Review Xiaomi 11 Lite 5G NE: experiência quase premium
Com visual de Mi 11, Xiaomi 11 Lite 5G NE é um intermediário premium com processador Snapdragon 778G e tela AMOLED de 90 Hz
Com visual de Mi 11, Xiaomi 11 Lite 5G NE é um intermediário premium com processador Snapdragon 778G e tela AMOLED de 90 Hz
A essa altura do campeonato, você deve estar muito confuso com a linha 11, da Xiaomi, e suas inúmeras variantes. O Xiaomi 11 Lite 5G NE, por exemplo, tem design inspirado no topo de linha Mi 11, mas, na verdade, é uma atualização do Mi 11 Lite 5G, um intermediário premium. O aparelho é vendido oficialmente no Brasil desde outubro de 2021 e aposta numa ficha técnica equilibrada, para conquistar o consumidor exigente que não pode adquirir o topo de linha da família.
O 11 Lite 5G NE tem tudo o que se espera de um aparelho dessa categoria: um bom processador Snapdragon 778G, uma tela AMOLED com taxa de 90 Hz, conexão 5G e muito espaço interno. O que não ajuda muito é o preço de R$ 3.679, mas é o que já esperávamos para um modelo dessa categoria atualmente. Nós testamos esse aparelho nos últimos dias para contar a você se realmente ele é uma boa opção.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O Xiaomi 11 Lite 5G NE foi fornecido pela DL Eletrônicos por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica
Visualmente, o 11 Lite 5G NE (ou New Edition) é idêntico ao Mi 11 Lite. Apesar da aparência de flagship, dá para sentir que a empresa fez cortes com a intenção de deixar o produto acessível. Uma coisa que eles destacam — com razão — é a espessura de 6,8 mm, muito benéfica para consumo de jogos e filmes. O problema é que design ultrafino não combina com autonomia decente, mas falarei melhor da bateria de 4.250 mAh mais adiante.
O Xiaomi 11 Lite 5G NE é todo construído em plástico. Na traseira ele é bem-acabado e até chega a lembrar vidro com uma camada fosca. Nas laterais ele é mais simples e é possível notar uma rebarba entre o plástico e o vidro da tela quando você passa o dedo, mas isso é só um detalhe. A ausência de certificação contra à água mais uma vez mostra que a Xiaomi teve de economizar na construção.
Apesar dos cortes, eu gostei muito desse visual. É um aparelho bonito, com belas cores e passa uma sensação de topo de linha. Durante os dias em que fiquei com o dispositivo, eu pude facilmente transportá-lo no bolso e também consegui jogar títulos exigentes sem reclamar de desconfortos após algumas horas. As bordas finas e o peso realmente favorecem a usabilidade.
Na frente, a boa notícia é que a Xiaomi optou por não economizar e trouxe boas tecnologias. O painel de 6,55 polegadas é AMOLED, com resolução Full HD+ e há suporte ao Dolby Vision e ao HDR10+. Para uma navegação mais fluida, a marca oferece taxa de atualização de 90 Hz, assim como o Realme GT Master Edition, e taxa de amostragem de toque de 240 Hz. O display só é interrompido pelo furo da câmera e as bordas são finas.
Como meu celular principal, eu usei o 11 Lite 5G NE em casa e na rua, e não tenho o que reclamar. O brilho da tela é forte, a visualização sob a luz solar é boa, os ícones são nítidos e os belos contrastes, que só o AMOLED poderia proporcionar, também agradam. Em suma, a configuração atenderá bem usuários mais exigentes, que curtem jogar e assistir a conteúdos regularmente no telefone celular.
Ele tem alto-falantes estéreos, por isso assistir a um filme ou jogar no aparelho é mais prazeroso, pois o som consegue envolver o usuário. Apesar disso, não dá para ignorar a estridência que toma conta do áudio, especialmente em volumes elevados. Os componentes simples e o design ultrafino podem ter contribuído para isso e, infelizmente, não há entrada para fones de ouvido. No entanto, eles enviam na caixa um adaptador USB-C para fone P2.
