Remoção de marca d'água

Não é de hoje que engenheiros do Google encaram projetos inusitados para aperfeiçoar softwares ou simplesmente testar ideias. O último experimento pode incomodar empresas que disponibilizam bancos de fotos: os pesquisadores conseguiram fazer um algoritmo de otimização remover marcas d’água de imagens automaticamente.

O próprio Google destaca que as marcas d’águas são um dos recursos mais usados por bancos de imagens, fotógrafos e afins para proteger as suas criações de uso indevido. Uma pessoa com habilidade em edição de imagens pode remover as marcas com relativa facilidade, por isso, muitas empresas empregam técnicas que dificultam esse trabalho, como efeitos de sombra e degradê.

Durante a recente edição da Computer Vision and Pattern Recognition Conference, os pesquisadores mostraram que as técnicas dificultam mesmo o trabalho dos editores (a pessoa geralmente consegue remover a marca, mas gasta bastante tempo nisso), porém, um sistema de otimização de imagens desenvolvido por eles pode fazer a remoção de maneira automática e muito rápida.

Análise de marca d'água

Isso é possível porque, via de regra, uma marca d’água é aplicada exatamente do mesmo modo em todas as imagens. O que os pesquisadores fizeram foi colocar o algoritmo para identificar o padrão da marca d’água e, com isso, desenvolver uma sequência de remoção. Como o padrão é o mesmo em várias imagens, o processo funciona em praticamente todas elas.

Os pesquisadores afirmam que o procedimento pode ser feito em larga escala e sem intervenção humana. O sistema, por si só, analisa as imagens, identifica o padrão e, por fim, aplica o processo de remoção.

Mas empresas e profissionais que trabalham com imagens não precisam se preocupar (pelo menos por enquanto): o Google não tem intenção de disponibilizar esse algoritmo na forma de aplicativo, plugin ou qualquer coisa semelhante.

Tali Dekel e Michael Rubinstein, dois dos desenvolvedores do projeto, explicam que, a exemplo do que o Google faz quando descobre vulnerabilidades em softwares, decidiram divulgar os resultados da pesquisa como forma de alerta.

Eles mesmos indicam a solução: em vez de aplicar um padrão único de marca d’água, criar um conjunto de variações. Assim, a remoção vai apresentar falhas. Mudanças sutis já fazem efeito: alterar o tamanho da marca, a posição na imagem, alguns traços, um sombreamento, enfim.

O estudo completo pode ser baixado aqui (PDF).

Receba mais sobre Google na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados