O mais novo projeto de Elon Musk: lançar 700 satélites para acesso à internet
Muitos se contentariam em ser “apenas” um dos fundadores do PayPal, mas não Elon Musk – seu espírito visionário levou à viabilização da montadora Tesla Motors e da companhia de transporte espacial SpaceX. E esta última pode estar prestes a servir de apoio para mais um projeto audacioso do empresário: lançar satélites de pequeno porte para prover acesso à internet.
Para tirar a iniciativa do papel, Musk vem conversando com Greg Wyler, fundador da O3b Networks, empresa especializada (veja só) em satélites. Wyler também é um ex-executivo do Google – saiu da companhia em setembro. Em sua passagem, esteve envolvido justamente com o plano do Google de lançar satélites que disponibilizam internet em regiões isoladas ou com infraestrutura precária.
Musk e Wyler pretendem lançar pelo menos 700 satélites do tipo. É uma quantidade elevada e muito mais unidades podem ser necessárias se o projeto vingar, razão pela qual a dupla planeja também produzir estes equipamentos. Fontes próximas aos empresários revelaram que já há inclusive conversas com autoridades norte-americanas para a definição do local da fábrica.
Os satélites serão não só menores que aqueles normalmente usados em telecomunicações como também mais leves: algo em torno de 115 quilos. Além de menos dispendiosas, estas unidades podem orbitar em altitudes mais baixas que o habitual, o que, em teoria, reduziria custos de lançamentos ou manutenção e melhoraria o tempo de resposta das conexões, por exemplo.
Mas estes aspectos não tornam a ideia menos complexa. É por isso que a WorldVu Satellites deverá ser o braço direito do projeto. A startup também é uma criação de Greg Wyler, que continua como acionista da O3b, mas não está mais envolvido na gestão desta.
WorldVu e O3b têm propostas parecidas, mas a primeira está mais focada em telecomunicações, digamos assim. A empresa, apesar de nova, até já possui licença para uso de um grande espectro de radiofrequência.
A WorldVu espera produzir satélites com custos de fabricação menores que US$ 1 milhão por unidade. Os modelos mais compactos atuais custam várias vezes mais. É um desafio enorme! Não por menos, o desenvolvimento do projeto de Musk e Wyler como um todo deverá consumir pelo menos US$ 1 bilhão.
É possível, no entanto, que a dupla encontre investidores com relativa facilidade. Primeiro porque o projeto caminha para um modelo de negócio consistente: a ideia, a princípio, é oferecer internet via satélite para aplicações comerciais e que, consequentemente, geram retorno.
Em segundo lugar, há o próprio Elon Musk: um empresário que ajudou companhias com propostas tão inusitadas como Tesla Motors e SpaceX a se tornarem viáveis tem muito mais chances de atrair dinheiro.
Com informações: WSJ.com, The Register