Samsung Galaxy Buds: avançando para o básico

Novos fones de ouvido totalmente sem fio da Samsung são mais simples, mais acessíveis e melhores

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 11 meses
Samsung Galaxy Buds

Com um nome bem mais amigável, os Galaxy Buds são os novos fones de ouvido totalmente sem fio da Samsung. Eles herdaram o formato do Gear IconX, mas estão mais estilosos, passaram a estampar a marca da AKG e… se tornaram bem mais simples.

Isso mesmo: nada dos sensores de batimentos cardíacos da primeira geração, da memória interna de 4 GB para músicas ou do monitoramento de exercícios integrado. Os Galaxy Buds só fazem o básico: tocam música por Bluetooth. Em compensação, eles estão menos caros que o Gear IconX, com preço sugerido de R$ 999.

Será que a mudança fez bem aos fones de ouvido totalmente sem fio da Samsung? Eu usei os Galaxy Buds por um mês e conto minhas impressões nos próximos minutos.

Análise dos Galaxy Buds em vídeo

Design e conforto

Samsung Galaxy Buds + Gear IconX

Eu sou um usuário antigo do Gear IconX: tive a primeira geração com bateria terrível e também a segunda, que se tornou uma fiel companheira no transporte público e nas minhas corridas de manhã. E, na primeira vez que coloquei os Galaxy Buds no ouvido, não pude deixar de reparar no peso: são só alguns gramas a menos, mas eles me pareceram muito mais leves nas orelhas.

A Samsung parece ter priorizado o conforto em detrimento do isolamento com as borrachinhas padrão, que ficaram menores e passam a impressão de que os fones vão cair a qualquer momento (mas é só impressão mesmo). São fones de ouvido que devem agradar mais pessoas no primeiro uso. Como eu prefiro um ajuste mais firme, troquei para as borrachinhas maiores logo na primeira semana.

Samsung Galaxy Buds

Os comandos de toque foram simplificados nos Galaxy Buds — não existe mais o gesto de arrastar o dedo para cima ou para baixo para controlar o volume, o que me fez muita falta. Por meio do aplicativo da Samsung, que comento adiante, dá para configurar para que um toque longo do lado esquerdo diminua o volume, por exemplo, mas não é a mesma coisa.

Até o estojo de carregamento é direto ao ponto: em vez de um botão para abrir a caixinha e outro para parear com o celular, como no Gear IconX, temos só um LED de estado e uma porta USB-C para recarregar o conjunto. Quem tem um smartphone novo da Samsung só precisa pegar os Galaxy Buds, colocá-los no ouvido e tocar em “Conectar” na tela, ao maior estilo Apple AirPods. Bem mais simples.

Samsung Galaxy Buds

Software

O controle dos Galaxy Buds é feito pelo aplicativo Galaxy Wearables, que vem pré-instalado nos celulares da Samsung, mas pode ser baixado por qualquer usuário de Android. Ele mostra o nível de bateria de cada lado, tem um equalizador e permite configurar um recurso chamado Som Ambiente.

O Som Ambiente é o oposto de um cancelamento ativo de ruído: ele usa os dois microfones do Galaxy Buds para deixar o som passar, sendo que a intensidade pode ser ajustada ao gosto do freguês. É útil especialmente para quem pratica exercícios físicos na rua e não quer se isolar completamente do mundo para não ser atropelado.

Samsung Galaxy Buds

Som e conectividade

Mas vamos para o que interessa: o som. Os Galaxy Buds têm ótima qualidade de áudio, mas me fizeram uma pegadinha quando os ouvi pela primeira vez: o som parecia muito magro, quase sem graves, que eram muito presentes no Gear IconX. Foi só trocar para as borrachinhas maiores, que isolam melhor o ruído, para o áudio ficar como nos velhos tempos.

Samsung Galaxy Buds

Mesmo com o ajuste adequado, os Galaxy Buds não devem ganhar o coração do pessoal que gosta de batidas com muito impacto: as frequências baixas podem ser bem escutadas, mas menos sentidas que no Gear IconX. A clareza nos médios e os vocais bem definidos são pontos de respeito aqui, ainda mais para fones de ouvido que não têm pretensão de atrair o público audiófilo. Em comparação com o irmão mais velho, ele tem um som ainda quente e enérgico, mas ligeiramente mais arejado, o que me agrada bastante.