A unidade testada pelo Tecnoblog veio rodando Android 11 acompanhado a MIUI 12.5, que é o terror para muitos usuários devido aos bugs. A versão que testamos é a 12.5.14 e, até o fechamento deste review, eu não presenciei falhas. Como já comentei em outras oportunidades, a MIUI me agrada por posicionar bem os ícones, a gaveta de aplicativos é organizada, dividida por categorias e a taxa de 90 Hz contribui para a fluidez.
A Xiaomi vem liberando o Android 12 em seus modelos gradativamente. O Xiaomi 11 Lite 5G NE está na fila e deve receber o update em breve, junto da MIUI 13. A versão global deve trazer novos elementos visuais, Material You, recursos de privacidade, como alertas quando um app está utilizando a câmera e o microfone, entre outras coisas. Infelizmente, nós não tivemos acesso à nova interface durante os testes.
O conjunto fotográfico é formado por uma lente principal de 64 megapixels, uma ultrawide de 8 megapixels com ângulo de visão de 119 graus, e fechamos com a telemacro, ou seja, uma lente híbrida que pode servir como macro e teleobjetiva, de 5 megapixels de resolução. Eu posso dizer que o aparelho tem um sistema de câmeras bom e honesto. Você consegue aproveitar todas as lentes aqui disponíveis.
Diferente da Samsung, a principal do dispositivo da Xiaomi gera imagens com aspecto mais natural. Elas não ficam tão saturadas, como na concorrência, nem são neutras demais. É uma característica que eu gosto muito e, além disso, a lente gera um belo desfoque, que também aparenta ser natural. A exposição nem sempre é bem controlada, mas nada que um ajuste não resolva antes. Já a definição e os contrastes são satisfatórios.
A qualidade da ultrawide despenca em qualquer situação. O centro da imagem tende a ficar focalizado, mas as extremidades são ignoradas e é ali que surgem distorções e granulação. Por ser mais fechada, essa lente é mais escura e eu senti falta de um brilho maior em algumas fotos.
A telemacro me conquistou. Você pode usá-la para fotografar objetos de perto ou de longe sem muito esforço. A qualidade, em definição em si, é inferior em relação às demais lentes, mas, se o local estiver bem iluminado, eu consigo produzir imagens legais. A Xiaomi fez bonito ao introduzir uma câmera que realmente produz boas fotos e ela não está aqui apenas para reforçar números.
O modo Noite do 11 Lite até melhora a situação em baixa luz, mas ainda fica para trás quando comparado a rivais. Mesmo com o auxílio de luzes artificiais, a nitidez fica comprometida e os cantos são ainda mais sacrificados.
Na frente, esse Xiaomi ganhou uma lente de 20 megapixels. O modo de embelezamento vem ativado por padrão no aparelho, mas é possível desativá-lo antes. Sem a suavização, ela consegue gerar selfies naturais, com saturação agradável, há um bom nível de detalhamento e brilho satisfatório. O desfoque, no entanto, pode falhar, às vezes, no recorte do sujeito.
Equipado com o Snapdragon 778G, em termos de performance, o Xiaomi 11 Lite 5G NE não me deixou na mão e entregou aquilo que eu esperava. O meu primeiro contato com o 778G foi no Realme GT Master Edition e eu gostei da desenvoltura dele nas principais tarefas. Trata-se de um processador intermediário, capaz de rodar os aplicativos do cotidiano sem apresentar problemas. O 11 Lite 5G NE chegou a ter travamentos pontuais em apps nativos da Xiaomi, mas redes sociais e plataformas de vídeo funcionaram sem nenhum problema.
