Será que um robô vai roubar seu emprego?
Precisamos descobrir o segredo para continuarmos relevantes
Precisamos descobrir o segredo para continuarmos relevantes
O ano é 2016. Carros dirigem sozinho, computadores controlam aviões e robôs são partes fundamentais da economia global.
Se algum autor de ficção científica tivesse escrito uma obra com o contexto acima, não muito tempo atrás, seria visto como visionário. Ou louco. Ou as duas coisas.
Acontece que essa é nossa realidade atual. Tudo isso já existe, e muito mais está por vir. Inteligências artificiais estão cada vez mais poderosas e a aprendizagem automática torna os computadores e robôs verdadeiras máquinas (ah vá!) de resolver problemas. Muitas vezes, numa velocidade e em volumes que nunca um ser humano seria capaz de fazer.
Sabemos que toda evolução cobra seu preço. No final quase sempre vale a pena, mas precisamos nos ater a alguns detalhes importantes. Por exemplo, alguns empregos deixarão de existir. E digo mais: alguns empregos já deixaram de existir.
Nessa epopéia entre passado e futuro, entre -ão e -am, já vimos tecnologias disruptivas assumirem o comando de tarefas tidas como exclusivamente humanas, como criação de relatórios de análise financeira, marketing, programação de código simples ou integração de módulos em uma arquitetura pré-definida, diagnósticos e mesmo cirurgias médicas, como bem lembrou a Fortune.
Note que, em nenhum destes casos o sistema autômato substituiu completamente o ser humano, é bom que fique claro. Mas o mercado de trabalho certamente mudou.
Ao que tudo indica, a força humana de trabalho está se tornando obsoleta.
E, fazendo uma análise de extrapolação usando dados do passado, podemos prever que esse cenário só tende a se tornar mais forte no futuro:
Por exemplo, empregos como farmacêuticos, motoristas, fazendeiros, babás, soldados e mesmo escritores e astronautas possuem tarefas que já podem ser desempenhadas por robôs.
No caso desses últimos, ao menos que nos deem alguma chance de fazer turismo espacial. Abraço aí pros mano da SpaceX e Virgin Galactic.
Agora… Será mesmo que o seu emprego está em risco? Pesquisadores da Universidade de Oxford e consultores da Deloitte uniram forças para tentar prever isso sob uma ótica científica. A metodologia utilizada está descrita no documento que pode ser chamado, em tradução livre, de O futuro do mercado de trabalho: quão suscetíveis os empregos são à informatização (PDF).
A BBC, inclusive, utilizou esse estudo para criar uma página bem legal na qual os leitores podem verificar quais são as chances de serem substituídos por computadores ou robôs.
Em algumas situações, podemos entender que é um caminho sem volta. Mas, o que o ser humano pode fazer para tentar se manter relevante em um mercado de trabalho no qual se compete com robôs?
Já adianto que bater de frente com o futuro só vai evidenciar quão presente você está no passado.
De acordo com Anthony Goldbloom, especialista em aprendizagem de máquina, computadores podem se tornar virtualmente perfeitos em realizar tarefas humanas, desde que treinados para isso.
Mas… e para situações completamente novas? E para problemas que demandam criatividade na solução? Ou em outras nas quais novos produtos surgem a partir da união de conceitos que, fundamentalmente, eram desconexos?
Por exemplo, Percy Spencer foi um físico americano que, em experimentos durante a Segunda Guerra Mundial, notou que o magnétron, uma espécie de válvula eletrônica que produzia as ondas de radares, estava derretendo seu chocolate.
Ao estudar os motivos, ele percebeu que a vibração dessas pequenas ondas estava aquecendo as moléculas da barra de chocolate. E foi assim que ele teve a ideia de criar o que hoje chamamos de forno de micro-ondas.
Será que um dia os computadores terão a capacidade de fazer associações criativas como essas? Não sabemos, mas isso ainda hoje nos coloca à frente das máquinas nessa corrida. E talvez esse seja o segredo para continuarmos relevantes: buscar sempre criar novos desafios e usar toda essa inteligência de modo que nós, humanos, nos destaquemos por sermos… humanos.
A pergunta que fica é se esse cenário nos levará a um sistema caótico de pessoas em sub-empregos ou se os computadores na verdade trabalharão por nós, enquanto teremos vidas mais confortáveis, saudáveis e focadas em viver e não somente em trabalhar.
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