Os recém-anunciados iPhone 8 e iPhone X trazem suporte a uma tecnologia que está disponível há algum tempo no mercado: recarregamento sem fio, por indução, no padrão Qi. É uma funcionalidade bem-vinda, mas que tem a inconveniência de exigir que o smartphone fique apoiado em uma base enquanto a recarga é feita. Um novo dispositivo chamado Pi promete eliminar essa limitação, porém.

Não é a primeira ideia do tipo. Meses atrás, os rumores já davam conta de que o iPhone 8 teria recarga por indução. Uma das tecnologias cogitadas para esse fim foi a WattUp, que tem a proposta de detectar dispositivos compatíveis que estão no mesmo ambiente, fazer sincronização com eles e então iniciar uma recarga à distância.

Talvez por limitações técnicas ou por questões de licenciamento, não rolou. A exemplo de outros smartphones topo de linha, os novos iPhones vieram com o padrão Qi, cuja primeira especificação surgiu em 2010.

O Pi, criado por uma startup de mesmo nome, usa indução ressonante, que é a mesma base tecnológica do Qi, mas com o diferencial de contar com um algoritmo de formação de feixes que promete direcionar campos magnéticos ao redor do dispositivo a ser recarregado.

Esse trabalho é feito por uma espécie de torre com formato de cone que deve ser posicionado em lugares estratégicos dentro do ambiente — no centro da mesa de uma sala de reuniões, por exemplo.

Com isso, o usuário pode fazer a recarga do seu smartphone (ou de outro gadget) simplesmente deixando o dispositivo perto do Pi (bem perto), não sendo necessário apoiá-lo em uma base especial. Dá até para continuar usando o aparelho enquanto a recarga é feita.

De acordo com John Macdonald, pesquisador do MIT que fundou a Pi junto com o colega Lixin Shi, até quatro dispositivos podem ser recarregados simultaneamente sem comprometimento da potência máxima de 10 watts (por aparelho), desde que fiquem em uma distância de até 30 centímetros do Pi.

Se mais dispositivos forem recarregados ao mesmo tempo, o desempenho cairá ligeiramente, o que pode ser solucionado com a adição de componentes que aumentam a capacidade. Os fundadores esperam que versões futuras da tecnologia possam suportar até recarga sem fio de laptops.

Pi - recarga sem fio

Teoricamente, qualquer dispositivo com tecnologia de recarga ressonante pode funcionar com o Pi. Smartphones que não suportam recarregamento sem fio poderão contar com uma capa especial para isso.

Há planos de licenciar a tecnologia para outras empresas, o que poderia permitir que o Pi seja incorporado a um alto-falante inteligente como o Amazon Echo, por exemplo.

Mas, inicialmente, o Pi será vendido como um produto único, que inclusive já pode ser reservado no site oficial. Os primeiros envios estão previstos para 2018. O preço ainda não foi definido, mas a promessa é a de que o produto custe menos de US$ 200. Os primeiros 314 compradores (entendeu o número, né?) terão US$ 50 de desconto.

Com informações: Engadget

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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