Review Notebook Alienware M15X roda qualquer jogo, mas não conte com a bateria

Rafael Silva
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• Atualizado há 3 semanas

Enquanto grandes fabricantes de PCs se esforçam para criar desktops com os melhores componentes de hardware voltados para gamers, a Alienware consegue fazer isso com laptops. E que laptops! A conhecida subsidiária da Dell começou a vender alguns modelos da sua extensa família de computadores há algum tempo no Brasil. Entre eles está o M15X.

O Alienware M15X é o irmão do meio dos modelos M da Alienware. O menor é o M11X e o maior é o M17X . Cada um tem suas peculiaridades e configurações, além da diferença de tamanho de tela que é destacada nos nomes dos modelos. Testei uma unidade do M15X durante um mês. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para chegar nos limites da máquina sem causar nenhum dano permanente, claro. Você lê abaixo quais foram as minhas conclusões.

Design e dimensões

Um computador recheado de componentes poderosos não quer dizer necessariamente um computador feio. Parte do que você vai gastar com um Alienware certamente vai para a equipe de design. E o M15X tem um estilo que justifica a presença dela: o notebook tem 4,87 cm de altura; 37,8 cm de largura; e 30,8 cm de comprimento. O hardware dele, que descrevo mais abaixo, faz com que essa monstruosidade pese nada mais, nada menos do que 4,08 quilos. Carregá-lo é um verdadeiro exercício físico.

Uma das características que se destacam no design de notebooks da linha Alienware é a capacidade de customizar os diversos LEDs espalhados dentro e ao redor do computador. Com o M15X não é diferente. Mas como o programa controla mais do que só as luzes, preferi falar mais sobre o assunto ali embaixo, no tópico Software. Enquanto ele não chega, fique com algumas das fotos de comparação com a versão antiga do M17X, apenas para visualização do tamanho.

Hardware

A escolha de componentes do M15X feita pela Alienware foi mais do que apropriada quando levamos em conta o preço. O poder de processamento dessa belezinha pode deixar certos desktops no chinelo. O M15X que testei vem com o novíssimo Intel Core i7 com clock de 1,60 GHz, 4 GB de memória RAM, placa de vídeo NVIDIA GeForce FTX 260M com 1 GB de memória integrada, HD de 500 GB, áudio com 5.1 canais e uma tela de LED de 15,6 polegadas com suporte a até 1920 x 1080 pixels de resolução.

O teclado é macio, bem espaçado, apesar de não ter o padrão ABNT. O touchpad pode ter a sensibilidade regulada, o que ajuda bastante na hora de jogar. Uma característica interessante (e que outros fabricantes deviam adotar) é que o touchpad é desativado quando o computador detecta um dispositivo de entrada alternativo, como um mouse sem fio. Isso evita movimentos indesejados enquanto estiver jogando, por exemplo.

Dentre os extras, estão uma câmera de 2.0 megapixels, conectividade Bluetooth e Wi-Fi 802.11 a/b/g e n, leitor de cartão de memória para 8 formatos diferentes de cartão, gravador e leito de DVD/CD, duas saídas para fone de ouvido e uma para fone, três saídas USB, sendo uma delas também uma e-SATA, uma saída Ethernet, uma VGA, um slot IEEE 1394 e uma DisplayPort.

Software

As opções de sistema operacional do M15X são o Windows 7 Home Premium, Professional ou Ultimate, sendo último o sistema incluído no computador que testei e o primeiro deles é o que vem incluído na configuração básica. A Alienware não oferece a versão de 32 bits dos sistemas; todos são de 64 bits. Mas a empresa dá a opção de escolher entre a língua portuguesa ou inglesa. Esse modelo de notebook não é oferecido com suíte de aplicativos, mas eu vou arriscar e dizer que quem compra não vai usá-lo muito para trabalho. 😛

O programa Alienware Command Center permite toda a sorte de cores, efeitos e firulas. Você pode, por exemplo, deixar o teclado piscando ou morfando em cores pré-determinadas em um ciclo infinito. A imaginação é o limite. A configuração que preferi deixar foi uma estilo Matrix, verde e estática.

