Antivírus para iOS? Saiba como proteger seu iPhone

Não precisa de antivírus no iOS (iPhone)? A resposta rápida e na ponta da língua é: não... Mas entenda os motivos por trás disso

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 1 ano e 1 mês
iPhone / przemyslaw-marczynski / unsplash

A polêmica em torno do assunto não morre: existe antivírus para iOS (iPhone)? 🤔 É verdade que o volume de ameaças para o software da Apple é menor que para Android, por exemplo. Em parte, devido a maneira robusta como a fabricante constrói o sistema.

Entretanto, há outra boa razão para que não seja muito comum ver pessoas usando antivírus no iOS: a Apple não permite aplicativos dedicados à proteção do sistema operacional — no caso, o iOS — na Apple Store. A primeira frase do “Security Guide“, do iPhone, diz: “a Apple projetou a plataforma iOS com segurança na sua essência”. Sendo assim, dispensa o uso de antivírus e entende o sistema com um avanço em segurança.

Não precisa de antivírus no iPhone?

A resposta rápida e na ponta da língua é: não. O motivo para isso é que é bastante questionável usar o termo “antivírus para iOS” se a própria Apple impede que softwares para este fim sejam oferecidos na sua loja de aplicativos para o iPhone e para o iPad.

Há limitações no desenvolvimento de aplicativos que impedem um antivírus de ser criado para iOS. Qualquer solução antivírus faz o scanner de todos os arquivos do sistema operacional e precisa ser capaz de verificar o que outros aplicativos estão fazendo e intervir ao detectar um comportamento suspeito. No iPhone, não é possível fazer isso. Por que? Porque todos os aplicativos são executados em sandboxes próprias.

No contexto de cybersecurity, uma caixa de proteção (sandbox) fornece um ambiente rigidamente controlado no qual programas ou scripts podem ser executados com acesso limitado ao disco rígido. As sandboxes isolam os aplicativos mantendo-os distantes dos dados de outros e evitando a adulteração de arquivos do próprio sistema operacional.

No iOS, mesmo um aplicativo mal-intencionado não poderá roubar dados ou comprometer o sistema, já que não poderá sair da sua própria sandbox. E um antivírus também não vai conseguir oferecer a proteção necessária porque será limitado do mesmo jeito. E, se um aplicativo não pode interferir no outro, o resumo é que “não existe vírus para iOS”.

Para completar a fortaleza, a Apple restringe as instalações de aplicativos para iOS apenas à sua loja oficial, a AppStore. A empresa é famosa por ter um controle muito rígido sobre o que permite ou não e revisa o código dos aplicativos antes de aprová-los. Essa última camada de reforço, porém, só funciona para quem não investiu no jailbreak.

Como assim não existe vírus para iOS?

Uma interpretação é que a de que os vírus eram a forma mais comum como se manifestavam os malware nas décadas de 80 e de 90, nos computadores. Na época, todo programa malicioso era considerado um vírus. Por isso, usamos “antivírus”.

E hoje, como podemos definir?

Isso vai depender do quão chato você quer ser com o tema. Em suma, podemos dizer que vírus é uma categoria de malware (vem de malicious software, software malicioso).

O que é um malware? É qualquer programa que pode se infiltrar um computador e fazer operações no sistema e em outros programas não autorizadas pelo usuário.

O que é um vírus? O vírus é um tipo de malware cuja característica é se espalhar por arquivos infectados. Similar ao vírus biológico infectando as células de um organismo.

Os antivírus que usamos hoje oferecem proteção contra vários tipos de malware, incluindo os vírus (ainda que sejam menos comuns). Por isso, vemos “antivírus para iOS” na própria AppStore. Porém, eles fazem outras coisas, não menos importantes.

Os antivírus para iOS na App Store

Se pesquisar, tem: Avira, AVG/Avast, McAfee, Norton by Symantec e etc. Eles são nomeados não “antivírus”, mas como “aplicativos de segurança”. Isso por que eles oferecem outros recursos de segurança bastante úteis como VPNs, controle de pais, gerenciadores de senha e geradores de senhas fortes, soluções antirroubo, e alguns operam soluções antitracking e antiphishing — este último, muito popular no Brasil.

Embora tudo isso seja absolutamente útil (e é mesmo), esses pacotes não são considerados “antivírus” por muitos usuários que entendem que uma solução de scanner e rastreamento pró-ativo deve ser o componente-chave de qualquer um deles.

“É por esse motivo que o Kaspersky Internet Security for iOS simplesmente não existe: não mentiríamos para nossos clientes. Contudo, todos os recursos mencionados anteriormente realmente têm sua utilidade, e por isso temos uma outra proposta [a Kaspersky Security Cloud]”, explica Victor Yablokov, Head of Mobile para Kaspersky Lab.

Golpes de phishing no iPhone

Use você um antivírus ou antimalware no iPhone e no iPad ou não, a Apple sugere algumas medidas de segurança para o usuário comum que quase sempre se assusta com alertas falsos de vírus no seu dispositivo como evitar e-mails de phishing, dispensar alertas falsos de “vírus”, chamadas de suporte falsas e outras fraudes bem comuns.

O objetivo dos criminosos de phishing é comprometer a sua Apple ID. Se você encontrar uma mensagem em um site enquanto navega na Internet informando que seu iPhone ou iPad tem um vírus ou se alguém alegando ser da Apple ligar e pedir sua conta e senha, é fato que você está sendo alvo de um golpe de engenharia social.

Os fraudadores enviam e-mails falsos, estouram anúncios em pop-up na tela de sites, enviam mensagens de texto e fazem até ligações telefônicas para tentar convencer você a compartilhar informações pessoais, como a senha do ID Apple ou os dados de seu cartão de crédito. Isso é um golpe de phishing, mas não é vírus. Proteja sua Apple ID. 😉

Esse conteúdo foi útil?
😄 Sim🙁 Não

Receba mais sobre iOS na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

Relacionados