Tiny Tina’s Wonderlands é tão divertido que deixou meu coração quentinho

Colorido, cômico, despretensioso, e às vezes repetitivo, Tiny Tina's Wonderlands é uma bagunça deliciosa e divertida que vale a pena jogar

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 11 meses
Tiny Tina’s Wonderlands (Imagem: Divulgação/Gearbox)

Tiny Tina’s Wonderlands é uma das melhores surpresas que tive neste início de 2022. Após me decepcionar com Borderlands 3 em vários aspectos, a nova aposta da Gearbox chegou para não só reviver as galhofas e bizarrices da franquia com muito esmero, como também dar continuidade a um dos DLCs mais incríveis dos videogames modernos: Tiny Tina’s Assault on Dragon Keep, de Borderlands 2.

Neste texto, compartilho com vocês minhas experiências explorando as terras de fantasia criadas pela mente deturpada da carismática Tiny Tina. Já adianto que, se você for fã de longa data da série Borderlands como eu, esse jogo é um prato cheio de tudo o que a gente mais ama: ação frenética, explosões exageradas, armas para dar e vender, e humor excêntrico.

Boas-vindas às Terras Maravilindas de Tiny Tina

As Terras Maravilindas de Tiny Tina (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Assim como acontece em Tiny Tina’s Assault on Dragon Keep, você é colocado no papel de um jogador de RPG de mesa fantasioso chamado Bunkers e Bambambãs. Sua missão é derrotar um terrível inimigo que quer dominar as Terras Maravilindas do Casco Cintilante — governada pela rainha Rabo de Cavalo, uma bicórnia mágica de diamante.

Por ser uma aventura de Bunkers e Bambambãs, a temática tradicional de ficção científica da franquia é deixada de lado para dar lugar a um mundo de fantasia medieval repleto de magia, dragões, mortos-vivos, trolls, fadas e outras criaturas místicas. Se você for fã de Dungeons & Dragons, vai se sentir em casa.

Crie seu próprio destino em Bunkers e Bambambãs

Você deve criar seu próprio personagem em Tiny Tina’s Wonderlands (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Logo no começo da aventura, Tiny Tina’s Wonderlands apresenta uma proposta diferente dos jogos anteriores da série Borderlands. Em vez de escolher um entre quatro ou mais Caça-Arcas, você deve criar o seu próprio Chefe do Destino e escrever sua história, desde a classe inicial até a origem do seu personagem.

Apesar de até ter gostado de alguns Caça-Arcas de Borderlands 3, em especial a Amara e o FL4K, fazia tempo que eu não me empolgava com a jogabilidade dos personagens. As classes de Tiny Tina’s Wonderlands são como um respiro de ar fresco, pois possibilitam estilos de jogo bem diferentes do usual.

Na minha primeira campanha, comecei como um Lança-Magias, que pode equipar dois tomos de feitiço ao mesmo tempo. É legal ter sempre um poder disponível em combate para atacar de longe, porém me diverti muito mais indo pra cima dos inimigos com o Brr-Ucutu e seu machado gigante de gelo.

Tiny Tina continua preciosa como sempre

Tiny Tina é a verdadeira protagonista do jogo (Imagem: Divulgação/Gearbox)

O seu personagem tem certa importância para a história, mas a verdadeira protagonista é a Tiny Tina. A jovem hiperativa (e potencialmente perigosa) é a Mestre do Bunker responsável por criar e narrar todas as situações bizarras nas Terras Maravilindas. Em muitos casos, a imaginação da garota é tão fértil que chega a sair do controle.

Sempre achei a Tiny Tina uma das personagens mais interessantes de toda a série Borderlands, e essa opinião se mantém até hoje. Por fora, ela parece uma menina mentalmente instável aficionada por bichinhos de pelúcia e explosivos. Mas, por dentro, ela ainda é só uma menina de 13 anos solitária que quer se divertir com os amigos.

Assim como em todas as aparições da Tiny Tina nos jogos anteriores, a atriz que dá voz à personagem — Ashly Burch — faz um trabalho impecável ao transmitir com perfeição os dois lados da personalidade da jovem. Enquanto você ri com o humor excêntrico da garota, você fica emocionado e com o coração quentinho em muitos momentos.

A diversão fica sempre em primeiro lugar

Tiny Tina’s Wonderlands tem um tabuleiro de RPG imbutido (Imagem: Divulgação/Gearbox)

Tiny Tina’s Wonderlands ganhou muitos pontos comigo por ser divertido demais, apesar de repetitivo em certos pontos. O combate é rápido e há várias armas e habilidades diferentes para usar — todas adaptadas ao universo de fantasia. Porém, é comum se ver repetindo as mesmas atividades dezenas de vezes.

Entre as missões da campanha, você pode navegar por um tabuleiro com a miniatura do seu personagem, assim como em um RPG de mesa. Esse tabuleiro é repleto de caminhos ocultos, bloqueados por tampinhas de garrafa e pedaços de biscoito, que precisam ser liberados ao completar masmorras.

O maior problema é que essas masmorras são idênticas na maioria das vezes, mudando apenas os inimigos que surgem. Fora isso, o roteiro é o mesmo: entrar na caverna, eliminar ondas de monstros em uma arena fechada e sair. Isso fica um pouco chato após algumas horas de gameplay, mas não chega a apagar o brilho do restante do jogo.

Tiny Tina’s Wonderlands deixa o coração quentinho

Tiny Tina’s Wonderlands é divertido, colorido e muito cômico (Imagem: Murilo Tunholi/Tecnoblog)

Tiny Tina’s Wonderlands é uma delícia de jogar. A proposta do game é ser divertido, e ele entrega isso com muita qualidade. Para quem é fã de Borderlands, há ainda vários segredos e referências ao DLC Tiny Tina’s Assault on Dragon Keep — o que torna tudo ainda mais mágico e até nostálgico.

Apesar de não ser perfeito, Tiny Tina’s Wonderlands é tudo o que Borderlands 3 deveria ter sido: despretensioso, cômico, colorido e divertido. É fácil ficar pelo menos 40 horas explorando as Terras Maravilindas em busca de itens das maiores raridades e inimigos cada vez mais fortes para enfrentar.

Tiny Tina’s Wonderlands está disponível a partir desta sexta-feira (25) para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. Este texto foi produzido graças a uma chave do jogo cedida ao Tecnoblog.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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