O Instagram está fechando o cerco aos aplicativos de terceiros que oferecem alguns recursos integrados com a rede social de fotografia (peço aos fotógrafos de plantão que não desejem me agredir após ler isso). Primeiro de tudo, como a gente já sabe, a maioria sofre sérios impedimentos para não realizar o upload das imagens para o site. Agora, a novidade é que o Instagram está entrando em contato com os desenvolvedores para gentilmente pedir que eles troquem os nomes de apps com “insta” ou “gram” no nome. Existe uma miríade de softwares que se encontram nessa situação atualmente.

Convenhamos que de nada adiantar fazer aquela foto incrível, se depois não tiver como compartilhar no "Insta" (foto: sxc.hu)

Embora a novidade seja a equipe do serviço atuando ativamente para remover os apps assim, não é exatamente uma novidade que isso viria acontecer. As diretrizes da marca Instagram incluem, já no segundo item de “Do’s and Don’ts” (Faça e Não Faça, em tradução livre), a orientação para que os desenvolvedores não batizem suas criações com o nome Instagram ou parcelas do nome Instagram. A mim, está muito claro que o serviço simplesmente deseja se proteger de associações picaretas ou mesmo que criem uma sensação errada de que existe vínculo entre o app de terceiros e o serviço oficial, por assim.

A mensagem enviada pelo site a um desenvolvedor esclarece que está proibido usar as duas partículas. Muito polidamente, também pede que ele desenvolva uma marca própria. Leia o texto: “Nós agradecemos pelo seu interesse em desenvolver produtos que ajudam as pessoas a compartilharem no Instagram. Enquanto nós encorajamos os desenvolvedores a construir ótimos apps com Instagram, nós não podemos permitir que outros aplicativos se pareçam como se fossem os aplicativos oficiais ou endossados ou apoiado por nós. (…) É importante que você desenvolva uma marca de forma distinta para suas aplicações, e use as marcas registradas do Instagram somente como especificado em nossas políticas.”

Este problema de associação errada entre um aplicativo oficial e o de terceiros não é exclusivo do Instagram. Diversos serviços, de alguma forma, foram afetados por esse comportamento. Eu lembro quando o Flickr surfava na crista da onda, fazendo aparecer uma penca de aplicativos com esse “kr” no final. Mais recentemente, também temos o caso do Twitter. Quantos são os aplicativos de terceiros que brincam com a palavra “tweet”? Assim, de memória mesmo, só não consigo me recordar de nada envolvendo o Facebook. Claro que é muito mais difícil se apropriar de um nome tão coxinha como o empregado por Mark Zuckerberg.

O que acontece se o cara dono do app não modificar o comportamento e acertar as falhas apontados pelo Instagram? Muito provavelmente será bloqueado do ecossistema. Não é tarefa difícil para o serviço simplesmente impedir essa comunicação, como ele já fez com o app Instance. Além de ter “insta” no nome, ele permitia enviar as fotos para o site a partir do Windows Phone. O próprio Instagram não tem app oficial para a plataforma da Microsoft nos celulares.

O Instagram foi adquirido pelo Facebook há pouco mais de um ano. O negócio movimentou 1 bilhão de dólares.

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Thássius Veloso

Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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