Slingbox 350 deixa você ver a TV da sua casa em qualquer lugar

Lançado por 799 reais, Slingbox 350 faz streaming da sua TV pela internet

Micael Silva
Por
• Atualizado há 10 meses
Slingbox 350

A televisão é uma paixão nacional do brasileiro, forjamos nossa identidade através dela. Mas mesmo tendo essa relação tão íntima nem sempre ela está tão acessível como queremos. Mesmo a TV digital móvel não consegue suprir nem a necessidade de alcance, por conta da lenta difusão do sistema digital, nem a variedade: a TV digital aberta só contempla, obviamente, os canais abertos. Você pode resolver tudo isso com ajuda de uma conexão com a internet e um equipamento como o Slingbox 350, que permite que você veja a TV da sua casa em qualquer outro lugar do mundo.

Eu já era dono de um Slingbox Solo, produto anterior da família do Slingbox 350. Aproveitando a chegada oficial do produto no Brasil por 799 reais, resolvi ver o que o 350 tinha de novo e mais interessante. Nos próximos parágrafos, você confere uma visão geral, os pontos fortes e os pontos fracos do produto.

Qualidade de imagem

O Slingbox evoluiu bastante desde o início dos anos 2000, quando o primeiro modelo da empresa foi lançado, assim como os dispositivos móveis e as conexões de internet também evoluíram. O antecessor direto do Slingbox 350, o Slingbox Solo, utilizava o codec H.264 para vídeo, mas em perfil “baseline”. O padrão H.264 é formado por diversos perfis de utilização para se adaptar a diferentes capacidades de processamento, sendo o “baseline” o mais leve de todos. Já o atual Slingbox 350 utiliza como padrão o perfil “high”, o que permite imagens em alta definição (até 1080p) e também imagens em resoluções menores com mais qualidade, mas usando a mesma taxa de dados que uma imagem utilizando o perfil “baseline”.

Ao assistir ao Slingbox, a conexão é feita diretamente ao dispositivo que você tem instalado na sua residência, ou seja, ele depende da taxa de upload da sua conexão para garantir uma boa qualidade de vídeo. A Sling Media recomenda, respectivamente, para vídeo em alta qualidade, qualidade média e visualização em redes móveis, 2 Mb/s, 600 kb/s e 250 kb/s. Na prática, é possível com até menos que isso. Dá para assistir com tranquilidade ao Slingbox com pelo menos 300 kb/s, o que é uma boa notícia para os brasileiros, já que os planos de banda larga por aqui fornecem upload numa média em torno de 500 kb/s.

E para quem o mais importante é mesmo mobilidade, o Slingbox ainda tem uma última tábua de salvação para você não perder os gols, touchdowns, tries ou pontos: o SlingPlayer tem a função “apenas áudio”, que consegue funcionar até mesmo nas nossas redes 3G (que não são tão 3G assim, você sabe…).

Slingplayer para iPhone acessando o Slingbox 350 através de rede 3G da Vivo
SlingPlayer para iPhone acessando o Slingbox 350 através de rede 3G da Vivo
Detalhe do Slingplayer executando vídeo via 3G mostrando a velocidade do stream
Detalhe do SlingPlayer executando vídeo via 3G mostrando a velocidade do stream
Slingplayer executando via 3G em modo somente áudio, para conexões espartanas e pânico pós-limite de franquia
SlingPlayer executando via 3G em modo somente áudio, para conexões espartanas e pânico pós-limite de franquia

Facilidade de instalação e uso

A distribuição brasileira do Slingbox já causa uma excelente primeira impressão com uma embalagem totalmente em português, de cabo a rabo. Até os links informativos e para configuração do equipamento estão na nossa língua.

Em relação aos modelos anteriores, o Slingbox 350 matou a conexão S-Video (alguém aí ainda usava?), mantendo apenas entrada vídeo componente (para vídeo HD) e composta (aquele famoso cabo A/V amarelo) para definição padrão. Todos esses esses cabos já vêm junto com o aparelho. Porém, vale ressaltar que o Slingbox 350 não aceita entrada de vídeo HDMI, o que é bem chato. Em alguns casos, é preciso até mesmo desativar o HDMI do decodificador de TV, por conta do sistema de proteção de imagem dele que impede que a mesma seja vista em dispositivos não compatíveis, como o Slingbox.

Parte traseira do Slingbox 350 e suas conexões
Parte traseira do Slingbox 350 e suas conexões

Outra ausência sentida no Slingbox 350 é que ele se conecta à rede exclusivamente por cabo, não aceitando conexões Wi-Fi. Visto que é um equipamento que muitas vezes fica na sala e este não é um lugar que costuma ter pontos de rede (em casas normais, não em casas de geeks), tudo seria mais fácil com suporte a Wi-Fi, definitivamente. Aí cada um se vira como pode passando cabos, usando adaptadores Ethernet sobre rede elétricas, access points….

A parte da instalação que pode ser um pouco mais confusa é a hora de configurar o controle remoto. O Slingbox permite você usar todos os recursos da sua TV, mudar canal, checar programação ou iniciar gravação imitando o seu controle remoto, emitindo os mesmos sinais infravermelhos dele. E para isso é necessário indicar o modelo correto dele. O site brasileiro do Slingbox mantém uma lista de boa parte dos controles disponíveis usados nas TVs por assinatura por aqui e alguns ainda em desenvolvimento.

A peça que faz a mágica de imitar o controle é o “IR blaster”, que tem um design um tanto, hum, holístico, não?

