Com preços fixados, táxi ganha espaço da Uber e 99 no Brasil e cresce até 40%

Táxi registrou aumento no número de corridas durante a pandemia; procura do serviço de transporte também cresceu no meio corporativo

Bruno Gall De Blasi
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Táxi

O brasileiro passou a utilizar o táxi com mais frequência durante a pandemia. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Vah, a modalidade que não possui tarifa dinâmica conquistou uma fatia de mercado que antes pertencia à Uber e à 99. A alternativa registrou o crescimento em meio a um cenário de alta de preços.

Os dados partem de uma estudo da Mobicity encomendado pelo comparador de preços Vah. A pesquisa foi realizada em dezembro de 2021 para questionar os passageiros sobre os impactos da pandemia de COVID-19 no serviço de transporte privado. Ao todo, a análise contou com mais de 1.100 participantes do Brasil.

A pesquisa apontou para o protagonismo do táxi entre os brasileiros, conforme informado pelo Mobile Time: a modalidade teve um crescimento de 38% entre os entrevistados. Os participantes também relataram as suas principais percepções sobre o setor nos últimos tempos, como o aumento de preços, o acréscimo do tempo de espera para iniciar uma viagem e os casos de cancelamentos constantes.

De fato, os três fatores vêm se tornando cada vez mais frequentes nos últimos meses. No começo do ano, reuni alguns relatos de problemas enfrentados por passageiros na Uber aqui no Tecnoblog. Em um dos episódios, o preço de uma corrida do UberX subiu de R$ 15 para R$ 70 devido à tarifa dinâmica.

Também há muitas queixas de cancelamento. Cito um caso que aconteceu comigo no Rio de Janeiro (RJ): minha corrida chegou a ser recusada cerca de vinte vezes após eu ter que refazer o meu pedido mais de uma vez. No fim das contas, desisti e pedi um táxi, que me atendeu em menos de cinco minutos e ainda saiu mais barato.

Não à toa, as viagens de táxi solicitadas pelo 99 e outros apps agora correspondem à 25% das corridas, segundo os dados do comparador. Enquanto isso, sete em cada dez viagens são feitas por carros particulares. O número pode parecer alto, mas é menor do que a quantidade registrada antes da pandemia: 92%.

Usuários da Uber e 99 se queixam de cancelamentos e aumento no tempo de espera (Imagem: Divulgação/Uber)
Usuários da Uber e 99 se queixam de cancelamentos e aumento no tempo de espera (Imagem: Divulgação/Uber)

Empresas trocam Uber e 99 pelo táxi

Os táxis também voltaram a ganhar espaço no meio corporativo. Em entrevista ao site, a cofundadora da Voll, Jordana Souza, informou que a Uber até chegou a “provocar” a modalidade. Mas a companhia que presta serviço de transporte para empresas (B2B) registrou um aumento significativo no uso do táxi neste setor: 40%.

Os motivos são basicamente os mesmos. A executiva explica que o aumento de cancelamento de corridas nos apps de carros particulares e do tempo de espera também tiveram impacto no comportamento. Além disso, as empresa também buscaram outras alternativas, como o uso do carro próprio do funcionário e o aluguel de automóveis.

“Os parceiros [99 e Uber] têm feito movimentos, como aumento do valor do km [quilômetro] para o motorista, mas ainda não surtiram efeito”, afirmou ao Mobile Time.

Transporte público e bicicleta ganham mais espaço

O estudo do comparador de preços também traz outros dados sobre a mobilidade dos brasileiros. A pesquisa da Vah também notou que 42% dos participantes passaram a observar o transporte público como uma opção. As bicicletas também têm um peso significativo nessa balança e já é uma alternativa para 26% dos brasileiros.

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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