Uma das próximas novidades da Netflix poderá ter como alvo usuários que acessam o serviço via dispositivos móveis, especialmente smartphones. Há várias razões para isso. A constatação de que os acessos deste público diferem da utilização feita a partir de TVs ou computadores é a principal delas.
Na mais recente edição do evento Gigaom Roadmap, o diretor de design da Netflix Dantley Davis revelou que a empresa vem fazendo experiências com conteúdo específico para consumo via dispositivos móveis.
De início, é de se presumir que estes vídeos estejam sendo otimizados para utilizar a menor largura de banda possível, mas não é isso – de certa forma, os apps atuais da Netflix já fazem este trabalho.
O que a companhia tem feito, na verdade, é criar ou adaptar produções para que estas tenham até cinco minutos de duração. Parece não haver sentido nesta abordagem, mas, segundo Davis, a Netflix descobriu que boa parte dos usuários não gasta mais do que 10 minutos seguidos assistindo a vídeos no smartphone.
Há mais de uma explicação para este comportamento: o usuário se cansa de olhar para uma tela compacta por muito tempo, o acesso pode estar sendo feito enquanto a pessoa aguarda alguma coisa (atendimento em um consultório médico, por exemplo) e interrupções – segundo a própria Netflix, um usuário médio consulta o celular cerca de 150 vezes por dia.
Será que a ideia pega? É possível: a maior parte dos vídeos do YouTube são curtos, nem por isso este fator influencia negativamente nas visualizações. De qualquer forma, a Netflix precisa descobrir se há potencial de aceitação em relação a vídeos profissionais de curta duração, daí os testes.
Há outra novidade, esta com chances bem maiores de sair do papel: a companhia também está estudando formas de deixar a interface do serviço mais adequada a dispositivos móveis. É um trabalho que exige bastante dedicação – se bem feita, a nova interface, por si só, poderá ser capaz de “segurar” usuários de smartphones por mais tempo.