Era uma vez um aplicativo para Android chamado Virus Shield. Custando quase 10 reais, ele prometia bloquear a instalação de malwares e monitorar os dados do smartphone para proteger suas informações pessoais. Com uma interface simples e agradável, fez o maior sucesso, alcançando rapidamente 30 mil downloads e uma avaliação de 4,7 estrelas de 2 mil usuários felizes e satisfeitos na Play Store. Seria uma pena se o Virus Shield fosse uma farsa, né?

O Virus Shield não possuía nem sequer uma linha de código para funcionar como um antivírus, segundo o Android Police. Tudo o que ele fazia era trocar um ícone para dar ao usuário uma falsa sensação de segurança. O aplicativo foi removido da Play Store logo após a descoberta da farsa. Felizmente, quem gastou dinheiro não ficou no prejuízo (muito pelo contrário!): neste fim de semana, o Google enviou um email aos usuários oferecendo o reembolso.

Toque na tela e... você está protegido!
Toque na tela e… você está protegido!

No email, o Google diz que as políticas do Google Play proíbem falsas alegações como a do Virus Shield, que prometia proteção com um clique e não cumpria. Os 3,99 dólares gastos com o aplicativo serão devolvidos aos compradores nos próximos 14 dias. O Google ofereceu ainda um código promocional para que eles possam resgatar 5 dólares; o dinheiro pode ser usado para comprar aplicativos (legítimos, de preferência), livros, músicas e filmes.

Foi uma boa maneira de se desculpar com os usuários. É verdade, deve ser difícil detectar aplicativos falsos como este, que não cumprem o que prometem, mas também não são danosos ao aparelho. No entanto, no final das contas, o responsável por analisar e aprovar os aplicativos antes de eles irem para a Play Store é o próprio Google.

A conta dos desenvolvedores do Virus Shield foi suspensa, mas Jesse Carter, um dos responsáveis, afirma ao The Guardian que tudo não passou de um mal entendido: uma versão não finalizada teria sido publicada por engano na Play Store e ele mesmo teria retirado o aplicativo do ar assim que descobriu o problema; uma nova versão totalmente funcional seria enviada logo depois. Então tá.

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Escrito por

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.