Infravermelho no celular: o que é, como funciona e para que serve a tecnologia
O infravermelho (IR) está presente em poucos smartphones atuais, mas ainda é buscado por consumidores; entenda como funciona e para que serve esse sensor
O infravermelho (IR) está presente em poucos smartphones atuais, mas ainda é buscado por consumidores; entenda como funciona e para que serve esse sensor
Infravermelho (IR) é um tipo radiação eletromagnética que pode ser usada em celulares para comunicação sem fio, entre outras aplicações. A adoção do infravermelho vem caindo em desuso nos dispositivos móveis, mas ainda há smartphones recentes compatíveis com essa tecnologia.
Nas décadas de 1990 e 2000, o IR era usado para compartilhamento de dados via conexão sem fio entre celulares. À medida que os smartphones evoluíram, o infravermelho foi substituído por padrões como Bluetooth e NFC.
Apesar disso, a tecnologia ainda é buscada por consumidores especialmente para o uso do celular como controle remoto, e está presente em modelos da Xiaomi e Realme, entre outras fabricantes.
Descubra a seguir como o infravermelho funciona nos celulares, suas vantagens e desvantagens, além das diferenças em relação ao Bluetooth e ao NFC.
Infravermelho é um tipo de radiação não ionizante invisível aos olhos humanos que tem diversas aplicações na indústria de eletrônicos. O infravermelho pode ser usado para funções como controle remoto (em celulares, sistemas de áudio e TVs), imagem térmica (associado a câmeras) e detecção de movimento em sistemas de segurança.
O nome infravermelho (IR, na sigla em inglês) significa “abaixo do vermelho”, e é usado para se referir à tecnologia de transmissão de dados baseada em radiação eletromagnética que emite ondas em uma faixa de frequência ligeiramente inferior em relação à luz vermelha.
Um LED infravermelho existente no smartphone envia um feixe de luz em direção a um fotodiodo existente no receptor para iniciar a transmissão.
Ao ser atingido pelo feixe, o fotodiodo gera uma tensão de saída proporcional à intensidade ou quantidade de luz infravermelha recebida. Os valores registrados são então interpretados como comandos ou dados.
A transmissão via infravermelho pode ser classificada como:
O tipo de infravermelho presente no celular pode ser do tipo IrDA ou não, o que implica em aplicações diferentes, como explicamos a seguir.
IrDA, ou Infrared Data Association, é uma especificação criada por um grupo de fabricantes para permitir transferência de arquivos e comunicação sem fio padronizadas entre dois dispositivos via infravermelho.
Normalmente, um sensor infravermelho não IrDA executa apenas uma função específica. É o caso dos celulares quem têm um IR Blaster, sensor que funciona apenas como controle remoto.
Módulos IrDA foram relativamente comuns em celulares lançados na década de 2000, mas são raros em smartphones. Alguns aparelhos atuais têm sensor infravermelho, mas não seguem a especificação IrDA. Esse movimento da indústria é devido à ascensão de outras tecnologias de comunicação wireless, como Bluetooth, NFC e Wi-Fi.
O alcance do infravermelho nos celulares é de até 20 metros, mas costuma ficar abaixo disso em celulares. Alguns sensores podem alcançar distâncias maiores, mas, nos dispositivos móveis, a tecnologia é empregada para interação com equipamentos no mesmo ambiente, o que faz alcances maiores não serem necessários.
Contudo, é importante que o dispositivo emissor esteja na mesma direção do dispositivo receptor e que não haja obstáculos entre eles, do contrário, a luz infravermelha pode não chegar ao destino.
O sensor infravermelho geralmente fica posicionado na parte superior do celular. Ele pode ser identificado como um pequeno LED na borda superior do aparelho ou próximo à câmera frontal. O usuário deve apontar o smartphone para o dispositivo que irá receber a luz infravermelha para a comunicação funcionar.
O uso mais comum do infravermelho em smartphones é como controle remoto. Para as demais aplicações, a tecnologia depende da forma como o sensor é implementado ou de suas características técnicas. Em resumo, o sensor infravermelho do celular pode ser usado em aplicações como:
Apesar de estar presente em poucos celulares atuais, o infravermelho pode proporcionar as seguintes vantagens:
Muitas fabricantes de celulares deixaram de incluir infravermelho em seus aparelhos devido às desvantagens desse tipo de conexão em relação a tecnologias mais recentes, como Bluetooth e NFC. São elas:
O infravermelho foi substituído por padrões de comunicação sem fio mais eficientes. A especificação IrDA, que usa infravermelho para compartilhamento de dados, era comum em celulares convencionais fabricados nas décadas de 1990 e 2000, mas foi substituído por tecnologias como Bluetooth e Wi-Fi.
A implementação de sensores infravermelho para uso do aparelho como controle remoto também vem sendo abandonada pelos fabricantes para dar lugar a outros sensores, reduzir os custos de produção do celular e por existir baixa demanda por esse tipo de aplicação.
A maneira mais fácil de saber se o seu celular tem infravermelho é consultando as especificações do aparelho no site do fabricante ou o manual do produto. Também é possível instalar um aplicativo como o IR Test, que informa se o smartphone tem um “IR Blaster” (sensor de infravermelho).
Xiaomi, Realme e Vivo estão entre as marcas que ainda têm alguns celulares com sensor infravermelho integrado. A Samsung parou de produzir smartphones com IR por volta de 2015. Um dos últimos modelos da marca com IR foi o Galaxy S6. Na Motorola, um dos últimos aparelhos com infravermelho foi o One Macro, de 2019.
Não há iPhones com infravermelho. Modelos mais recentes têm um mecanismo de IR específico para reconhecimento facial via Face ID, mas que não permite o uso do aparelho como controle remoto ou compartilhamento de dados.
Sim. Há adaptadores de infravermelho que são conectados ao celular via porta micro-USB, USB-C, conexão para fones de ouvido (3,5 mm) ou, no caso dos iPhones, porta Lightning.
Esses dispositivos permitem o uso do aparelho como controle remoto ou em outras funções que podem ser realizadas via IR. Porém, nem sempre um adaptador infravermelho funciona com o esperado, seja pela eventual baixa qualidade de seus componentes, seja por limitações técnicas existentes no celular.
Infravermelho é um antigo padrão de comunicação sem fio para tarefas como compartilhamento de arquivos e automação industrial, estando presente apenas em alguns celulares atuais. Já o Bluetooth é uma das tecnologias de comunicação sem fio que são comuns em smartphones, tablets e notebooks.
Enquanto o infravermelho transmite tipicamente até 4 Mb/s e alcança distâncias de até 20 m, o Bluetooth registra taxas de transferência de até 50 Mb/s e alcance de até 100 m, além de contar com recursos de segurança modernos. Esses fatores explicam a popularização do Bluetooth e o desuso progressivo do infravermelho.
Infravermelho é uma radiação eletromagnética que permite comunicação a partir do celular com distâncias de até 20 metros e em linha direta de visão (um dispositivo deve apontar para outro). Já o NFC é um padrão de conexão de curto alcance, que suporta distâncias tipicamente inferiores a 5 centímetros.
Teoricamente, o infravermelho pode oferecer velocidade de transferência de dados de até 4 Mb/s contra até 1,7 Mb/s no NFC, o que torna ambos os padrões inadequados para tráfego de grandes volumes de dados. Tecnologias como Bluetooth e Wi-Fi são mais apropriadas para este fim.