A linha de montagem da empresa taiwanesa Foxconn na cidade chinesa de Shenzen registrou mais uma morte, provavelmente por suicídio, no último sábado, dia 15. Um jovem de 21 anos, que não teve sua identidade revelada, foi encontrado morto “com vários cortes de faca” depois de se jogar da janela de seu dormitório, que ficava no sétimo andar do alojamento da companhia. De acordo com o jornal britânico The Gardian, esta foi a sétima morte na empresa apenas este ano e a nona dos últimos 12 meses. Há uma semana uma outra funcionária de 24 da empresa também já havia cometido suicídio.
Responsável pela montagem de produtos da Sony, HP e Apple, com especial destaque para o iPhone, a Foxconn manifestou publicamente sua “tristeza” com a morte de seus funcionários, com idades entre 18 e 24 anos, e as atribuiu principalmente “à questões relacionadas a problemas familiares, românticos ou solidão”. Atualmente a empresa conta com 800 mil empregados no país e 300 mil apenas na planta de Shenzen.
Em sua defesa a empresa afirma que seus funcionários deprimidos podem contar com a ajuda de especialistas e que os trabalhadores que reportarem colegas “emocionalmente abalados” a seus superiores têm direito a um bônus no valor de R$ 50. Contando também com salas em que existem sacos de pancada em que os empregados podem “descontar suas frustrações” e com um time me monge budistas oferecendo aconselhamento espiritual, a companhia afirma já ter evitado “mais de 20” suicídios nos últimos meses.
De qualquer maneira, a companhia reconhece o problema ao lembrar até ano passado costumava registrar “entre um e dois casos” de mortes a cada ano.
Dados da Organização Mundial da Saúde relativos ao ano de 2002 apontam que a China é o país com o maior índice de suicídio entre trabalhadores do mundo, com 23 casos a cada 100 mil pessoas.