A GPU Adreno 642L também não faz feio, mas é importante salientar que esse aparelho não é gamer e vai rodar alguns títulos com limitação. Exemplificando, Asphalt 9 sofre um pouco na fluidez, mas a jogatina não é totalmente sacrificada, em especial se os gráficos estiverem no padrão. Dá para jogar Genshin Impact? Sim, no entanto é possível notar alguns congelamentos em cenas pontuais. A unidade testada pelo Tecnoblog conta com 6 GB de RAM e 128 GB de espaço interno, podendo ser expandida para até 1 TB através de cartão microSD.
Recentemente, eu conversei com um executivo da Xiaomi e ele me disse que uma das prioridades lá dentro para satisfazer os consumidores é oferecer muita bateria e carregador na caixa. Com uma célula de apenas 4.250 mAh, eu não estava muito confiante com a autonomia dele, mas o aparelho me surpreendeu. Em um teste com três horas de consumo de vídeo, uma hora de redes sociais e 30 minutos de Asphalt 9, sempre com o brilho da tela no máximo, em 90 Hz, e conectado ao Wi-Fi de 5 GHz, a porcentagem foi de 100% para 54%. Isto é, sobrou carga para mais algumas horas de uso — muito bom!
O carregador enviado é de 33 watts de potência, podendo, em média, encher a bateria em até 1h30min. Em outro dia de teste, com apenas 2%, o acessório fez a porcentagem chegar aos 100% em 1h11min. Excelente trabalho.
O Xiaomi 11 Lite 5G NE não tem muita folga na categoria de intermediários premium, porque tem o desafio de lidar com outros bons rivais. Motorola Edge 20, Galaxy A52s 5G e Realme GT Master Edition são alguns deles. Apesar disso, o aparelho tem o seu público, que são pessoas que já estão no ecossistema da chinesa e buscam agora uma experiência mais próxima do Mi 11, topo de linha. Pensando nisso, a empresa caprichou na ficha técnica, oferecendo um bom processador, tela AMOLED de 90 Hz e um conjunto fotográfico que agrada.
Os cortes, para equilibrar bem o produto, não passam despercebidos. Ele até tem um visual muito bonito que se aproxima de flagships, porém o material empregado é simples. Eu também senti falta de uma certificação contra à água, uma vez que alguns smartphones dessa categoria entregam a proteção. Por último, o software, apesar de me agradar e de não ter apresentado problemas ao longo deste teste, ainda é o calcanhar de Aquiles da empresa, devemos reconhecer.
Com relação ao preço, o dispositivo chegou ao Brasil custando R$ 4 mil, mas hoje é vendido por R$ 3.680 nos canais oficiais. Por esse valor, fica difícil recomendar o produto com o Galaxy S20 FE, superior em tudo, saindo por R$ 2.300. O Edge 20, rival direto, com especificações semelhantes, poderia ser encontrado por R$ 2.900 enquanto eu finalizava este review. O Xiaomi 11 Lite 5G NE é um ótimo aparelho e, caso tenha se interessado, eu recomendaria monitorar os preços ou a solução seria embarcar nos concorrentes.
Tela | AMOLED de 6,55 polegadas com resolução Full HD+ (2400 x 1080 pixels), taxa de atualização de 90 Hz, taxa de amostragem de toque de 240 Hz, HDR10+ e Dolby Vision |
Processador | Qualcomm Snapdragon 778G (6 nanômetros) |
RAM | 6 GB |
Armazenamento | 128 GB |
Câmera traseira | – principal: 64 megapixels (f/1,79) – ultrawide: 8 megapixels (f/2,2) – telemacro: 5 megapixels (f/2,4) |
Câmera frontal | 20 megapixels |
Bateria | 4.250 mAh com recarga de 33 watts (carregador na caixa) |
Sistema operacional | Android 11 (MIUI 12.5) |
Conectividade | 5G, 4G, 3G, 2G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2, NFC e GPS |
Mais | leitor de impressões digitais, som estéreo, emissor de infravermelho e entrada para dois chips de operadora (Dual SIM) |
Dimensões | 160,53 x 75,73 x 6,81 mm |
Peso | 158 gramas |
Cores | azul, branco, preto e rosa |
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