Headset Recon 200: som alto e multiplataformaReview

A Turtle Beach traz para o Brasil o Recon 200. O headset gamer tem áudio amplificado e bom microfone. Confira o review

Vivi Werneck
• Atualizado há 4 meses
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Headset Recon 200 (Imagem: Vitor Pádua/ Tecnoblog)

A fabricante Turtle Beach está de volta ao Brasil com sua linha de headsets gamer. E um dos modelos trazidos para o país é o Recon 200. O acessório é com fio, tem áudio amplificado por bateria recarregável, microfone flip-to-mute e compatibilidade com Xbox One, Series X/S, PS4, PS5 e Nintendo Switch. Também é possível usá-lo no PC e dispositivos móveis. Mas será que ele vale R$729,90? Você descobre neste review.

Para esta análise, o Recon 200 foi testado (ao longo de 1 mês) no PlayStation 5, Xbox Series S, Nintendo Switch e PC (Windows).

Análise do headset Recon 200 em vídeo

Aviso de Ética

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O Recon 200 foi fornecido pela Turtle Beach por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design e conforto

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

Ao tirar o Recon 200 da caixa salta aos olhos um visual neutro, mas elegante. O modelo que testei é totalmente preto, mas há a opção de encontrá-lo na cor branca (haste, microfone e parte de fora das conchas) também. Sou fã de headsets gamer mais discretos. Na minha opinião, nem tudo precisa ter RGB ou parecer uma árvore de Natal. Sua estrutura, como um todo, é feita a base de plástico reforçado e metal.

A parte de cima da haste tem uma leve textura com o nome Turtle Beach entalhado. Em ambas as laterais, próximas da área de ajuste de altura, há mais três entalhes. Novamente, discreto e elegante. O estilo das conchas auriculares segue o mesmo design da haste e há uma “quebra” central que permite que a concha seja movimentada para melhor ajuste na cabeça.

Já na parte interior da haste, em princípio, fiquei um pouco preocupada por ela ter apenas uma fina espuma no centro, para amortecer o contato com a cabeça, e nada mais. Mesmo para quem tem muito cabelo talvez possa incomodar um pouco. O ajuste de altura do headset é feito da forma tradicional: puxando a haste para cima ou para baixo.

O microfone flip-to-mute (virar para silenciar) não é muito longo e, ao deixá-lo em modo desligado (com ele na vertical ou virado um pouco mais para trás), o mic respeita o limite espacial da concha, o que faz com que ele acompanhe o design.

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

O cabo de 3.5mm mede 1 metro e 30 centímetros e é fixo na concha esquerda. Além disso, ele é protegido por uma cobertura emborrachada. Nesse caso, minha crítica não é tanto por eu preferir cabos cobertos por nylon trançado, mas pelo fato dele não poder ser removido. Caso você tenha algum problema com o cabo ou, por exemplo, se o seu bichinho de estimação mastigá-lo, será necessário comprar um novo headset.

Voltando a falar da estrutura das conchas auriculares, um ponto positivo a destacar é a sua mobilidade. É possível movê-las para dentro e para fora e a tal quebra, que mencionei antes, ajuda nesse processo. Além disso, você também pode rotacionar as conchas, para um dos lados, até formar um ângulo de 180°. Essas opções te ajudam a ajustar o headset melhor à sua cabeça.

As almofadas de memória das conchas, que podem ser removidas, são revestidas em couro sintético por fora. Isso ajuda a isolar boa parte dos ruídos externos, mas você ainda será capaz de ouvir alguém te chamar, por exemplo, caso o volume não esteja tão alto. Por dentro do auricular, o revestimento é em tecido e acredito que a escolha tenha sido feita para não esquentar tanto as orelhas. Se a intenção foi essa, então foi bem sucedida.

Depois de tudo isso, será que é confortável usar o Recon 200? Como disse no início deste review, usei o headset da Turtle Beach ao longo de 1 mês e só agora, semanas depois, que ele parou de incomodar um pouco. Assim que tirá-lo da caixa e usá-lo nas primeiras horas, e até dias, você o sentirá fazendo uma pressão nas laterais um pouco maior do que pode ser considerado confortável.

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

Felizmente, com o tempo de uso, a sensação de aperto diminui. No entanto, isso não quer dizer que o headset ficará frouxo na sua cabeça. Pelo contrário, você lembrará que o está usando constantemente. Também pode mexer a cabeça à vontade e abaixar que ele não cairá. Entenda “mexer a cabeça à vontade” como movimentos rotineiros e naturais que se pode fazer ao usar um headset.

Controles, conectores e bateria

O Recon 200 conta com alguns controles simples, localizados na traseira da concha esquerda. Na parte mais acima está o ajuste de volume geral e, logo abaixo, a rodinha para ajustar o volume do microfone. Além dos controladores de som, o headset também traz uma chavinha para alternar entre desligado, PS4 e Xbox. Finalmente, na parte mais abaixo, está um conector para micro USB (que poderia ser USB-C) para recarregar a bateria. O cabo USB para Micro USB está incluso na caixa.

É provável que possa estar se perguntando: por que preciso carregar a bateria de um headset com fio? Não é só plugar e começar a usar? Então, não. O Recon 200 traz um recurso de amplificação do áudio que só é possível usar com a bateria interna do acessório carregada. Em outras palavras: não dá para usar o aparelho descarregado ou com a chavinha desligada.

