Em vídeo

Design e acabamento

Se você entrou no mundo dos computadores portáteis voltados pro público gamer, sabe que a portabilidade é relativa. O Extreme da 2AM não é diferente e tem quase 3 quilos, o suficiente apenas para garantir que ele pode ser levado de um cômodo para outro da casa. Por outro lado, há muitos indícios extras de que este é um notebook gamer, como o logo em vermelho e o teclado com cores nos LEDs que ficam logo abaixo de cada tecla.

Eles podem assumir diversas cores e responder ao usuário de várias formas, seja criando uma linha ao tocar em uma tecla ou simular gotas. Ou ficar aceso só para ajudar na utilização em ambiente mais escuro.

O touchpad é confortável e espaçoso, mas o que chama atenção é a quantidade de entradas e saídas do modelo. Ele conta com duas portas USB em cada lateral, outras duas na traseira, junto de uma USB-C, uma saída HDMI, entrada para o cabo de força e duas enormes saídas de ar quente que funcionam de forma excepcional – e com muito vento saindo, o que é bom. Bem bom.

Ainda na traseira fica a entrada para cabo de rede e na lateral direita mora o slot para cartões de memória, junto de entradas separadas de fone de ouvido e para microfone.

O que pode e certamente vai agradar o público gamer é a presença de um teclado mecânico. Ele não é tão barulhento quanto teclados de outras fabricantes, tem sistema anti-ghosting, mas está espremido em um espaço que poderia ser melhor aproveitado. Falo isso pela presença do teclado número ao lado, que poderia simplesmente não existir. Ah, sim, ele vem no padrão ABNT2 e isso significa que o c cedilha está presente.

Tela e multimídia

A tela é Full HD com 15,6 polegadas de tamanho e é o que se espera deste segmento mais de entrada para notebooks potentes. Ela não apresenta muitos reflexos e o nível de pretos é ok. O som deixa a desejar por poder trabalhar com caixas melhores, já que o computador tem espessura generosa e o conjunto não é dos mais baratos.

Para resolver estes dois pontos e ainda melhorar o conforto do teclado, eu passei todo o tempo de testes com um monitor externo, junto de teclado e mouse plugados em portas USB.

Desempenho

O hardware é generoso do lado de dentro, ao menos o público que não quer vender dois rins para levar um computador focado em jogos para casa. Ele vem com uma GeForce GTX 1060 com 6 GB de memória só para ela, processador Intel Core i7 8750H de seis núcleos, 16 GB de RAM DDR4 e um ponto que desbalanceia tanto poder: um HD de 1 TB. O problema é que você vai esperar mais de um minuto para ligar o notebook e ter o desempenho completo do Windows 10. Um SSD resolveria isso em poucos segundos, nem que seja um SSD de 128 GB só para o sistema e os principais programas.

Tudo roda rápido para os padrões de um disco rígido, já que há muito poder tanto na placa gráfica como no processador, além de quantidade generosa de RAM. Mas, bem, um notebook gamer é feito para jogar, né? Vamos direto para este ponto.

Eu resolvi escolher alguns títulos mais recentes e outros nem tanto, sendo dois de e-sports com Heroes of the Storm e Overwatch, junto de três jogos diversos, sendo Ace Combat 7 como o mais recente, Far Cry 5 Rise of the Tomb Raider.

Os resultados foram animadores, com Ace Combat 7 rodando sempre acima de 90 fps e com todas as configurações no máximo. Nem em momentos com mais mísseis e aviões inimigos voando para todo lado o desempenho caiu.

Rise of the Tomb Raider é menos recente, só que demanda mais da máquina. Eu consegui algo entre 40 e 50 fps com tudo no ultra, até com os efeitos de cabelo ligados. Baixando para o preset de “muito alto”, o jogo fica basicamente em 60 fps ou mais em todo o tempo. Far Cry 5, mais pesado, mostrou melhores resultados. Nele eu coloquei todos os detalhes na configuração ultra e ativei as texturas em alta definição, com registro que variava entre 50 e 60 fps durante todo o tempo de testes.

Já em e-sports, Heroes é o MOBA da Blizzard e com todos os detalhes no Ultra, deixando tudo no máximo possível de forma manual, o game mostrou taxas que variaram entre 110 e 140 fps. É gg de boas e sem qualquer queda no desempenho.

Overwatch foi menos avassalador e ficou quase que o tempo todo em 70 fps quando tudo estava configurado no ultra. Em raríssimas ocasiões a taxa ficou abaixo disso e, quando aconteceu, marcou 66 fps. Ou seja, sempre acima de 60 fps em todos os mapas do game, durante todo o tempo.

Vale lembrar que a resolução de todos os jogos foi configurada para nativa da tela, ou seja, Full HD.

O que me deixou curioso é que o software que controla as luzes do teclado é identificado como uma ameaça pelo Windows 10 e Far Cry 5 não abre com ele instalado, dizendo que é um programa para trapaças. Ele acabou sendo removido do computador pro review continuar.

Vai entender…

Conclusão

A unidade que testei não é a mais potente da 2AM, que tem um modelo com SSD de 256 GB que resolveria por completo os problemas de um HD. A que testei, sem o disco de estado sólido, sai por R$ 7,3 mil e colocar o SSD sobe o valor para R$ 7.850 e vale todo centavo extra no investimento.

No mercado o computador briga contra o Dell G7, que tem exatamente o mesmo hardware, só que já com SSD de 256 GB e por menos de R$ 7 mil nesta configuração. Tem também o Avell G1555 FOX, que com o SSD já integrado, sai por menos de R$ 100 mais barato do que o Extreme da 2AM.

Os valores foram encontrados no momento da gravação deste vídeo, ou seja, no final de fevereiro de 2018. Com estes dados em mente, fica complicado recomendar o Extreme quando o G7 da Dell já vem com SSD e custa menos, com tudo igual do lado de dentro. A única diferença é que o computador da Dell não lida tão bem com a saída de ar quente, não tem teclado mecânico e não há LEDs piscando nele. Se este ponto é extremamente importante para você, ao ponto de deixar o SSD de lado, vá feliz. O Extreme da 2AM vai te satisfazer.

Especificações técnicas

  • Processador: hexa-core Intel Core i7-8750H;
  • Placa de vídeo: GeForce GTX 1060 com 6 GB GDDR5;
  • Armazenamento: HD de 1 TB;
  • Bateria: 46 Wh;
  • Conectividade: 802.11ac, Bluetooth 4.2, 1x HDMI, 1 USB-C 3.1, 2x USB 3.1, 4x USB 2.0, fones de ouvido, microfone, cartão SD, rede RJ45;
  • Dimensões (L x P x A): 37,4 x 26 x 2,9 cm;
  • Memória RAM: 16 GB de DDR4 (expansível);
  • Peso: 2,4 kg;
  • Teclado: mecânico, ABNT2 e retroiluminado;
  • Tela: LED LCD de 15,6 polegadas;
  • Resolução: 1920×1080 pixels;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language (64-bits);
  • Webcam: resolução de 720p.

Review 2AM Extreme

Prós

  • Sistema de resfriamento é bastante eficiente
  • GeForce GTX 1060 ainda dá conta do recado
  • Teclado mecânico e com cores RGB
  • Muitas portas e conexões

Contras

  • Mais caro do que concorrentes
  • Teclado apertado
  • Som de qualidade abaixo do esperado
Nota Final 8.8
Bateria
7
Desempenho
10
Design
8
Software
10
Teclado
9
Tela
9

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.