Cientistas criam pele artificial que estica e transmite sensações

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 6 meses

As próteses que substituem membros evoluíram bastante nos últimos anos. Todavia, esbarram em uma limitação importante (e um tanto óbvia): não transmitem à pessoa sensações de calor ou umidade, por exemplo. A boa notícia é que pesquisadores sul-coreanos e norte-americanos desenvolveram um tipo de pele artificial que promete delegar este problema ao passado.

Prótese com a pela artificial
Prótese com a pele artificial

Pode não parecer, mas a pele humana é bastante complexa. Além de proteger o corpo de agentes externos e ajudar na manutenção da temperatura, o órgão é repleto de nervos que conduzem sinais sensoriais que te fazem, por exemplo, perceber que alguém está te tocando ou notar os primeiros pingos de uma chuva.

Uma prótese que substitui um braço pode ajudar o usuário a realizar tarefas como segurar uma panela, escovar os dentes ou puxar uma cadeira. Mas, mesmo os modelos mais sofisticados não conseguem informar por meios sensoriais à pessoa que a panela está muito quente, que a escova de dentes é escorregadia ou que a cadeira poderia ter sido puxada com menos força.

Não basta simplesmente distribuir sensores pela superfície da prótese. Para que sinais de calor, umidade ou pressão, por exemplo, possam ser devidamente detectados, a pele precisa se esticar para acompanhar movimentos, como o abrir e fechar das mãos.

Para tanto, a pele artificial criada pela equipe de Dae-Hyeong Kim, professor da Universidade Nacional de Seul, é feita de um polímero preenchido por uma rede de sensores formados, basicamente, por ouro e silício – este último costuma ser quebradiço, mas os cientistas o aplicaram de forma “retorcida” para proporcionar a elasticidade necessária.

O material estica tanto quanto uma pele deve expandir e possui, em média, 400 sensores por milímetro quadrado. O usuário pode, portanto, obter sensações até mesmo com a ponta de um dedo da prótese. Para tornar a experiência ainda mais precisa, os pesquisadores utilizaram câmeras de captura de movimentos para analisar em quais pontos da prótese a flexibilidade da pele deve ser menor ou maior.

A pele artificial é flexível e repleta de sensores
A pele artificial é flexível e repleta de sensores

Tem mais: os cientistas aplicaram ainda uma camada de atuadores que esquenta o polímero para deixá-lo o mais próximo possível da temperatura da pele da pessoa.

Os resultados obtidos até agora são animadores, ainda que a pele artificial esteja longe de poder equipar próteses.

Nos testes, os cientistas conectaram o polímero ao cérebro de um rato e conseguiram detectar reações correspondentes do córtex sensorial do roedor. Por outro lado, a equipe não pôde distinguir as sensações – se calor, pressão ou umidade. Para este fim, o próximo passo será a realização de experimentos com animais de porte maior. Somente então é que testes deverão ser feitos por pessoas.

Com informações: MIT Technology Review

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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