Uma olhada nos primeiros notebooks da Vaio no Brasil

Vaio Fit 15F, Vaio Pro 13G e Vaio Z: a volta da fabricante premium de PCs, agora sem o comando da Sony

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses
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Os primeiros notebooks da Vaio, agora como uma empresa separada da Sony, estão chegando ao Brasil. Serão três modelos: o Vaio Fit 15F, um notebook de 15,6 polegadas que começará a ser vendido na sexta-feira (16), e os topos de linha Vaio Pro 13G e Vaio Z, que darão as caras em 2016. O que a nova Vaio tem a oferecer no Brasil? Por enquanto, pouca coisa.

Vaio Fit 15F

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O Vaio Fit 15F tem preço sugerido entre R$ 2,7 e 5 mil, dependendo da configuração de hardware. Todas as versões possuem processadores Intel Core i3, i5 ou i7 de quinta geração (Broadwell), 1 TB de disco rígido e 4 ou 8 GB de RAM. É uma máquina aparentemente bem acabada, com teclado em português, que será montada no Brasil pela Positivo e… bom, é isso.

A ideia é repetir o que a Vaio foi no passado: uma marca de notebooks premium, que cobra um preço igualmente premium, assim como a Apple, mas voltada para quem gosta de Windows. O problema é que o Vaio Fit 15F fica muito distante de um notebook premium — não traz nada além do que Dell, Lenovo ou HP já oferecem, por exemplo, e ainda custa mais caro que as alternativas por causa da boa imagem da marca Vaio.

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Ele é um notebook “comum”. O teclado é ok, mas não tem retroiluminação (será que isso encarece tanto assim um notebook?). A tela de 15,6 polegadas passa a mesma impressão ruim dos outros notebooks: um painel com ângulo de visão limitado e resolução baixa, de 1366×768 pixels. Em pleno ano de 2015, praticamente todas as fabricantes de notebooks no Brasil continuam insistindo em telas medíocres nas máquinas com preços não proibitivos, e não é a Vaio que está querendo mudar isso.

Além disso, o computador conta com HD de 1 TB de 5.400 RPM (nada de SSD ou cache em memória flash), GPU integrada Intel HD Graphics 5500, gravador de DVD, bateria de 4 células e Windows 10. O Vaio Fit 15F pesa 2,22 kg e tem 26 mm de espessura. Para não dizer que não há nenhum diferencial, ele conta com alto-falantes duplos de 2W com subwoofer.

Vaio Pro 13G e Vaio Z

Vaio Pro 13G (à esquerda) e Vaio Z (à direita)
Vaio Pro 13G (à esquerda) e Vaio Z (à direita)

A coisa muda de figura nos topos de linha, onde a Vaio mostra por que ainda sobrevive. Vaio Pro 13G e Vaio Z chegam às lojas brasileiras apenas em 2016 e ainda não tiveram os preços revelados. Claro que esses notebooks serão bem caros, já que a Vaio sempre se posicionou assim, e o dólar alto também não colabora. Só que, diferente do Vaio Fit 15F, eles tentam acrescentar algo no mercado.

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O Vaio Pro 13G tenta conquistar quem cogita comprar um MacBook Air. Ele possui tudo o que uma máquina dita “premium” tem direito, como um corpo de liga de magnésio bem acabado e levíssimo (1,03 kg), um teclado retroiluminado (que na unidade de demonstração ainda tinha layout em japonês) e SSD.

Dois bônus: uma tela de alta resolução (13,3 polegadas e 1920×1080 pixels) e tudo quanto é conexão, incluindo Ethernet e até VGA (!) porque, segundo a Vaio, muitos ainda usam esse tipo de saída de vídeo e não querem depender de adaptadores.

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Como os japoneses lidam com uma barra de espaço tão pequena?
Como os japoneses lidam com uma barra de espaço tão pequena?
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Curiosamente, quando a tela é levantada, a base também se levanta, deixando o teclado levemente inclinado. Segundo a Vaio, esse detalhe diminui a “sensação de desconforto ao digitar em longos períodos de tempo”, mas só testando na prática para descobrir.

Já o Vaio Z é um híbrido com design peculiar: a tela é suportada por uma dobradiça no centro do display, como você pode ver abaixo.

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Ele se transforma em tablet com direito a uma tela sensível ao toque de 13,3 polegadas (2560×1440 pixels) e até caneta stylus. Por dentro, há um SSD com entrada PCI-Express e uma bateria que, segundo a Vaio, dura até 15 horas, graças à eficiência dos chips Broadwell. Ele pesa 1,34 kg e tem um acabamento que passa ótima impressão, feito de uma mistura de carbono e alumínio.

Positivo? Como assim?

Durante o evento de lançamento em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (15), Positivo e Vaio esclareceram a relação entre as duas empresas. Como você já sabe, a Positivo será a responsável por montar os notebooks da fabricante japonesa no Brasil. Mas não apenas isso: na verdade, a Positivo é praticamente uma “Vaio do Brasil”. É a Positivo que tomará conta do marketing, das vendas e da assistência técnica da Vaio no país.

Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, explica que houve contatos com as assistências técnicas e a Sony para evitar confusões nos consumidores. Para quem comprou um notebook Vaio vendido pela Sony, nada muda: a assistência continuará sendo feita pela Sony. Nos computadores novos, o suporte técnico ficará a cargo da Positivo. As máquinas têm garantia de um ano.

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O projeto e engenharia dos notebooks são feitos pelos japoneses da Vaio, portanto, as máquinas que você verá por aqui serão basicamente as mesmas vendidas em outros países. Por enquanto, a Vaio opera apenas no Japão, Estados Unidos e Brasil. Como a Positivo também controla uma fábrica na Argentina, pode ser que a Vaio chegue aos hermanos em breve — segundo Rotenberg, os engenheiros da Vaio já estiveram por lá e “gostaram do que viram”.

A proposta é interessante. A Vaio diz com todas as letras que pretende ser uma “alternativa à Apple”. O mercado de notebooks premium tem crescido no Brasil, apesar do setor como um todo estar despencando em vendas. E é fato que precisamos de uma renovação nos notebooks pouco inspirados que temos atualmente — embora o Vaio Fit 15F seja apenas mais do mesmo, o Vaio Pro 13G e o Vaio Z mostram que a Vaio consegue, sim, desenvolver produtos interessantes.

De quebra, a Positivo, maior fabricante nacional de computadores, passa a atingir um público que, até então, estava totalmente fora do escopo da empresa, sempre voltada para um segmento mais popular.

Curioso para ver os próximos capítulos.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.