Divulgação de altcoins suspeitas de golpe cresce entre influenciadores

Novas criptomoedas são usadas em golpes "pump and dump" e influenciadores são pagos para divulgá-las

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Kim Kardashian promove nova criptomoeda Ethereum Max em seu Instagram (Imagem: Reprodução/Instagram)

Kim Kardashian promove nova criptomoeda Ethereum Max em seu Instagram (Imagem: Reprodução/Instagram)

Enquanto os principais criptoativos do mercado estão perdendo valor e popularidade, novos tokens e moedas digitais estão sendo constantemente criadas para os mais variados propósitos. As chamadas “altcoins” são alternativas de investimento aos maiores nomes entre as criptomoedas, como o bitcoin (BTC), e estão sendo divulgadas principalmente por influenciadores, streamers e YouTubers. Porém, algumas delas podem ser golpes.

Um dos principais exemplos desse fenômeno é Kim Kardashian, a bilionária socialite e influencer que mais recentemente apareceu em seu stories no Instagram promovendo uma nova criptomoeda chamada Ethereum Max. Além dela, um dos fundadores da organização de e-sports e streamers FaZe Clan também promoveu uma nova altcoin que subiu rapidamente após um post seu no Twitter para então perder 90% de valor pouco tempo depois.

Já Adin Ross, um popular streamer na Twitch com milhões de seguidores, promoveu em sua live o recém-criado e (suspeito) MILF token em maio, confirmando que o fez apenas pelo dinheiro que uma empresa o ofereceu. Porém, algumas semanas depois, se confirmou que a criptomoeda foi usada para um golpe “pump and dump”. Esse esquema consiste em rapidamente elevar o preço de altcoins jovens com um surto de procura de novos investidores para que poucos detentores de numerosas unidades da moeda lucrem muito dinheiro ao vendê-las, fazendo o valor do ativo despencar posteriormente.

Altcoins jovens são usadas para golpe “pump and dump”

No caso, muitas dessas situações estão em um terreno regulatório não definido. Enquanto alguns chamam de golpe, outros veem apenas um ativo digital arriscado e jovem se comportando de maneira comum, uma vez que essas variações de preço são esperadas. O dogecoin (DOGE), criptomoeda baseada em um meme que disparou em 2021 após cair no gosto de famosos, é um dos principais motivadores para o surgimento dessas novas altcoins.

Com o exemplo do DOGE, muitos viram a oportunidade para se criar criptomoedas a fim de obter lucro extraordinário no curto prazo. Geralmente, os criadores do novo ativo digital detém quase todas as suas unidades. Influencers então são chamados para divulgar a nova criptomoeda ao receberem uma quantia razoável. Afinal, para eles, não é muito diferente do que promover um produto. Porém, uma vez que a demanda pela altcoin dispara, seu preço sobe na mesma velocidade. Então, essas pessoas que já possuíam uma enorme quantidade do token lucra, deixando os investidores influenciados com prejuízos que pode ultrapassar os 90%.

Membros do FaZe Clan divulgam altcoin BankSocial no Twitter (Imagem: Reprodução/Twitter)

Membros do FaZe Clan divulgam altcoin BankSocial no Twitter (Imagem: Reprodução/Twitter)

No caso da FaZe Clan, dois importantes membros da organização divulgaram a altcoin BankSocial no Twitter. Os usuários FaZe Bank e FaZe Kay promoveram um sorteio de US$ 10 mil na nova criptomoeda, dando a entender que ela subiria muito em pouco tempo, o que de fato aconteceu.

Enquanto FaZe Bank divulgou o prêmio dizendo acreditar no potencial da altcoin, FaZe Kay o respondeu dizendo que havia duplicado seu investimento em BankSocial no mesmo dia. Contudo, em um curto período a criptomoeda já havia despencado cerca de 90%.

https://twitter.com/defnoodles/status/1405791405444780032?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1405791405444780032%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fmashable.com%2Farticle%2Finfluencers-altcoin-scams

Com Adian Ross, a situação foi ainda mais clara. Ao ser questionado posteriormente sobre sua divulgação duvidosa do token MILF, que causou apenas prejuízo a seus investidores, o Streamer admitiu em vídeo que só o fez pelo dinheiro que lhe pagaram e não esperava que ninguém “comprasse essa merda”. Contudo, ele saiu no lucro.

Com informações: Mashable

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Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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