Além disso, é por meio do mesmo programa que você pode escolher uma configuração de bateria que mais te apeteça, a sensibilidade do touchpad e até ativar a opção de reconhecimento facial, que dependendo da configuração escolhida, pode travar o computador quando a câmera não detectar o rosto do usuário na frente dele, o que é uma característica de segurança bem ‘do futuro’.

Benchmark e jogos

Para notebooks do tipo do M15X não há benchmark melhor do que testar uns jogos e ver com os próprios olhos como que ele se sai. Um dos primeiros que rodei foi StarCraft 2. Ele não chega no patamar de Crysis, mas como foi acusado de estar causando superaquecimento em certos computadores, achei que serviria. Dentro do jogo, pode-se escolher quatro configurações diferentes: Low, Medium, High e Ultra. Eu rodei em Ultra sem enfrentar problema algum. Foi uma coisa linda, juro. Quase caiu uma lagriminha de emoção.

Dentre as opções de jogos pré-instalados, a Alienware oferece o World of Warcraft, Eve Online (ambos precisam de uma assinatura mensal para serem acessados) e a plataforma de jogos Steam. Testei diversas vezes o jogo Team Fortress 2, em várias resoluções diferentes. Houve uma perda perceptível de FPS quando tentei jogar em altíssima resolução 1920×1600 pixels, mas todas as resoluções abaixo dessa não apresentaram problemas.

Street Fighter 4 Benchmark

Em suma, ele tem os componentes necessários para rodar qualquer jogo bom da atualidade e em velocidade razoável, perdendo apenas para um desktop. Ainda assim, rodei outros dois benchmarks só para conferir como ele se sairia.

BlackBox

Índice de experiência do Windows

Bateria

O que eu acho da bateria do M15X pode ser escrito com uma sequência de cinco sílabas ‘HA’: HAHAHAHAHA. Não me leve a mal, esse é um notebook poderoso, com um hardware que deixa qualquer MacBook Pro, por exemplo, se roendo de inveja. Mas em termos de bateria, o caso é o contrário: qualquer laptop da Apple consegue ser melhor do que o M15X. Ao ser desplugado da tomada, o notebook durou pouco mais de uma hora na bateria de seis células que o acompanha, com a opção de economia de energia ativada.

Mas ainda assim, vale destacar um detalhe copiado da Apple: o indicador de vida de bateria presente nela. Um botão pode ser pressionado para indicar quanto de energia ainda há na bateria.

Ah, e para os mais exigentes, a Alienware oferece uma bateria de 9 células opcional durante a compra. O ciclo de vida de ambas é de aproximadamente 300 cargas e recargas antes que seja notada uma perda de performance mínima.

Preço e upgrades

O preço-base do M15X é R$ 6.999,00, só que essa configuração é relativamente mais leve do que a que testei. Para tentar comparar, fui no site da Dell e selecionei os componentes do laptop para poder chegar no preço final: R$ 8.502,00. Apesar da aparente proteção contra abertura na parte de baixo do notebook, a empresa garante que ele pode ser aberto e ter seus componentes como HD e memória trocados, se por ventura algum dia ele ficar obsoleto.

Conclusão

O preço ainda é o principal fator influenciador da compra de um Alienware. O M15X entrega bastante em termos de hardware, mas não o bastante para justificar os seus 7 mil reais e isso na configuração básica. Existem modelos bastante similares ao M15X, como o ASUS G51J, que foi vendido no Brasil por algum tempo mas não é encontrado no mercado mais. Por enquanto, a linha de laptops para gamers no Brasil está escassa, mas começa a engatinhar.

O diferencial dessa linha da Alienware fica por conta do design, da marca, das customizações únicas do laptop e do 1 ano de garantia (que inclui a visita de um técnico ao domicílio) que a Dell oferece. Outro ponto a favor é a capacidade de deslocar um notebook com o mesmo poder de fogo (e provavelmente peso) de um desktop para qualquer lado. Para os gamers preguiçosos (eu!) e com grana para gastar (eu não!), isso já deve ser motivo o bastante.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.