Robôs batem em humanos para saber quanta dor aguentamos
Se você já leu a obra de Isaac Asimov — ou já assistiu ao blockbuster holywoodiano Eu Robô, com Will Smith — deve se lembrar da primeira lei da robótica: que um robô nunca pode machucar um humano ou, por omissão, permitir que um humano se machuque.
Mas devemos nos lembrar que robôs são, em essência, computadores que controlam partes mecânicas. E computadores são, em essência, burros. Não sabem nada, a não ser que um programador o ensine explicitamente, passo a passo. Como então um robô saberia se estaria usando ou não de força desnecessária ao entrar em contato físico com um humano?
É para tentar sanar esse dilema que o professor esloveno Borut Povše desenvolve sua pesquisa. E que formar melhor de saber se um ser humano está sendo machucado do que bater nele cada vez mais forte até ele dizer que está doendo, não é?
É precisamente isso que o Professor Povše está fazendo. Em seu laboratório na Universidade de Ljubljana um braço mecânico fica batendo no braço (humano) de seis voluntários, com diferentes intensidades e formatos de ferramentas (mais arredondadas ou mais pontiagudas). Depois da seção de porrada experiências o voluntário avalia cada um dos impactos como “sem dor”, dor “suave”, “moderada”, “horrível” ou “insuportável”. A maioria deles avaliou a dor dos impactos como suave ou moderada.
“Estamos tomando os primeiros passos para definir os limites de velocidade e aceleração dos robôs, e o tamanho e formato ideais das ferramentas que eles usam, para que possam interagir com humanos de forma segura,” disse Povše.
O professor já apresentou seu trabalho em uma conferência da IEEE nesta semana em Istanbul, na Turquia, e deve continuar seus estudos com um modelo de braço humano artificial para testar colisões mais severas.
Com informações: New Scientist.