O Wi-Fi 6 é oficial e estas são as suas principais novidades

Wi-Fi 6 é a nomenclatura oficial do que até recentemente conhecíamos como 802.11ax

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Wi-Fi/ Rawpixel / Unsplash

Anunciado em outubro de 2018, oficializado em setembro de 2019. Esse é o Wi-Fi 6. Mas não estamos falando necessariamente de uma tecnologia inédita: o nome é uma simplificação para o padrão de redes sem fio 802.11ax, que deve ganhar mercado de modo consistente a partir de 2020.

A nova nomenclatura também vale para os atuais padrões 802.11n e 802.11ac. A Wi-Fi Alliance, entidade responsável pela padronização da tecnologia, não chegou a rebatizar as versões anteriores a essas, mas podemos assumir que, extraoficialmente, elas seguem a mesma lógica de numeração. Observe:

  • Wi-Fi 6: 802.11ax
  • Wi-Fi 5: 802.11ac
  • Wi-Fi 4: 802.11n
  • Wi-Fi 3: 802.11g (não oficial)
  • Wi-Fi 2: 802.11a (não oficial)
  • Wi-Fi 1: 802.11b (não oficial)

É óbvio que a intenção da Wi-Fi Alliance com a nova nomenclatura é facilitar o reconhecimento das versões. Para uma pessoa com pouco conhecimento do assunto que vai a uma loja para comprar um roteador, por exemplo, fica fácil entender que o Wi-Fi 6 é mais avançado que o Wi-Fi 5 do que se a comparação fosse feita com o 802.11ax versus o 802.11ac.

W-Fi 6, 5 e 4 (ou 802.11ax, ac e n)

O anúncio oficial do Wi-Fi 6 significa duas coisas: que as especificações da versão foram finalizadas e que, a partir de agora, fabricantes poderão submeter os seus dispositivos de rede ao programa de certificação Wi-Fi Certified 6 — esses produtos poderão exibir as marcas comerciais do Wi-Fi 6, portanto.

Tecnicamente, o Wi-Fi 6 traz avanços importantes. Um deles é o suporte à especificação OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiple Access), que subdivide os canais para diminuir a latência e melhorar a eficiência da rede quando houver grande demanda de tráfego.

Outro é o suporte ao MU-MIMO (Multi User MIMO). Basicamente, essa técnica permite que o roteador envie dados para vários dispositivos da rede ao mesmo tempo em vez de atender um por um, separadamente. Explicamos como o MU-MIMO funciona aqui.

Também merece menção o suporte à modulação 1024 QAM (contra a modulação 256 QAM do agora Wi-Fi 5). Explicando de maneira bastante sucinta, essa técnica permite que um número maior de dados seja transmitido por hertz. O efeito disso é que redes baseadas em Wi-Fi 6 podem atingir velocidade teórica de até 9,6 Gb/s (frente aos 6,9 Gb/s do Wi-Fi 5).

Esses são os principais avanços. Outros incluem modo de operação nas frequências de 2,4 GHz e 5 GHz (o Wi-Fi 5 funciona só em 5 GHz) e suporte ao WPA3, que promete deixar a rede mais segura (bom, pelo menos um pouco mais).

Wi-Fi Certified 6

Devemos esperar para 2020 a chegada de um número expressivo de dispositivos baseados em Wi-Fi 6, mas alguns deles já estão por aqui. Os roteadores Asus ROG Rapture GT-AX11000 e TP-Link Archer AX6000, por exemplo, são compatíveis, embora tenham sido lançados antes da certificação do Wi-Fi 6.

Os novíssimos Samsung Galaxy Note 10 e 10+ trazem suporte ao 802.11ax, portanto, também são compatíveis. O mesmo vale para os recém-lançados iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Relacionados