Slingbox 350 IR Blaster

No atual modelo, segundo o fabricante, o “IR blaster dos faraós” é apenas um adicional caso seja necessário: o próprio equipamento tem 3 emissores em seu corpo, sendo um na frente e um em cada lateral. “Seguro morreu de velho”, devem ter pensado os engenheiros da Sling Media…

Por falar no corpo do Slingbox 350, ele é compacto, tendo um pouco mais da metade da largura de um decodificador de TV por assinatura habitual. O design de várias cavidades regulares na superfície é uma engenhosidade feita para resolver o problema de superaquecimento que afetava alguns antigos modelos. O que parece ser uma cavidade decorativa disfarça furos regulares que permitem a passagem do ar. Muitos furos mesmo. Mais uma vez os engenheiros e projetistas decidiram pecar pelo excesso do que pela ausência.

Software

Com a introdução dos novos modelos em 2012, o Slingbox não é mais compatível com o player instalável para Windows e Mac, restando apenas a versão do player via web. É uma desvantagem caso você queria usar apenas dentro de uma rede local, como funcionava com modelos anteriores como o Slingbox Solo e Pro HD.

Por outro lado, ficou mais fácil configurar o Slingbox em um desktop. Basta instalar um plugin no browser para começar a usar, ao contrário da última versão instalável do SlingPlayer que pedia inúmeros updates de frameworks.

Slingbox visualizado através do player via browser. A barra de progresso permite pausar e voltar o conteúdo transmitido
Slingbox visualizado através do player via browser. A barra de progresso permite pausar e voltar o conteúdo transmitido

O uso não tem segredos: uma cópia idêntica do controle remoto do seu decodificador (aquele que você configurou na instalação) é mostrada na tela para que você utilize todos os recursos da TV. A versão Windows traz também o recurso de live DVR, armazenando os últimos 30 minutos de vídeo assistidos no navegador permitindo pausar ao vivo e retroceder a programação. E falo a “versão Windows” porque, por algum motivo desconhecido, este recurso não está disponível no plugin usado no OS X. Uma bola fora.

A Sling Media também disponibiliza versões do SlingPlayer para iPad, iPhone, smartphones e tablets Android. Não é uma redundância listar desta forma, pois cada versão é realmente uma versão diferente. E salgadamente paga para um app de dispositivo móvel: cada um custa US$ 14,99. Alem disso, o app para iOS não é universal: se você quiser instalá-lo no iPhone e no iPad, precisará pagar duas vezes.

Sabemos que a tecnologia do Slingbox envolve licenciamento de tecnologias embarcadas que talvez tornariam esta cobrança necessária, mas talvez usando o modelo antigo de licenciamento do SlingPlayer como era nos Palms, Blackberries, Symbians e Windows Mobiles (versões essas incompatíveis com o atual 350, é bom alertar), onde era possível transferir a licença de um sistema operacional para outro, fosse uma solução mais justa.

Além do desktop e dispositivos móveis, também é possível assistir seu Slingbox através de plataformas de TVs conectadas como WD Live, Boxee e em algumas smart TVs. É bem provável que a chegada do produto ao país aumente as opções de smart TVs comercializadas aqui com o software embutido.

Para quem serve o Slingbox?

Se você depende da TV ao vivo, o Slingbox é o utilitário que te faltava. Claro, se você consome apenas seriados e filmes, Netflix e similares são muito mais negócio. Mas se você acompanha notícias, esportes e qualquer outra programação ao vivo ele pode ser a solução. Pode, porque é sempre bom analisar caso a caso: a ESPN, por exemplo, oferece um serviço online, o WatchESPN. Mas das operadoras de TV paga com cobertura nacional, a Sky não libera acesso aos canais ao vivo e a NET limitou recentemente o acesso ao serviço só para assinantes de pacotes Top HD e HD Max. Mesmo quem paga adicional para ter os canais ESPN ficou chupando o dedo.

O Slingbox permite a conexão até de equipamentos que geram sinal em PAL-M, como videocassetes.
O Slingbox permite a conexão até de equipamentos que geram sinal em PAL-M, como videocassetes.

Mas é bom lembrar que o Slingbox não é uma alternativa apenas para assinantes de TV paga. É possível conectar também conversores de TV digital aberta, ou até mesmo aquele antigo videocassete encostado em casa para usá-lo como sintonizador. O exótico formato de vídeo analógico PAL-M usado no Brasil não é problema para ele, algo um tanto inesperado para um produto importado. Até câmeras de segurança podem ser monitoradas usando o Slingbox. A lista de utilidades é bem grande.

Pontos fortes:

  • Fácil de instalar e usar.
  • Compatibilidade com diversos sistemas e plataformas.
  • Reconhece muitos decoders brasileiros e outros aparelhos de vídeo.
  • Não tem custo mensal.

Pontos fracos:

  • Conecta-se apenas à rede por cabo (Wi-Fi apenas na versão 500, ainda não comercializada no Brasil).
  • Apenas entrada de vídeo componente ou composto (HDMI só na versão 500).
  • Recursos avançados de grade de programação interativa não disponíveis no Brasil.
  • Design que é um sonho dos preocupados com aquecimento do equipamento, mas pesadelo de quem tem horror à acumulo de poeira.
  • Preços: do equipamento em si e das várias versões do player mobile.

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Micael Silva

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Micael trabalha com mídia online e offline. Já apresentou um programa de TV sobre tecnologia mas prefere mesmo é trabalhar nos bastidores, da câmera que capta a imagem até o servidor que coloca tudo ao vivo na internet.

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