Como já mencionei aqui no Tecnoblog há muito tempo, a franquia Sonic passou a última década na lama. Com exceção de um ou outro lançamento portátil para Game Boy Advance, os jogos do ouriço azul para console (insistentemente em terceira dimensão, apesar da completa rejeição dos fãs) foram, um após o outro, desastres.

E a Sega nunca parecia compreender que o que nós queríamos era um regresso aos velhos tempos – quando jogos do Sonic significavam apenas correr muito, colecionar argolas douradas e libertar seus amiguinhos animais no final das fases.

No começo deste ano ficamos sabendo que a Sega estava trabalhando num projeto secreto de codinome “Needlemouse”. Os fãs da franquia mais icônica da Sega sabiam que este era o nome do Sonic quando o primeiro jogo ainda estava nas fases conceituais de produção. Portanto, logo de início suspeitou-se que tal projeto era um retorno às raízes do personagem.

Quando as primeiras screenshots e vídeos começaram a pipocar, ficou claro que a motivação por trás de Sonic 4 seria abandonar completamente os elementos que fizeram dos últimos jogos completos fracassos (sequências de luta, Sonic se transformando em lobisomen, personagens humanos, entre outros) e trazer o personagem de volta pra casa: os cenários 2D repletos de robôs inimigos e loops.

Sonic 4 foi anunciado para Xbox 360, PS3, Wii e um “console misterioso” que acabou revelando-se o iPhone. Curiosamente, este é o único portátil para qual o game foi lançado – não há versões planejadas para o DS e para o PSP. E como a versão pro iPhone foi a primeira a ser lançada, foi essa que eu joguei.

Leia | Sonic 4 chega primeiro no iPhone
Baixatudo | Sonic 4 para iPhone

Sonic 4 será publicado de forma episódica. Este primeiro episódio tem 4 “zonas” – divididas, à moda clássica do primeiro Sonic, em três atos: Splash Hill Zone, Lost Labyrinth Zone, Casino Street Zone, and Mad Gear Zone. Ou seja, o primeiro episódio de Sonic 4 tem 12 fases, além das fases de bônus.

Além do spin dash (lembra quando você segurava o direcional para baixo e esmirilhava o botão A? Então, spin dash é isso), o Sonic volta a ter a habilidade de mira automática. Quando você está no ar, basta apertar o botão de pulo – na versão do iPhone, só há um botão – e o Sonic se joga contra o inimigo ou obstáculo na mira.

Alguns podem achar que essa habilidade emburrece o jogo, mas eu a considero interessante. A mira automática permite que a jogabilidade se foque na parte “correr muito rápido” e não “pulos milimetricamente calculados pra acertar os oponentes na cabeça enquanto o mapa parece um borrão na tela”. Além disso, para os que optarem pela versão do iPhone, esta forma de controle se adapta muito bem à tela de toque.

Embora todo o visual de Sonic 4 faça referências temáticas diretas aos primeiros jogos da série, as zonas Splash Hill and Casino Street são as que mais lembram os jogos clássicos. Todos os elementos estão lá – os loops, as TV com itens e até as músicas, embora diferentes, lembram bastante os temas originais. Sonic 4 definitivamente parece mais com Sonic do que qualquer outro jogo lançado recentemente pela Sega, mesmo se você considerar as versões do GBA.

No geral, é difícil não recomendar Sonic 4 para um fã da franquia, embora existam algumas ressalvas. Em primeiro lugar, não sei exatamente por que a Sega optou pelo modelo em episódios, e isso me deixa um tanto quanto apreensivo. Não se sabe quantos episódios serão, quando os próximos episódios sairão, ou (para os mais pessimistas) se sairão.

Também não há modo multiplayer, o que é uma imensa decepção. É meio justificável no iPhone, mas qual a desculpa para não incluir esse modo nos consoles?

Com exceção dessas dois pontos, o primeiro episódio de Sonic 4 é aquilo que nós fãs do personagem pedíamos há anos. O negócio agora é ter paciência pra esperar os próximos episódios.

Sonic 4 – Episode I custa US$ 9,99 na AppStore e US$15 nos consoles (o conteúdo é virtualmente idêntico, com exceção de uma fase exclusiva pro iPhone, e gráficos HD no PS3 e Xbox 360).

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Izzy Nobre

Izzy Nobre

Ex-autor

Israel Nobre trabalhou no Tecnoblog entre 2009 e 2013, na cobertura de jogos, gadgets e demais temas com o time de autores. Tem passagens por outros veículos, mas é conhecido pelo seu canal "Izzy Nobre" no YouTube, criado em 2006 e no qual aborda diversos temas, dentre eles tecnologia, até hoje.

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