Isso me causou uma estranheza muito grande, no início, porque para mim é completamente contra intuitivo. Se é wireless, você faz o pareamento do bluetooth ou conecta o dongle USB e carrega a bateria do fone. Se é com fio, é só plugar e pronto. Mas, no Recon 200 as coisas são assim e você precisará aceitar isso, se for comprá-lo.

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)
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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

Lembre-se também de desligá-lo, quando não o estiver usando, porque o headset não desliga sozinho por tempo ocioso. Se esquecer disso, é bem capaz que toda a bateria seja drenada e você fique na mão quando precisar dele.

Diferentemente de como costuma acontecer em headsets wireless, quando a bateria do Recon 200 está prestes a acabar não há um aviso sonoro, como alguns bips, indicando isso. O acessório simplesmente desliga abruptamente e pronto. Da primeira vez que isso aconteceu, eu pensei que tivesse dado problema no jogo ou no console, mas era só o headset que descarregou.

Felizmente, a bateria dura umas 12 horas e leva em torno de 3 horas para recarregar. Então, enquanto isso, dá para usar de boas um headset backup – se tiver. Caso não tenha um fone de reserva, a dica é sempre deixá-lo carregar um pouco depois de usar.

Mesmo o Recon 200 ter sido projetado com os consoles em mente, também é possível usá-lo no PC (não testei se funciona em macOS). Se o seu computador usa conectores separados de áudio (verde/rosa) será necessário comprar um adaptador. Mas se quiser economizar, ou não ter este trabalho, dá para plugá-lo na USB do PC usando algum extensor 3.5mm/USB de outro headset. Celulares e tablets, com entrada para 3.5mm, também são compatíveis.

Som e microfone

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

Falando primeiro das opções PS4 e Xbox, na chavinha do headset, elas podem ser ativadas e usadas em qualquer plataforma que o Recon 200 é compatível, incluindo PC, Nintendo Switch e dispositivos móveis. A diferença entre uma opção e a outra está no nível do áudio. E é aí que entra a história de ter que carregar a bateria de um headset com fio.

A bateria é usada no amplificador de áudio para cada um desses modos. Se a chave estiver na opção PS4, você notará agudos mais marcados e a sensação geral de um som mais alto. Já na opção Xbox, os graves são mais perceptíveis. Em ambos os casos, o áudio é muito bom e permite uma ótima sensação espacial ao jogar.

Notei apenas alguns chiados quando o acessório está ligado no controle do console, ou direto no Switch, mas sem nenhum som tocando. Nada terrivelmente barulhento e só é mais perceptível se o volume (geral ou do microfone) estiver no máximo, mas isso precisava ser mencionado.

Agora sobre o microfone, tenho que dizer que foi uma surpresa bem positiva. Nunca boto muita fé em mics de headsets, mas a qualidade do áudio gravado pelo Recon 200 ficou acima do que eu esperava. Só acho meio desnecessário esse recurso de monitoramento da própria voz, para evitar falar gritando, mas talvez seja apenas implicância minha.

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

O mic é fixo, omnidirecional e, mesmo estando um pouco longe da boca, tem um bom filtro de ruídos, sua voz fica clara e sem aquela sensação abafada, como se estivesse falando com um balde na cabeça. Ainda não o recomendaria para gravações de vídeos ou podcasts, para isso é bom usar um mic em separado, mas acredito que para streamings ele faria um bom papel.

Recon 200: vale a pena?

Sim, caso não se incomode de ter que recarregar a bateria de um headset com fio. A qualidade do áudio, nos modos PS4 e Xbox, é no geral muito boa e o microfone foi uma surpresa bem positiva. Faltou, no entanto, uma espécie de aviso para quando a bateria estiver acabando, além de um conector USB-C para recarregá-la. Para um headset que se propõe a atender aos consoles da nova geração, que usam o padrão USB tipo C, teria sido uma boa a Turtle Beach acompanhar essa tendência.

No mais, seu visual é bem elegante, as conchas auriculares têm uma boa proporção, em torno de 8cm x 10cm (largura x altura), e não ficam enormes na sua cabeça. A versatilidade de uso em várias plataformas, com o mesmo acessório, também é algo a se considerar especialmente se você pensa em adquirir um headset gamer para usos diferentes.

O preço sugerido pela fabricante de R$729,90 talvez não seja o melhor dos mundos, mas é possível encontrar valores promocionais de lançamento. Vale ficar de olho, pois o Recon 200 entrega o que se propõe a ser: um ótimo e versátil headset gamer para te acompanhar em qualquer gameplay.

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Turtle Beach Recon 200 (Imagem: Vivi Werneck/Tecnoblog)

Recon 200: especificações técnicas

EspecificaçõesRecon 200
Alto-falantes40 mm com ímãs de neodímio
Resposta em frequência20 Hz–20 kHz
Design do foneCircumaural (fechado)
Almofada da hasteCouro sintético com acolchoamento de espuma
Material das almofadas de orelhaCouro sintético com acolchoamento de espuma de memória
MicrofoneMicrofone flip-to-mute (virar para silenciar) omnidirecional fixo
Peso512 gramas (bruto com embalagem)
Controles integradosRoda de volume, monitoramento variável de microfone e botão para trocar de plataforma Xbox/PlayStation

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.