Um dos avanços prometidos pela Samsung está nos microfones. Segundo a empresa, os Galaxy Buds possuem uma tecnologia adaptativa com microfone duplo que reconhece o ambiente ao seu redor e deixa o ruído de fora da sua conversa. O que eu posso dizer é que a voz fica com uma qualidade típica de fones de ouvido Bluetooth, com uma compressão que me incomoda e um aspecto metalizado, mas que não atrapalha na compreensão.

Samsung Galaxy Buds

E uma boa notícia para quem usa iPhone ou Apple Watch para ouvir música é que os Galaxy Buds agora suportam o codec de áudio AAC, garantindo um som menos comprimido para quem tem ouvido treinado (não é o meu caso). Nos smartphones da Samsung, o codec continua sendo o Scalable, que tende a sofrer menos interferências que o padrão SBC.

Quanto à estabilidade da conexão, eu não tive nenhum problema com falhas no som nos Galaxy Buds, seja conectado a um iPhone XS, Galaxy S10+, Galaxy Note 9 ou um Apple Watch Series 4. Nesse ponto, a Samsung já havia feito um ótimo trabalho nos modelos anteriores, então não existe nenhuma surpresa indesejada aqui. Que bom!

Samsung Galaxy Buds

Bateria

Apesar de terem ficado mais leves, os Galaxy Buds estão com baterias melhores. Com o volume no médio, escutando músicas e podcasts por meio de um iPhone XS, eles aguentaram 6h10min nos meus testes antes de desligarem, o que é uma marca bem respeitável na categoria de fones de ouvido totalmente sem fio, em linha com a promessa de 6 horas de autonomia da Samsung.

O ponto negativo é que o estojo de carregamento perdeu capacidade: ele só recarrega os fones de ouvido uma vez. Particularmente, achei a troca justa: o acessório fica mais compacto no bolso e, pelo menos no meu caso, 12 horas de reprodução são mais que suficientes para encontrar uma fonte de carregamento antes que a bateria acabe.

Samsung Galaxy Buds

Essa fonte de carregamento, no caso, pode ser tanto uma power bank e um cabo USB-C quanto um carregador sem fio no padrão Qi — que, inclusive, está integrado à traseira dos novos Galaxy S10.

Vale a pena?

Fones de ouvido totalmente sem fio ainda são caros, mas os Galaxy Buds são um ótimo representante da categoria. Eles não são exatamente um sucessor do Gear IconX, porque perderam muitos recursos: em vez de um wearable que podia tocar músicas e monitorar exercícios sem um celular por perto, os Galaxy Buds são apenas… fones de ouvido.

Samsung Galaxy Buds

Apesar disso, eles fazem bem o que se propõem a fazer. A bateria não decepciona, o design é confortável e a qualidade de som é bastante satisfatória para fones de ouvido desse tamanho. A Samsung também acertou na escolha de cores — ainda existe o preto para quem prefere ser discreto, mas o branco e o amarelo são ótimos para fugir da mesmice.

O Gear IconX (2018) era um companheiro muito frequente nos meus deslocamentos, mas os Galaxy Buds acabam de tomar o lugar dele.

Especificações técnicas

  • Conectividade: Bluetooth 5.0;
  • Codecs: Samsung Scalable, AAC e SBC;
  • Baterias:
    • Fone de ouvido (cada lado): 58 mAh (até seis horas de reprodução);
    • Estojo de carregamento: 252 mAh (uma recarga nos dois fones;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, toque;
  • Compatibilidade: celulares com Android 5.0 ou superior e 1,5 GB RAM ou mais (para o aplicativo Galaxy Wearable);
  • Dimensões:
    • Fone de ouvido (cada lado): 17x22x19 mm;
    • Estojo de carregamento: 70x39x26 mm;
  • Peso:
    • Fone de ouvido (cada lado): 5,6 gramas;
    • Estojo de carregamento: 39,6 gramas.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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