Facebook, Epic Games, Roblox e Microsoft querem um pedaço do metaverso

As empresas têm visões distintas sobre o metaverso e seus possíveis usos no futuro, mas todas já estão investindo pesado na ideia

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Metaverso (imagem ilustrativa: Lucrezia Carnelos/Unsplash)

O conceito de metaverso está cada vez mais popular, e as grandes empresas começaram a investir pesado em suas visões desses novos mundos digitais. Facebook, Epic Games, Roblox e Microsoft são quatro corporações gigantes que já estão pensando em como podem atuar nesse futuro no qual a realidade e o virtual se misturam. Quais são os objetivos de cada uma delas? Te conto nas linhas a seguir.

Facebook já começou a criar seu metaverso

O Facebook detém algumas das maiores redes sociais do mundo. Por isso, era esperado que Mark Zuckerberg não demorasse para dar o primeiro passo em direção ao metaverso. Nesta quinta-feira (28), a empresa por trás do Facebook, Instagram e WhatsApp revelou sua nova estratégia e a mudança de nome para “Meta”.

Isso não altera o nome ou o funcionamento das redes sociais que nós usamos diariamente, mas mostra como a empresa quer se posicionar a partir de agora. A ideia de Zuckerberg é começar a misturar o mundo real com o virtual aos poucos, a partir de investimento em novos aplicativos e laboratórios de realidade virtual.

Mark Zuckerberg anuncia novo nome de empresa por trás do Facebook, Instagram e WhatsApp: Meta (Imagem: Reprodução/Facebook)
Mark Zuckerberg anuncia novo nome de empresa por trás do Facebook, Instagram e WhatsApp: Meta (Imagem: Reprodução/Facebook)

Segundo Zuckerberg, há um plano de gastar US$ 10 bilhões para criar o metaverso. Parte desse dinheiro será usada para contratar jovens talentos que ajudem a construir esses novos ambientes virtuais. O CEO da empresa também pretende investir em hardware, começando pelo Stories, um óculos inteligente com câmera dupla fabricando pelo Ray-Ban.

Por outro lado, outras empresas donas de redes sociais saíram na frente na criação de metaversos. Um exemplo é o Snapchat, que já conta com recursos de criação de avatares virtuais — os Bitmojis — customizáveis. Esses pequenos bonecos também podem ser movidos em um mapa 3D direto pelo aplicativo, garantindo a imersão que muitos usuários esperam.

Epic Games quer metaverso livre em Fortnite

Fortnite (Imagem: Reprodução/Epic Games)
Epic Games quer construir um metaverso livre com Fortnite (Imagem: Reprodução/Epic Games)

A Epic Games tem atuado como o pilar gamer do metaverso, com um investimento de US$ 1 bilhão e apoio financeiro da Sony e de outras empresas de tecnologia. Um dos games de maior sucesso no mundo, Fortnite deixou de ser apenas um jogo divertido para se tornar uma verdadeira plataforma digital onde é possível assistir a shows de artistas como Ariana Grande e visitar exposições educativas em museus virtuais.

Como a ideia do metaverso é misturar o mundo real com o virtual, incluindo a maior quantidade de pessoas possível, a Epic Games já está adiantada com Fortnite. O que a desenvolvedora mais precisa agora é apoio de outras empresas para convencer os gigantes da tecnologia de que o Battle Royale deve ser completamente multiplaforma e sem qualquer barreira, incluindo financeiras.

Para isso, o CEO da Epic Games, Tim Sweeney, está usando a guerra judicial contra a Apple para abolir o controle das lojas sobre os métodos de pagamento usados em Fortnite. Sem taxas ou outras limitações, os jogadores podem acessar o jogo onde, como e quando quiserem, com total liberdade.

Roblox vai expandir comunicação no metaverso

Roblox quer permitir que as pessoas se comuniquem no metaverso como na vida real (Imagem: Divulgação/Roblox)

A Roblox Corporation tem uma visão parecida com a Epic Games, mas a empresa quer deixar a criação do metaverso na mão dos usuários de Roblox. A produtora deseja reunir pessoas em ambientes virtuais onde elas possam não só jogar, como também aprender, trabalhar, criar e socializar, forjando vínculos reais.

Seu principal pilar em relação ao metaverso é a comunicação. A ideia inicial da Roblox Corporation é “desvirtualizar” as interações em Roblox, por meio de sistemas que simulam gestos da vida real nos jogos, como expressões faciais dinâmicas e chat de voz espacial, que até já está em testes.

Na visão da empresa, o metaverso de Roblox vai permitir conversas e interações sociais no mundo virtual idênticas às trocas do mundo real, onde quer que as pessoas estejam. Assim como na realidade, a comunicação virtual também deverá seguir as mesmas normas da sociedade. Para a Roblox Corporation, estar em um ambiente digital não significa ter direitos absolutos.

Microsoft pretende fazer negócios no metaverso

Metaverso da Microsoft é mais empresarial e focado no desenvolvimento profissional (Imagem: Laurens Derks/Unsplash)

A Microsoft tem uma visão bem mais empresarial em relação ao metaverso. Para a empresa, os ambientes virtuais podem ser usados para simular lojas cujas prateleiras estão sempre cheias, linhas de produção em fábricas que resolvem problemas de forma automática, ou até um plano de energia para iluminar uma cidade inteira.

Para a criadora do Windows, o metaverso vai exigir que até mesmo empresas que não são do setor de tecnologia contratem desenvolvedores de software para criarem seus próprios metaversos. A Microsoft imagina que tudo poderá ser digitalizado e que a indústria será baseada em cinco pilares: Internet das Coisas, 5G, computação na nuvem, inteligência artificial e automação robótica.

O foco da Microsoft é usar o metaverso para criar essa realidade mista na qual pessoas podem simular eventos do mundo real com a segurança do mundo virtual. Assim, profissionais podem errar quantas vezes quiserem, analisar situações de diferentes ângulos, prever acidentes e interagir com coisas sem que elas sejam tangíveis na realidade.

Com informações: Epic Games, IGN, Roblox, Microsoft, Wired.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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